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Sindicato dos CTT apela à retoma do controlo da empresa pelo Estado

O sindicato entregou em mão uma carta ao primeiro-ministro onde manifesta as preocupações a nível nacional, explicou o dirigente sindical Samuel Vieira.

O acordo para as juntas de freguesia prestarem serviços postais vigora desde 2003.
Nuno Nascimento
04 de Setembro de 2021 às 17:02
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O Sindicato Independente dos CTT entregou hoje, em Chaves, uma carta ao primeiro-ministro, António Costa, para demonstrar as preocupações dos trabalhadores pela "má gestão" da atual administração e para apelar à retoma pelo Estado do controlo da empresa.

O Sindicato Independente dos Correios, Telecomunicações, Transportes e Expresso de Portugal (SICTEX) aproveitou a greve parcial dos trabalhadores dos CTT de Chaves, no distrito de Vila Real, que está a decorrer, e a presença do secretário-geral do PS e primeiro-ministro António Costa na cidade transmontana, para entregar em mão uma carta onde manifestam as preocupações a nível nacional, explicou o dirigente sindical Samuel Vieira.

António Costa teve um breve contacto com os trabalhadores dos CTT de Chaves no final do comício de apresentação do atual presidente e candidato à Câmara de Chaves, Nuno Vaz (PS), recebendo a carta antes de entrar no carro.

Segundo Samuel Vieira, está "em marcha por parte da administração dos CTT uma diminuição dos postos de trabalho" e há "dificuldades a nível de contratação de pessoas".

O dirigente sindical acrescentou que, sendo este um problema a nível nacional, não existem pessoas suficientes para ser cumprido um serviço postal universal de qualidade.

"A empresa alega que não tem dinheiro para contratar trabalhadores mas teve dinheiro para comprar 8,5 milhões de euros em ações e distribuir pela administração", apontou Samuel Vieira.

Segundo o SICTEX, como é "uma bandeira dos partidos de esquerda" deve ser tido em conta na negociação do Orçamento de Estado de 2022 o "retomar do controlo público e da gestão" dos CTT por parte do Estado.

"É isso que esperamos e é o nosso alento para que não tenhamos mais um Novo Banco", acrescentou.

Na carta entregue ao primeiro-ministro que a agência Lusa teve acesso pode ler-se, como preocupações, "a falta de recursos humanos quer nas estações de correios e distribuição, quer na área de transportes", o "aumento de agenciamentos a terceiros quer na distribuição, quer no atendimento" ou a "falta de condições de trabalho e aumento da precariedade nos vários sectores da empresa".

O SICTEX apela ainda "a uma rápida e estratégica intervenção do Governo, fazendo parte da gestão dos CTT, para que o futuro e o interesse público deste ativo nacional sejam devidamente acautelados".

Sobre a greve parcial no centro de distribuição de Chaves, o dirigente do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Informação e Comunicações (SITIC) e carteiro naquele posto desde 1993, Álvaro Moreira, explicou que esta irá manter-se durante a próxima semana.

Para quinta-feira está marcado um plenário de trabalhadores e caso não haja desenvolvimentos para desbloquear o protesto, os trabalhadores vão arrancar com uma nova greve durante mais 15 dias, acrescentou.

O SICTEX tinha revelado que, dos 21 postos de trabalho previstos nos CTT de Chaves, há 10 trabalhadores efetivos, aos quais se somam quatro contratados e quatro em prestação de serviços, mas que dois dos trabalhadores efetivos não fazem distribuição por incapacidade física, o que resulta em cinco giros que não são realizados diariamente nos concelhos de Chaves e Boticas.
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