A companhia alemã Siemens, através da sua filial portuguesa, reiterou hoje que no ano de 2003 demonstrou interesse «em iniciar conversações sobre o futuro da ex-Sorefame em Portugal» junto da Bombardier Internacional, vontade aquela que alegadamente não foi partilhada pela fabricante canadiana.

Em comunicado, a filial portuguesa da Siemens Transportation Systems, uma das divisões do grupo alemão, confirma que «informámos, em Outubro de 2003, a respectiva administração [da Bombardier em Portugal] que iríamos abordar, através da Alemanha, a Bombardier Internacional, demonstrando o nosso interesse em iniciar conversações sobre o futuro da ex-Sorefame em Portugal».

No mesmo comunicado hoje enviado, assinado por José Alves Baptista, director-geral da Siemens Transportation Systems em Portugal e por António Filipe, director central de Comunicação da Siemens SA, «esse contacto foi realizado e mais tarde formos informados de que não havia interesse por parte da Bombardier». «Como aliás é reafirmado agora num comunicado: ‘a Bombadier Portugal exclui liminarmente a possibilidade de vender a fábrica da ex-Sorefame», continua o mesmo texto da autoria da direcção Siemens portuguesa.

Ainda em relação ao concurso do Metro Sul do Tejo, a mesma fonte defende que «foi a Bombardier que tomou a iniciativa de, desde logo, recusar a montagem do material circulante do vencedor, caso não ganhasse o concurso», o que veio a acontecer.

A Siemens portuguesa reafirma o seu «interesse em investir no sector ferroviário em Portugal», e lamenta as alegadas «acusações graves e fora do contexto», que afirma terem sido proferidas pelo «responsável de comunicação da Bombardier em Portugal», acusando o mesmo de desconhecer «contactos feitos a nível das administrações das duas empresas».

A Siemens foi ontem, durante uma entrevista a Luís Ramos, porta-voz da Bombardier Portugal à cadeia de televisão SIC, de, alegadamente, se estar a ‘promover’ à custa do encerramento da unidade da companhia canadiana em Portugal, nas instalações da antiga Sorefame na Amadora. O fecho da unidade irá implicar o despedimento de 400 postos de trabalho.