Em 2004, o investimento da Siemens ascendeu a cerca de 135 milhões de euros, dos quais cerca de 55 milhões se referem a investigação e desenvolvimento, com forte componente de recursos humanos altamente qualificados que não é contabilizada no imobilizado do grupo.

Este é, aliás, o sector em que a Siemens mais tem apostado em Portugal, com uma quintuplicação do montante investido nos últimos cinco anos.

A aposta na área do «software» e investigação, explicou João Picoito, administrador do grupo, reflecte a um período de transição no perfil produtivo da empresa que, na sua opinião, terá de ser seguido em Portugal e Europa, de uma indústria pesada de «hardware» para uma fase do conhecimento, onde ganham ênfase a formação, a Investigação e Desenvolvimento (I&D), a alta tecnologia e as tarefas de valor acrescentado.

A esta transição correspondeu também o desinvestimento da casa-mãe em indústrias de alta tecnologia, mas de menor valor acrescentado, como a Infineon ou a Epcos e a redução de actividades mais industriais como a cablagem.

Não obstante, esta evolução corresponder, regra geral, a um menor volume de investimento, os responsáveis da Siemens realçam que se trata de investimento qualitativo, de maior valor acrescentado, e que cria mais postos de trabalho qualificados.

A empresa tem, nos seus quadros, mais de 1.000 engenheiros, a maioria das quais portugueses, e recentemente contratou 350 destes profissionais recém-licenciados.

A empresa de capitais alemãs terminou o ano passado com lucros de 45,3 milhões de euros, um crescimento de 2,7% face a 2003. As vendas só da Siemens SA, sem participadas, cresceram 5,4% para 548,8 milhões de euros. As encomendas aumentaram 17,8% para 638,6 milhões de euros.