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Ricciardi diz que "não é ilícito nenhum falar com o primeiro-ministro"

O presidente do BES Investimento, José Maria Ricciardi, entende que "não é ilícito nenhum falar com o primeiro-ministro" ao telefone e diz não temer ser constituído arguido no caso Monte Branco, por não ver razões para isso.

31 de Outubro de 2012 às 08:05
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"Não considero absolutamente ilícito nenhum conversar com o primeiro-ministro e fazer-lhe perguntas", afirmou Ricciardi em entrevista à TVI24 na terça-feira à noite, respondendo a questões sobre o caso das alegadas escutas no âmbito do processo de privatizações da REN e da EDP em que estará envolvido, segundo noticiou o jornal Público a 15 de Outubro.

"Eu fiz um protesto porque não entendi que, para um programa de privatizações no nosso país, nomeadamente aquela que foi a maior privatização de sempre no caso da EDP, mas também da REN, que não fossem escolhidos assessores financeiros através de concurso público", acrescentou o presidente do BES Investimento.

Ricciardi diz mesmo que gostaria que perguntassem a Pedro Passos Coelho, de quem é “amigo” e a quem admite tratar pelo primeiro nome, se se sentiu pressionado.

O BESI assessora as privatizações da TAP e da ANA, o que mereceu a crítica do presidente do BPI. Ulrich disse “quem protestou, ganhou”. Declarações que merecem uma reacção de Ricciardi: “Entendo que ele está mal informado. Não houve ajuste directo nenhum na TAP, houve um concurso, como aliás eu reclamei que houvesse na EDP e na REN”.

Ao “amigo” Pedro (Passos Coelho) deixa um conselho: que consiga renegociar o acordo com a troika.

Interrogado na TVI24 sobre se teme vir a ser constituído arguido no processo Monte Branco, Ricciardi foi peremptório: "Não, de maneira nenhuma. Não vejo razões para isso. Nós não sabemos quem são as pessoas do Monte Branco. Nunca os vi, não conheço essa gente de lado nenhum", reiterou. Aliás, ao longo da entrevista Ricciardi afirmou, sucessivas vezes, não conhecer as pessoas ligadas ao processo Monte Branco. "Não conheço essa gente".

A operação Monte Branco surgiu em Maio, envolvendo o Ministério Público e a Inspecção Tributária, traduzindo-se na detenção, entre outros arguidos, de Michel Canals, antigo quadro do banco suíço UBS, e de Nicolas Figueiredo, seus sócios na Akoya Asset Management, sedeada em Genebra. Ricciardi diz que não conheço qualquer uma destas pessoas.

Em causa no processo estão suspeitas de branqueamento de capitais e fraude fiscal através de uma sociedade gestora de fortunas, estando ainda o empresário e arguido Francisco Canas, com ligações à rede suíça, em prisão preventiva.
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