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Reportagens no 'prime-time' com forte impacto nas audiências

A aposta contínua dos canais generalistas em espaços de grande reportagem está a gerar frutos. Os portugueses revelam cada vez maior apetência por este formato televisivo, que nos últimos dois anos ganhou espaço no "prime-time" da TVI, SIC e RTP1 e passou

20 de Março de 2008 às 12:18
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A aposta contínua dos canais generalistas em espaços de grande reportagem está a gerar frutos. Os portugueses revelam cada vez maior apetência por este formato televisivo, que nos últimos dois anos ganhou espaço no "prime-time" da TVI, SIC e RTP1 e passou a ser presença constante nos lugares cimeiros dos "rankings" de audiência.

De acordo com os dados da Mediamonitor referentes a 2008, a rubrica de reportagem da TVI, intitulada "Informação Especial", foi líder de audiência em oito das nove segundas-feiras em que foi transmitida.

Na SIC, o espaço "Grande Reportagem" emitido aos domingos, após o Jornal da Noite, tem sido presença assídua no "Top3" de audiências em 2008 e já liderou este "ranking" por uma ocasião. Já o programa "Em Reportagem", da RTP, embora não dispute a liderança de audiências no seu dia habitual de emissão - quarta-feira - surge regularmente no "Top10" e tem uma média superior a 800 mil espectadores por programa.

Para a jornalista Cândida Pinto, coordenadora dos espaços de reportagem da SIC, é com "grande optimismo" que estes dados são encarados na estação de Carnaxide. "Dá--nos um grande entusiasmo perceber que o público está disponível e adere a este tipo de trabalho, que requer um grande cuidado do ponto de vista da forma e do conteúdo", diz a responsável.

Os resultados de audiência que a "Grande Reportagem" da SIC tem registado nas últimas semanas são ainda mais importantes, na medida em que "sustentam a aposta do canal" neste formato. "Já era evidente que o público português privilegiava os telejornais entre os seus hábitos televisivos. Mas os resultados que os espaços de reportagem têm apresentado, em espaços autónomos, mostram que há margem para conteúdos destes em "prime-time"".

Também Cesário Borga, coordenador do "Em Reportagem", da RTP1, expressa a sua "grande alegria" por ver "ultrapassada a fase de secundarização" a que esteve votado o formato "Grande Reportagem" nos últimos anos. E justifica a adesão dos telespectadores a este formato com o facto de "a qualidade das reportagens" nos três canais ser agora, "em termos gerais, muito superior" à de anos anteriores.

"Há um maior cuidado ao nível gráfico ou na forma de filmar", exemplifica, convicto de que "a maior proximidade" entre estes programas e o público "não ocorre devido a concessões no nível dos trabalhos produzidos".

"O que há é um novo modelo de abordagem. Já não se parte para a reportagem apenas pelo prisma da "grande temática", mas sim através de casos de vida ou de histórias com que as pessoas se identificam ou que geram curiosidade", diz Borga.

O cenário de desinvestimento na qualidade das reportagens nem se coloca, aliás, porque conforme garantem os responsáveis da SIC e da RTP, "a reportagem continua a ser um formato caro de produzir". "Tem de haver um certo investimento financeiro, porque são trabalhos que requerem meios técnicos, humanos e muita disponibilidade de tempo", sintetiza Cândida Pinto. Mas o conceito de formato caro "só existe se for avaliado de forma isolada", defende Cesário Borga. "Quando estes programas geram o retorno de audiências que estão a gerar, o que à partida pode ser considerado caro, passa a ser um investimento razoável", argumenta o jornalista da RTP.

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