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REN prevê investir 1.630 milhões até 2012

A REN-Redes Energéticas Nacionais, que vai fazer a sua oferta pública inicial (IPO) no início de Julho, prevê investir 1.630 milhões de euro até 2012, dos quais 1.300 milhões de euros na rede de transporte de electricidade e 330 milhões de euros na de gás

04 de Junho de 2007 às 17:38
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A REN-Redes Energéticas Nacionais, que vai fazer a sua oferta pública inicial (IPO) no início de Julho, prevê investir 1.630 milhões de euro até 2012, dos quais 1.300 milhões de euros na rede de transporte de electricidade e 330 milhões de euros na de gás, disse José Penedos, presidente executivo.

Adiantou, em entrevista à Reuters, que a dívida da REN ascende a cerca de 1.900 milhões de euros, valor que pode ser reduzido caso avance com a securitização do défice tarifário- entre 400 e 500 milhões de euros- e use uma parte para abater ao endividamento.

Afirmou que, após o IPO de 19%, quer reestruturar a dívida, que na parte eléctrica, é basicamente através de Papel Comercial e tem um custo médio de financiamento de 3,2%, enquanto, no gás, é de médio-longo prazo e custa 4,2%.

A lógica será alongar a maturidade da dívida, balanceá-la mais entre curto e médio-longo prazo, tentando aproximar o custo médio do gás ao da electricidade.

O IPO da REN vai ocorrer entre 25 de Junho e 6 de Julho, com a sessão especial de Bolsa a 9 de Julho, sendo que a empresa irá fazer o "roadshow", apenas na Europa, na última semana deste mês e primeira do próximo.

"Nós temos de manter um ritmo de investimento muito intenso em redes de transporte de electricidade, em subestações, seja no território, seja nas interligações, e temos de investir no gás porque, após o primeiro esforço de infraestruturação, a rede de gás deixou de investir", disse José Penedos.

Lembrou que o negócio da REN é de rede e o Return-on-Asset (ROA) -- o retorno regulatoriamente previsto -- é sobre o activo líquido de exploração, sendo que "tem de garantir que o activo líquido não se deprecia, não se reduz".

"Com este programa de investimentos, a REN tem o seu activo a crescer e o nível de investimento da REN, nos próximos anos, garante o crescimento do activo, que tem de ser confrontada com a estabilidade da taxa de remuneração: na electricidade está em 7%e no gás em oito%", recordou o CEO da REN.

Lembrou ainda que, quanto à eficiência operacional, a REN também está nos melhores níveis mundiais de "benchmark" com a rede de transporte de electricidade em alta tensão a ter apenas 0,5 segundos por ano de interrupção e a área do gás com uma disponibilidade de 98%

O CEO referiu que a integração das duas redes pode facilitar sinergias no âmbito de serviços partilhados, de sistemas de informação, na gestão conjunta da dívida e de dimensão.

Afirmou que quer manter o "track record" de um "payout" acima de 50%, adiantando: "mais do que manter isso, queremos garantir que o manteremos no intervalo dos nossos pares, não deixaremos que o dividendo se afaste das melhores expectativas que os accionistas têm quando colocam cá o dinheiro".

José Penedos referiu que, no primeiro trimestre de 2007 e já incorporando o contributo operacional da actividade de gás, o lucro líquido da REN subiu 17,1% para 38,3 milhões de euros, sendo que a área do gás teve um contributo de 14,8 milhões de euros.

O EBITDA subiu 36% para 98 milhões de euros, sendo que a parte do gás foi de 25,7 milhões de euros.

IPO é uma excelente oportunidade para poupança nacional e internacional

Qualificou o IPO da REN como "uma excelente oportunidade para a poupança nacional e internacional", vincando: "eu, a única coisa com que sou conotado é ter alguma dificuldade em aceitar uma colocação a desconto, essa é uma declaração que pode ser recuperada desde sempre".

"Admito que, para a poupança internacional, seja um produto interessante para agentes do sector que conhecem a REN e que seja igualmente uma oportunidade interessante para fundos de investimento que precisam de composição de portfólio com acções do tipo REN", afirmou José Penedos.

"Essas composições seguramente vão puxar pelo título REN", disse.

Referiu que das três eléctricas espanholas- Endesa, Iberdrola e Unión Fenosa - apenas a Endesa lhe declarou expressamente em entrar no capital da REN.

Afirmou que a relação com o regulador ERSE "é excelente", vincando: "nós temos uma grande confiança no modelo de regulação que temos em Portugal, há um crédito que tem de ser atribuído à entidade reguladora (ERSE) que é o da estabilidade e previsbilidade da regulação".

REN pretende uma parceria com a Enagás

Afirmou que "a REN tem a intenção de concretizar com a Enagas uma parceria estratégica do mesmo tipo daquela que tem em curso com a REE-Red Electrica De Espana", envolvendo troca de participações accionistas no horizonte de 2008, no limite 2009.

A REE já tem 5% da REN e esta deverá adquirir entre um e 3% da espanhola ainda durante 2007.

"A Enagas há-de poder concretizar a aquisição de uma parcela da REN e a REN terá uma participação no capital da Enagás e tentaremos ter, tal como com a REE, presença recíproca nos Conselhos de Administração", adiantou.

 

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