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"Ser empreendedor é quase uma loucura"

Pedro Machado conta como foi dificil pôr de pé a Ubisign, mas seis anos depois, já está a exportar o seu software para ecrãs interactivos

"Ser empreendedor é quase uma loucura"
04 de Outubro de 2011 às 10:19
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De Braga para o mundo | A Ubisign tem a sua estrutura assente na accionista maioritária Primavera.


Se já entrou numa loja da Galp é quase certo que se cruzou com a Ubisign. Alguns dos ecrãs interactivos que encontra no retalho, nos hospitais e até no seu banco podem ser desta tecnológica. A empresa portuguesa nasceu em Braga, no seio da Universidade do Minho, mas a sua cultura é internacional e o objectivo é espalhar o seu software pelo mundo. Para já, Londres e Brasil são as primeiras apostas para a exportação.

Há seis anos embarcou nesta aventura. Mas, Pedro Machado é peremptório em dizer: "ser empreendedor é quase uma loucura, porque assumimos responsabilidades enormes a nível legal e fiscal, temos poucos direitos". No entanto, remata: "não deixa de ser interessante para quem gosta de desafios, como eu".

O objectivo inicial foi lançar uma empresa que desenvolvesse software para os ecrãs interactivos. E, logo desde o dia um, a Ubisign quis-se dirigir ao mercado internacional, daí toda a sua comunicação ser feita em inglês.

"A adopção do mercado nacional tem sido mais lenta do que gostaríamos, mas já começamos a ver a utilização desta tecnologia em empresas mais pequenas, no retalho, educação", acrescentou. Agora, com a aproximação ao Brasil, a empresa portuguesa está a preparar a tradução do seu "site" para a língua mãe e a aproximar-se assim do mercado do outro lado do Atlântico.

À procura de novos investidores
O conceito de sinalização digital, vulgo "digital signage", que ainda está em processo de afirmação em Portugal, já está muito implementado em Londres. E foi por aqui que a Ubisign quis começar a sua internacionalização.

A participação em feiras da especialidade foi o primeiro passo, no sentido de encontrar parcerias. "Não estamos a trabalhar no cliente final, por isso o nosso objectivo é angariar parceiros", detalhou Pedro Machado, acrescentando: "já estamos em negociação com alguns contactos que fizemos numa feira em Londres".

Esta feira também foi a porta de entrada para o Brasil, uma vez que o contacto da empresa brasileira que será a parceira da Ubisign naquele país também foi feito em Londres. "É uma empresa brasileira de hardware que andava à procura de uma empresa de software. Estamos agora a concluir a versão portuguesa, para começarmos a fazer as primeiras experiências", sublinhou o empreendedor. A empresa brasileira ficará responsável pelo software da Ubisign no seu país.

Para alavancar a sua expansão internacional, a Ubisign está à procura de novos investidores para se juntarem ao projecto. A meta é captar um total de um milhão de euros, em duas tranches, num espaço de três anos. A Ubisign já garantiu a subscrição da Primavera neste aumento de capital.






Perguntas a...






Pedro Machado

CEO da Ubisign






"O financiamento público foi-nos rejeitado pela mesma agência que nos premiou"


As primeiras parceiras foram difíceis?
Sim, mas quando começámos a dizer que era uma empresa do Grupo Primavera abriram-se algumas portas, não nego isso.

Estar integrado numa empresa como a Primavera é mais fácil?
Sim, foi importante, porque uma empresa como a Ubisign quando nasce tenta bater à porta de outras empresas, e não é fácil.

Não estar em Lisboa é um problema?
Sim, porque se perde muito tempo em viagens. Temos a vantagem de ter acessos a recursos humanos qualificados a um custo mais baixo, porque Braga é uma fonte interessante e a universidade do Minho também. Mas os negócios fazem-se cá em baixo.

O financiamento tem sido unicamente através dos accionistas?
Tivemos algum financiamento público. A nossa história começa em 2005 quando fomos vencedores do prémio de inovação, concedido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e pela Agência de Inovação. Curiosamente, quando ganhámos o prémio, concorremos ao primeiro financiamento público dedicado a empresas desta natureza, esperámos quase um ano pela resposta e esta foi negativa, e ficámos surpreendidos, até porque o projecto foi avaliado pela mesma agência que nos tinha premiado, foi um balde de água fria. Foi nessa altura que procurámos financiamento privado, contactámos três empresas, e a proposta da Primavera era a mais interessante. Numa primeira fase entrou com uma posição minoritária e agora já é maioritária, mas prefiro ter meio Ferrari do que um Fiat 600.

Qual é a posição da Primavera?
Tem 60% e o resto é dos dois sócios fundadores, eu e um colega que é investigador docente da Universidade do Minho.






Ideias-chave

Tecnológica oferece interacção à distância de um clique nas mais diferentes áreas


1. De braga para o mundo
No mercado há seis anos, a Ubisign surgiu em Braga e em 2006 integrou o grupo português Primavera. Dedica-se ao desenvolvimento de "software" dirigido a ecrãs interactivos de comunicação, nas áreas da saúde, educação, retalho, banca, empresas e turismo.


2. Volume de negócios
Ainda estão a metade do objectivo do ano, mas a meta da Ubisign para 2011 é alcançar um volume de negócios de 300 mil euros. A empresa conta com seis colaboradores, assente muito na estrutura da sua accionista Primavera.


3. Parcerias
O percurso da Ubisign tem sido pautado pelas parcerias. Exemplo disso é a união com a CoVii, uma empresa que se dedica a tecnologias de interacção entre homem e máquina. As duas tecnológicas estão a desenvolver uma loja de moda do futuro.


4. Internacionalização
A Europa e o Brasil são as grandes apostas da tecnológica portuguesa para expandir o seu negócio.


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