O Banco de Portugal recebeu 7.445 reclamações no ano passado, mais 62,7% do que em 2006, de acordo com as estatísticas do Livro de Reclamações hoje divulgadas.

Em comunicado, a Secretaria de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor esclareceu que as reclamações feitas ao Banco de Portugal "relacionam-se fundamentalmente com o funcionamento interno das instituições, isto é, demora no atendimento, deficiência das instalações e cortesia nas relações com os clientes".

Os assuntos relacionados com cheques, crédito à habitação e movimento de contas também contribuíram para o aumento do número de reclamações recebidas em 2007 pela entidade que supervisiona os bancos portugueses.

Em oposição, o Instituto da Construção e do Imobiliário (InCI) registou o menor número de reclamações recebidas, num total de 121, tendo diminuído 5,5 por cento no ano passado face a 2006.

Estas reclamações estiveram ligadas a "problemas relacionados com falta de profissionalismo nas relações, recusa de apresentação do Livro de Reclamações, falta de urbanismo no tratamento e prestação de serviço defeituosa", refere o comunicado.

Em comparação com as restantes entidades, o Instituto de Segurança Social também recebeu um número reduzido de reclamações (378), com uma taxa de variação de menos 4,8 por cento nos últimos dois anos.

Mas a menor taxa de crescimento, entre 2006 e 2007, do número de reclamações recebidas verificou-se no Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), que passou de 9.410 queixas para 5.676 queixas, respectivamente, representando um decréscimo de 39,7 por cento.

"Atendimento deficiente ou demorado, problemas com os títulos dos transportes, incumprimento de horários, cartões electrónicos avariados, falta de urbanidade no atendimento, equipamentos de venda de títulos avariados, falta de condições de higiene ou comodidade dos veículos de passageiros" foram as razões que estiveram na origem das reclamações recebidas pelo IMTT, segundo a Secretaria de Estado.

A registar uma redução de reclamações esteve ainda o Turismo de Portugal, com 3.574 queixas recebidas (menos 26,8 pontos percentuais em relação a 2006).

A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) recebeu 18.597 reclamações, aumentando em 57,8 por cento o número de queixas, devido aos equipamentos usados, atendimento, assistência, erros na facturação, entre outros.

O Instituto de Seguros de Portugal (ISP) e a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) viram aumentar o número das queixas, registando-se 1.780 e 1.284 reclamações, respectivamente, no último ano.