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Portugueses são os consumidores europeus mais sensíveis ao preço nas compras online

Barómetro "e-shopper" 2023 mostra que, após um decréscimo em 2022, o número de utiizadores de comércio eletrónico voltou a crescer em Portugal, apesar de continuar abaixo da média europeia. Livros e tecnologia/eletrónica sofrem quebra, produtos em segunda mão ganham terreno.

Mais de metade dos jovens com idades entre 18 e 24 anos, nos Estados Unidos, já utilizou soluções de compras parceladas.
IStockphoto
Diana do Mar dianamar@negocios.pt 03 de Abril de 2024 às 12:24
Portugal figura como o país europeu, de um universo de 22 analisados, onde os consumidores são mais sensíveis ao preço na hora de fazer compras pela internet, revela o barómetro "e-shopper".

De acordo com o relatório, divulgado esta quarta-feira, 71% dos "e-shoppers" regulares portugueses consideram que comprar online é uma forma de poupar dinheiro, contra os 65% da média europeia. Números que refletem o impacto da inflação na carteira dos portugueses, para quem o preço é o fator mais importante nas suas decisões de compra (76%) ou procura estar sempre atento a um bom negócio (79%).

Realizado pela Geopost, um dos maiores grupos de entrega de encomendas e soluções para o comércio eletrónico, do qual faz parte a DPD, que opera em Portugal, o estudo assinala que outra forma de justificar a sensibilidade dos "e-shoppers" regulares portugueses a esse factor prende-se com os principais motores para uma compra online em que os critérios relacionados com preço são os mais expressivos.

Assim, 49% admitem comprar online pela existência de entregas gratuitas; 28% valorizam a inexistência de taxas escondidas adicionadas ao preço final do produto; enquanto 22% mencionam a devolução gratuita. Uma outra tendência espelhada no relatório tem a ver com o facto da maioria dos "e-shoppers" regulares utilizar websites estrangeiros para comprar online, especialmente para encontrar melhores negócios, ainda mais que a média europeia (73% em Portugal versus 58% na Europa). Espanha (61%), China (58%) e Reino Unido (33%) foram os países onde os portugueses mais compraram online.

"É claro o impacto que a inflação teve no comportamento de consumo dos portugueses em 2023. Se o preço já era uma grande preocupação para o mercado local, os números agora apresentados mostram-nos um contexto onde esta preocupação com o melhor negócio possível se espelha em várias dimensões, desde o cuidado em comprar em períodos em que os descontos são mais expressivos – como a Black Friday e os saldos – até websites e apps estrangeiras como forma de comprar sempre mais barato", refere o CEO da DPD Portugal, Olivier Establet, citado em comunicado.

Compras online voltam a crescer. Livros e tecnologia em contraciclo


A par deste cenário, o barómetro e-shopper 2023 mostra que, após um decréscimo dos consumidores de e-commerce em 2022, este indicador voltou a crescer em 2023 (71% em 2023 vs. 66% em 2022), alcançando valores positivos, apesar de continuar abaixo da média europeia (76%). Só no ano passado, os consumidores online portugueses receberam quatro encomendas em média no mês anterior, tendo comprado uma média de 11 vezes ao longo do ano.

A mais recente edição do barómetro "e-shopper" indica que moda (59%), beleza e saúde (51%) e calçado (41%) foram as categorias de produtos que os "e-shoppers" mais compraram em 2023.  Em contrapartida, as categorias de livros e tecnologia/eletrónica foram as únicas a registar uma quebra na lista do tipo de bens mais comprados pelos portugueses online.

O estudo sinaliza também, apesar de Portugal continuar a totalizar uma percentagem inferior à registada na Europa no que toca ao número de consumidores que utilizam plataformas C2C (de particular para particular, 60% em Portugal versus 72% na Europa), um terço dos "e-shoppers" regulares a nível nacional indicam ter aumentado as compras de produtos em segunda-mão, uma tendência confirmada pelo incremento da frequência de compra dos que compram em plataformas C2C: 48% revelam comprarem nestas plataformas, fazendo-o, em média, 11 vezes por ano (mais 3 vezes que em 2022).

Os motivos que levam às compras em segunda mão voltam a prender-se com o custo, com 65% dos inquiridos a referir ser mais barato do que comprar artigos novos, enquanto 42% destaca o facto desta tipologia de comércio apoiar uma economia mais responsável. Para este processo, as redes sociais continuam a ter um papel importante, sendo utilizadas por 8 em cada 10 "e-shoppers".

Já no que toca ao processo de entrega, o relatório salienta que as entregas em casa estão a perder peso para as entregas Out-of-Home (OOH), cuja utilização continua a crescer e a mostrar um desenvolvimento positivo, com 27% dos "e-shoppers" regulares a utilizar pelo menos um local de entrega OOH, especialmente no que se refere aos "lockers" (cacifos).

"É interessante olhar como pela primeira vez as entregas ao domicílio, apesar de manterem a liderança, baixaram 12 pontos percentuais entre 2022 e 2023. Um cenário que reflete uma crescente fragmentação dos perfis e necessidades de consumo, perante a qual marcas e operadores de entregas terão de responder, ao capacitar-se com uma oferta de entrega cada vez mais diversificada, simplificada e cómoda para os seus clientes, apoiada em entregas fora de casa. Este é o grande passo para os próximos anos no setor das entregas, acompanhado pela transição sustentável", comenta Olivier Establet, citado na nota enviada à imprensa.

O barómetro "e-shopper" 2023 foi conduzido entre 31 de maio e 19 de julho de 2023. Os dados foram recolhidos online, contando com um amostra de 24.233 entrevistas em 22 países europeus, das quais 1.000 em Portugal.
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