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Portugal já tem roteiro para ir ao mar colher 5% do PIB

A ministra do Mar aponta o valor de 5% do PIB a vir do mar em 2020. O roteiro para que isso aconteça lançou as redes à água a partir de Matosinhos, mas encalha na cooperação entre parceiros.

O investimento global no novo terminal de passageiros do Porto de Leixões ultrapassou os 50 milhões de euros, financiados em 51% por fundos comunitários e os restantes pela Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), com financiamento do Banco Europeu de Investimento.
O Roteiro da Bioeconomia Azul para Portugal foi apresentado, esta sexta-feira, 12 de abril, no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões. Paulo Duarte/Negócios
12 de Abril de 2019 às 13:25
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Cerca de 5% do produto interno bruto (PIB) de 2020 deverá vir de atividades relacionadas com o mar, um ponto percentual acima do estimado para 2019. A ministra Ana Paula Vitorino destaca o crescimento da economia do mar - o valor acrescentado bruto cresceu 36% em dois anos - "muito acima do crescimento da economia no geral".

 

"Só no último ano, foram dois mil milhões de euros em exportações", realçou a ministra do mar, sinalizando que "a bioeconomia tem que ser reconhecida".

 

A mulher que tutela o Ministério do Mar falava esta sexta-feira, 12 de abril, na apresentação do  Roteiro da Bioeconomia Azul para Portugal, um trabalho conjunto do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CiiMAR), a BlueBio Alliance e a Fundação Oceano Azul, que teve lugar no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, em Matosinhos.

 

Roteiro e ministra estão em sintonia - "Falta consolidação na criação de conhecimento, falta cultura de parcerias". "Há uma falha maior nas parcerias dentro de casa do que com entidades estrangeiras. A partilha de conhecimento e a democratização no acesso é uma falha", sublinhou Ana Paula Vitorino, assumindo que "é preciso apoio público para que isso se vá desmontando".

 

A ministra do Mar afirmou que está a ser implementado "um projeto inovador, pioneiro no mundo, que tem a ver com a quota satélite do mar, que nos permite analisar o desempenho das componentes da economia do mar, da ciência ligada ao mar".

 

Ciente de que "é preciso mais emprego científico qualificado, mais direcionado e sustentado", Ana Paula Vitorino afirma que o Governo se encontra a "criar uma linha de financiamento, dentro do Fundo Azul, para os 'blue tech accelerators'. Queremos potenciar uma nova geração de start-ups na bioeconomia azul", garantiu, frisando que "este setor quer-se gerador de empregos e que respeite a sustentabilidade".

 

Além da falta de cooperação, o Roteiro da Bioeconomia Azul para Portugal encontrou como obstáculos para o desenvolvimento do setor o financiamento e custos, e também as questões legais e a falta de mercado para os produtos que dali nascem.

 

Vitor Vasconcelos, presidente do CiiMAR, citou o estudo e afiançou que a bioeconomia crescerá, nos próximos dez anos, em aplicações como a alimentação humana e animal, área farmacêutica, cosmética, bioplásticos e biomateriais.

 

Mas o objetivo do roteiro é apresentar soluções e estas passarão pela promoção de gabinetes de transferência de tecnologia com as universidades, a implementação de um regime de financiamento para redes de equipamento, a modernização de equipamentos navais para a bioprospeção, pelas parcerias público-privadas, além de eventos e sinergias entre "stakeholders", programas de aceleração que atraiam empresas nacionais e estrangeiras, e um biobanco azul, entre outras.

 

"Portugal tem uma ação muito importante até 2030 na União Europeia porque tem cá os recursos", defendeu o presidente do CiiMAR. Só falta quem atue no final da cadeia de valor, quem leve os produtos para o mercado, apontou.

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