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Por dentro do “Mundial dos desportos electrónicos”

O jogo realiza-se num estádio com capacidade para 50 mil lugares sentados, na cidade de Incheon, na Coreia do Sul.

Bloomberg
11 de Novembro de 2018 às 13:00
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No último fim-de-semana foram criadas lendas na Coreia do Sul, berço do desporto electrónico, ou eSports. Acompanhada por dezenas de milhões de pessoas todos os anos, as finais do campeonato mundial de League of Legends deste ano marcaram a batalha de duas equipas num estádio com 50.000 lugares na cidade sul-coreana de Incheon.

 

A equipa chinesa Invictus Gaming derrotou a equipa europeia Fnatic na final, na primeira vez em que uma equipa da China venceu o campeonato de League of Legends.

 

Carinhosamente chamado de LoL pelos fãs, o jogo para PC tornou-se o "querido" da indústria mundial de jogos, de 13 mil milhões de dólares, desde o lançamento pela Riot Games, há quase uma década. O LoL mistura elementos de jogos baseados em estratégia e RPG e apresenta monstros, magos e guerreiros que parecem saídos do folclore medieval. Não surpreende que o jogo tenha gerado novos negócios, como livros, roupas, brinquedos e acessórios.

 

Os fãs de desportos electrónicos comparam o campeonato de LoL com o Mundial de futebol, ressaltando que o evento detém o recorde de maior e mais longa audiência entre os torneios de jogos. No ano passado, 60 milhões de pessoas sintonizaram-se para assistir à final em Pequim, na qual a equipa Samsung Galaxy derrotou a tricampeã SK Telecom T1, outra equipa da Coreia do Sul.

 

Este foi o primeiro ano desde 2011 em que nenhuma equipa sul-coreana chegou à final, apesar de o torneio ter sido disputado no país asiático. A Fnatic, equipa europeia que venceu o primeiro campeonato realizado na Suécia, enfrentou a Invictus Gaming, uma organização chinesa famosa também pelas suas façanhas com os jogos Dota 2 e StarCraft.

 

Uma equipa precisa de vencer três partidas para reivindicar o título, destruindo a base da outra, "Nexus". E, claro, é mais fácil falar do que fazer. É preciso instinto, raciocínio rápido e trabalho em equipa, além de inúmeras horas de treino para vencer outra equipa que também depositou essa mesma devoção. Os vencedores levantam a cobiçada "Summoner’s Cup", ou "Taça dos Invocadores".

 

A cerimónia de abertura atraiu estrelas internacionais como The Glitch Mob, Mako e Madison Beer, enquanto alguns fãs celebraram o carinho pelo jogo com cosplay [representação de uma personagem] fora do estádio Munhak. O evento serve de canal para expressões criativas dos fãs, que exibem fantasias inspiradas no jogo.

 

Alguns jogadores alcançam status de celebridade na Coreia do Sul. Lee Sang-heyok, o "Faker" da T1, supostamente ganha milhões de dólares por ano e tem hordas de seguidores que causariam inveja à maioria dos jogadores de beisebol e de futebol, enquanto Lim Yo-hwan, lenda do StarCraft, é casado com uma actriz e aparece com frequência em programas de televisão.

 

Os jogadores habilidosos do país estão a criar cada vez mais carreiras de sucesso que muitas vezes os levam a viajar pelo mundo, enquanto um número crescente de adolescentes aspira a seguir os passos deles e frequenta escolas especializadas em desportos electrónicos.

 

"A Coreia do Sul produziu muitos jogadores talentosos", salientou Song Chong-ho, gerente-geral da T1. "Tornou-se o Brasil do eSports."

 
(Texto original: Inside the ‘World Cup of E-sports’)

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