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Petrobras contrata Citigroup, Bradesco e Santander para vender activos
A Petrobras está a trabalhar com os bancos Citigroup, Bradesco e Santander Brasil para vender participações em três empresas, como parte do plano de desinvestimento para poupar 13,7 mil milhões de dólares (13 mil milhões de euros).
De acordo com a agência financeira Bloomberg, que cita quatro fontes que estão envolvidas nas negociações, mas que não podem ser nomeadas, a Petrobras está a trabalhar com o Citigroup e com o Bradesco para ser aconselhada na venda da participação na Petrobras Distribuidora, conhecida como BR, a maior distribuidora de petróleo e derivados na América Latina, e recorreu ao Santander Brasil para desinvestir na Transportadora Associada de Gas (TAG).
O objectivo deste aconselhamento é conseguir aumentar o patamar de poupanças de 11 mil milhões de dólares até 2018 para 13,7 mil milhões, como parte do esforço de recuperação financeira que a empresas está a fazer para conseguir cumprir os compromissos financeiros, nomeadamente os pagamentos da dívida.
O plano financeiro que a empresa está a delinear para ultrapassar a má situação financeira e o envolvimento "no maior escândalo de sempre de corrupção no Brasil", como o descreve a agência Bloomberg, não é, no entanto, bem aceite por todos.
Numa entrevista à Bloomberg, o administrador Silvio Sinedino disse que estas operações equivalem a "vender o almoço para comprar o jantar", e criticou a venda de activos importante numa altura em que as condições de mercado não são favoráveis: "Quando os compradores sabem que nós precisamos de vender, os activos desvalorizam-se. As condições de mercado são muito más, o dólar está em alta, o preço do petróleo está em baixa... é uma altura terrível para vender", disse o administrador.
A lista de activos cuja venda pode avançar está a ser compilada por uma equipa da Petrobras liderada por Isabela Carneiro, que responde directamente ao director financeiro, Ivan Monteiro, e pode ainda ser modificada.
Segundo a Bloomberg, a Petrobras falhou o objectivo de desinvestimento nos últimos quatro anos, essencialmente por a administração estar habituada a expandir as operações, e não a vender activos.
A Petrobras enfrenta uma difícil situação financeira e legal, estando sem emitir dívida desde o ano passado, devido às condições adversas do mercado financeiro, nomeadamente a falta de confiança dos investidores, que levou a Moody's a descer o 'rating' em dois níveis, para 'lixo', e as investigações sobre o escândalo de corrupção financeira conhecido como Lava-Jato, que envolve também importantes figuras políticas brasileiras.