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Patrões criticam Orçamento: “Perfeitamente desastroso”, com “falta de ambição”

As principais confederações empresariais criticam em conjunto a "falta de audácia" do Governo, por ter apresentado uma proposta semelhante à que tinha sido chumbada em outubro.

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A proposta de Orçamento do Estado para 2022 é considerada como um documento "perfeitamente desastroso" por João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal e um dos porta-vozes do Conselho Nacional das Confederações Patronais — que agrega ainda a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), a Confederação do Turismo (CTP) e a Confederação dos Agricultores (CAP).

Em conferência de imprensa, as confederações lamentaram que a proposta de Orçamento para este ano continue "muito aquém do que seria desejável", diz Manuel Reis Campos, presidente da CPCI. Isto porque são "muito poucas as medidas para as empresas", num documento que "não corresponde à atual conjuntura marcada pelo aumento dos preços", defende ainda.

Também António Saraiva, presidente da CIP, afirma que o OE2022 "é pouco ambicioso" e "não corresponde a nova realidade" do país, defendendo que o Governo teria condições para fazer muito melhor, tendo em conta que agora tem uma maioria absoluta.

Já Francisco Calheiros critica "a carga brutal fiscal sobre empresas e famílias", mas o presidente da Confederação do Turismo também entende que o Governo pode resolver alguns dos problemas do país sem que haja qualquer impacto orçamental. Por exemplo: a "falta de mão de obra terrível", que diz ser transversal a todos os setores da economia. "Não há mais capacidade instalada" e, por isso, considera ser "fundamental mais investimento na imigração", assim haja vontade do Governo em tirar do caminho os "problemas burocráticos" que existem neste capítulo.

Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP, espera "que o Governo se disponibilize para dialogar", de forma a "adaptar o OE à nova realidade". As confederações prometem reclamar novas medidas junto do primeiro-ministro e do Presidente da República com o intuito de forçar alterações durante o período de discussão da proposta orçamental na especialidade.  

Depois disso, e apesar do crescente agravamento da situação — com forte aumento de custos para as empresas e dos preços nos consumidores —, António Saraiva não vê necessidade de um eventual orçamento retificativo. Questionado sobre essa possibilidade, o presidente da CIP coloca-a de parte, porque "este Orçamento do Estado tem vida curta". Se não houver alterações relevantes agora na fase da especialidade, o foco dos patrões passará a estar na proposta de Orçamento que será feita em outubro, para 2023.

Criado em 2021, o Conselho Nacional das Confederações Portuguesas lançou em fevereiro, antes da invasão da Ucrânia e da apresentação do Orçamento do Estado para este ano, um documento com "desafios e ambição para a legislatura", em que defendeu a diminuição da carga fiscal, a celebração de um pacto social para o crescimento e ajuda à estrutura financeira das empresas, entre outras medidas.

Última atualização às 17h32.
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