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Património mundial regista o maior crescimento da década
Mesmo com pandemia e inflação o património financeiro registou o maior crescimento da última década.
O património financeiro registou o maior crescimento da última década a nível global, mesmo num contexto mundial de pandemia e inflação.
O património mundial registou um aumento de 10,6%, um incremento de 27 mil milhões de dólares (25,6 mil milhões de euros), totalizando no ano passado, 530 mil milhões de dólares (503 mil milhões de euros). É um valor recorde, justificado maioritariamente pelos ganhos do mercado acionista e um aumento na procura de ativos físicos.
Estes são resultados de um estudo da Boston Consulting Group (BCG), "Global Wealth 2022: Standing Still Is Not an Option".
Em Portugal, o crescimento registado em 2021 foi de 3,3% e espera-se que o património nacional continue a trajetória de crescimento com mais 2,9% por ano, até 2026. Portugal totalizou assim 1,1% do património da Europa ocidental, face a 1,2% em 2020 e teve um crescimento abaixo dos 6% verificados na região.
Tal como em 2020, o dinheiro vivo e os depósitos mantêm-se como a classe de ativos predominante e perfazem um total de 47% da riqueza em Portugal, acima dos valores da Europa Ocidental (30%) e no mundo (27%). Ainda assim, espera-se que as ações e os fundos de investimento cresçam a um ritmo superior nos próximos cinco anos – 3,6% por ano, de acordo com a BCG.
No Velho Continente, considerando os ativos tangíveis (48% do património total), verificou-se um aumento de 9% em território nacional, face aos 8% em contexto europeu.
Relativamente à distribuição de património em Portugal, a maioria continua a ser detida pelos que possuem um património total abaixo de 250 mil euros (51%) semelhante ao verificado nos dois anos anteriores. Contudo, espera-se que caia 2 pontos percentuais até 2026.
Numa tendência contrária, 12% do património é detido pelos que possuem fortunas superiores a 100 milhões de euros, segmento que deverá contar com um crescimento de 1 ponto percentual até 2026.
O estudo da BCG adianta ainda que é esperada uma mudança a nível geográfico, contando que Hong Kong ultrapasse a Suíça em 2023 como a região que gere a maior quantidade de património transfronteiriço privado - depois de 20 anos de domínio por parte da Suíça.
O relatório estima ainda que o nível de património continue a aumentar em todas as regiões, sendo que a região Ásia-Pacífico deverá manter as taxas mais rápidas de crescimento, com um incremento anual de 8,4% - caso essa taxa se mantenha até 2026, a região poderá albergar quase um quarto do património mundial.
Na Europa Ocidental, o crescimento deverá decrescer, dos 4,5% observados nos últimos cinco anos para um nível abaixo de 4% de aqui em diante.
"O desenvolvimento de património é resiliente e, mesmo num contexto de turbulência geopolítica, a taxa de crescimento deverá continuar a ser positiva", explica o sócio da BCG em Portugal, Pedro Pereira.
"A aversão ao risco do investidor português mantém-se, com a predominância em ativos como o dinheiro vivo e depósitos quando comparado com o resto do globo. Ainda assim e decorrente da incerteza quanto à conjuntura futura, começamos a ver uma maior aposta em seguros do ramo vida e pensões", adianta ainda.