Com pezinhos de lã ou de rompante, vários dos principais grupos portugueses têm avançado nos últimos tempos para alterações de fundo nas respetivas estratégias de negócio.
Não há apenas uma motivação. É um "mix" de vontades, de pressões ou mesmo inevitabilidades que coincidem num tempo de grande turbulência e reconfiguração. O Negócios reúne neste trabalho alguns desses casos.
Por um lado, as questões ambientais. A pressão para abandonar atividades poluentes leva empresas energéticas a diversificarem o negócio em direção à sustentabilidade. É o caso da Galp, a petrolífera que já não quer ser petrolífera. É também o caso de grupos como a Navigator, o "produtor integrado de floresta, papel, tissue e bioenergia" que hoje se apresenta como "bioindústria".
Há ainda, noutros casos, a vontade de centrar as atenções nos negócios essenciais, de grande dimensão, nos grandes mercados (Mota-Engil).
Ou, simplesmente, abandonar a ideia de conglomerado, dando mais autonomia aos diferentes segmentos que compõem o negócio do grupo (como é o mais recente caso da Sonae).
E, claro, não podia faltar a pandemia. O grupo Pestana é apenas um de vários que quis reforçar em áreas que não estejam expostas a fenómenos como este, que tem marcado o mundo nos últimos dois anos. Depois do primeiro prejuízo em quatro décadas, o turismo não deixou de ser o grande pilar, mas, desde 2019, o peso do imobiliário no volume de negócios passou de 15% para 30%.