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Negociações sino-americanas tentam reavivar Ronda de Doha
Os representantes comerciais dos Estados Unidos e da China iniciaram hoje em Pequim uma tentativa de reavivar as negociações sobre comércio internacional, desde que a Ronda de Doha fracassou em Julho.
Os representantes comerciais dos Estados Unidos e da China iniciaram hoje em Pequim uma tentativa de reavivar as negociações sobre comércio internacional, desde que a Ronda de Doha fracassou em Julho.
Susan Schwab, representante de Comércio dos Estados Unidos da América, encontrou-se hoje com o seu homólogo chinês, o ministro do Comércio Bo Xilai, a quem pediu ajuda para reanimar as conversações sobre comércio internacional que, disse, "só ainda não morreram porque estão ligadas à máquina".
A Ronda de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), fracassou em Julho, quando a OMC suspendeu as negociações em data definida para as reatar, após a União Europeia, os Estados Unidos e outros grandes blocos comerciais não terem chegado a acordo sobre as barreiras ao comércio agrícola internacional.
"Temos que encontrar uma saída do impasse", disse Scwahb aos jornalistas após o encontro com Bo Xilai.
"Eu e o ministro Bo debatemos quais as formas da China ter uma papel de liderança na recondução de novas negociações", acrescentou Schwab.
O Ministério do Comércio chinês não fez, até agora, qualquer comentário sobre o encontro, onde os dois responsáveis discutiram também a abertura do mercado chinês a bens e serviços dos Estados Unidos e a protecção da propriedade intelectual na China.
"Vemos ainda sérios problemas na forma como a China trata a questão dos direitos de propriedade intelectual, mas reconhecemos que eles estão a agir", considerou Sean Spicer, porta-voz de Susan Schwab.
No encontro, os Estados Unidos apelaram também à abertura do mercado chinês de seguros, turismo e peças automóveis, com Pequim a pretender ver um fim nos controlos americanos à exportação para a China de bens de alta tecnologia e nas restrições à emissão de vistos para os Estados Unidos.
Os Estados Unidos têm um défice comercial que atingiu em 2005 o valor recorde de 157 mil milhões de euros (202 mil milhões de dólares americanos), que deverá ser ainda maior em 2006 e que tem sido um foco de tensão nas relações diplomáticas entre os dois países.
A Ronda de Doha da OMC tem como objectivo a assinatura de um tratado comercial global, que assegure uma redução nas barreiras comerciais que permita aos países mais pobres fazer crescer as suas economias através da exportação.