Nascido no Porto a 1 de Julho de 1929, Fernando Guedes fundou a Editorial Verbo em 1958, editora à qual esteve ligado até 2009 e na qual foi responsável, por exemplo, pela edição da Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura e da antiga colecção de livros da RTP.

A par do percurso literário, com a publicação de ensaio e ficção, Fernando Guedes presidiu à direcção do Grémio Literário de Editores e Livreiros e da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros. Foi membro das academias portuguesas de Ciências, Belas Artes e História.

A nível internacional, Fernando Guedes foi, por exemplo, presidente da Federação de Editores Europeus e era presidente honorário da União Internacional de Editores.

 
Fernando Guedes estreou-se como poeta em 1949 com "A Esfera". Um ano depois fundou, com David Mourão-Ferreira, António Manuel Couto Viana e Luís Macedo, a revista Távola Redonda e dirigiu mais tarde a revista Tempo Presente.

Como poeta, recebeu os prémios Antero de Quental (1963) e Nacional de Poesia (1968). Foi condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique da República Portuguesa e com o grau de Oficial da Ordem das Artes e das Letras do Governo de França.

Em 1998 foi agraciado pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Ordem do Infante D. Henrique.

O velório realiza-se a partir das 17:00 de hoje na Igreja do Lumiar, em Lisboa, e o funeral realiza-se na terça-feira, a partir das 10:00, para o cemitério do Lumiar.

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) lamentou a morte do editor e escritor Fernando Guedes, que descreveu como "figura ímpar" do panorama da edição literária portuguesa.

Fernando Guedes, que morreu na quinta-feira aos 87 anos, em Lisboa, "foi moldando e marcando o panorama cultural e literário português, tanto pelo seu contributo único como editor para o enriquecimento cultural do país, como pelas muitas obras publicadas", afirma a APEL em comunicado.

Fernando Guedes foi homenageado em 2010 pela Feira do Livro de Lisboa.

Também o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, lamentou hoje a morte de Fernando Guedes, que deixa uma carreira de mais de 50 anos dedicados à cultura.