O Governo não vai intervir num suposto processo de venda da Lusomundo Media pela Portugal Telecom (PT), disse Morais Sarmento. «Essa é uma decisão da PT. O Estado não vai intervir nesse processo», afirmou o ministro da Presidência num encontro com jornalistas a propósito do lançamento do portal de compras electrónicas do Estado.

«A PT é uma empresa com o capital cotado em bolsa e tem accionistas privados. É a empresa que tem que tomar essas decisões», reforçou Morais Sarmento, escusando-se a revelar se o Estado, enquanto accionista da empresa, não tinha uma posição sobre isso.

«Não expresso opiniões. Se o fizesse isso poderia ser entendido como uma intervenção no processo», disse.

Esta é uma posição que coincide com a posição do presidente da PT [ptc], Miguel Horta e Costa, expressa há cerca de um mês e que pôs termo à acesa discussão sobre a eventual venda da unidade de «media» do grupo e a intervenção do Estado nessa operação.

Morais Sarmento tem sob a sua alçada a tutela da Comunicação Social. O Estado tem direitos especiais («golden share») na PT, através de 500 acções, que lhe permitem vetar decisões estratégicas, como vendas e compras de activos.

Quanto à nova autoridade que vai regular os «media», substituindo a Alta Autoridade para a Comunicação Social, o ministro disse que está tudo pronto e o Governo que vier a seguir pode aprová-la em 15 dias. O processo não avança devido à dissolução do Parlamento, apesar do bom entendimento com o PS.

As acções da PTM [ptm] encerraram nos 19 euros a cair 0,16%.