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Millennium bcp pode rever em baixa estimativas para Jerónimo Martins
Os resultados apresentados esta manhã pela distribuidora nacional Jerónimo Martins (JM) não surpreenderam positivamente os analistas. Pelo contrário, o BPI avalia o impacto num intervalo entre «neutral e ligeiramente positivo» e o Millennium bcp investime
Os resultados apresentados pela JM saíram abaixo das estimativas do banco de investimento, que elege uma base trimestral para realizar as comparações. O banco previa um resultado líquido de 18,4 milhões de euros, 1,5 milhões de euros acima dos números apresentados pela distribuidora.
No que respeita ao EBITDA e à dívida líquida, o analista refere que ambas as rubricas saíram abaixo do esperado. A primeira, o «cash flow operacional», foi de 128,3 milhões de euros, 3% abaixo do esperado e a segunda foi de 680 milhões, mais 42 milhões que estimado.
A casa de investimento afirma, ainda, que a empresa dirigida por Luís Palha «realizou apenas 42% da nossa estimativa de EBITDA para o final do ano, abaixo dos 44% realizados em igual período de 2003 (a JMR, a Indústria estão piores face a 2003)».
Com estas apreciações, o banco de investimento considera que poderá haver espaço para uma eventual revisão em baixa das estimativas para a JM, «caso os resultados não recuperem até ao final do ano».
Em relação às negociações da JM com quadros da empresa, no que respeita à antecipação dos recebimentos relacionados com a alienação da Eurocash que foi efectuada através de um «Management Buy Out» (MBO – compra efectuada por gestores da própria empresa), o banco avalia como positivo. Através desta operação a JM poderá focar-se inteiramente no negócio da Biedronka, tendo um impacto ligeiramente positivo (0,5%) na avaliação da empresa.
A Jerónimo Martins anunciou hoje que os resultados líquidos do primeiro semestre cresceram 77,6% face ao período homólogo do ano passado. A segunda maior distribuidora nacional beneficiou do corte de custos e da descida da dívida, em 230 milhões de euros.
Os lucros dos primeiros seis meses deste ano, que já incorporam as novas normas internacionais de contabilidade (IAS), ascenderam a 30,27 milhões de euros, contra os 17,5 milhões de euros do período homólogo. As IAS são obrigatórias a partir de 2005, mas a JM decidiu antecipar a sua aplicação para este ano, de modo a que os resultados de 2005 sejam comparáveis.