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Mário Ferreira descarta despedimentos no turismo e diz que "ainda vai contratar"

"Temos 500 trabalhadores em 'lay-off' e não vamos despedir. Ainda vamos contratar mais em Portugal e fora", assegurou o empresário em entrevista à Lusa.

A Douro Azul, que diz não ter salários mínimos na empresa, propõe a redução do IRC como alternativa.
14 de Maio de 2020 às 18:43
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O empresário Mário Ferreira, dono, entre outras empresas do turismo, da Douro Azul, garantiu hoje, em entrevista à Lusa, que não vai despedir, assegurando até que o grupo "ainda vai contratar mais", apesar do impacto da pandemia.

"Temos 500 trabalhadores em 'lay-off' e não vamos despedir. Ainda vamos contratar mais em Portugal e fora", assegurou o empresário.

De acordo com Mário Ferreira, só os navios estão em 'lay-off', visto que "a época nem abriu, mas já estavam todos contratados mesmo para os navios". "Temos um novo que ainda está em Viana [nos estaleiros] e que não trouxemos para cá, mas já tinha a tripulação toda contratada". O resto dos funcionários estão em teletrabalho.

"A partir da próxima semana vamos começar a reativar já grande parte das pessoas para voltarem e começarmos a normalizar o quanto possível a vida e o dia-a-dia", adiantou.

"A nossa frota náutica está parada", reconheceu, salientando que as empresas estão a preparar-se "para recomeçar o quanto antes". 

"Na Europa vamos já fazer uns testes na Alemanha, acreditamos que o mercado alemão será dos primeiros a voltar em força em termos turísticos e queremos avançar no Reno já a partir de inícios de junho", referiu, indicando que no Douro a atividade poderá ser retomada no final do mesmo mês "com condições muito especiais de controlo sanitário".

Para a retoma, o empresário prevê, nomeadamente no Douro, implementar um plano "mais complexo", que poderá passar por "testar os passageiros antes de embarcar" e pelo recurso a túneis especiais nas zonas de embarque, que medem a temperatura e ajudam na desinfeção.

"Agora é preciso que os países abram as fronteiras e que os aviões comecem a voar, essas são as condições porque da nossa parte temos o modelo preparado e estamos prontos para arrancar", assegurou o empresário.

Mário Ferreira acredita ainda que "a tendência é viajar em navios mais pequenos, abaixo de mil passageiros" e que se vai ter "uma procura superior", garantindo que já estão a ser recebidas reservas para este ano e para o próximo. 

O empresário destacou ainda que está a ser trabalhada uma estratégia para fazer face ao futuro, caso haja uma faturação "zero", num cenário em que o grupo não iria, ainda assim, despedir ou parar os investimentos.

"Temos alocados este ano 100 milhões de euros em Viana nos estaleiros e mantêm-se da mesma forma", assegurou, recordando que está a ser terminado um hotel em Vila Nova de Gaia e apartamentos na zona histórica do Porto.

Em maio do ano passado, Mário Ferreira vendeu 40% da sua 'holding' de cruzeiros, a Mystic Invest Holding, aos americanos do fundo Certares por 250 milhões de euros, confirmou à Lusa fonte oficial do grupo, nessa altura. 

A informação que foi avançada pela revista Exame e deu conta de que esta operação iria permitir reforçar o capital e provisões da companhia e investir em outros negócios, incluindo a empresa mãe, a Mystic Invest SGPS.

A Certares é um fundo que investe em empresas de viagens, turismo e hotelaria, tendo ficado com posição minoritária na 'holding' que conta com empresas como a Douro Azul, a Nicko Cruises ou a Mystic Cruises.
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