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Mário Bettencourt Resendes morreu aos 58 anos

O jornalista Mário Bettencourt Resendes morreu hoje aos 58 anos, após doença oncólogica prolongada.

02 de Agosto de 2010 às 09:30
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O jornalista Mário Bettencourt Resendes morreu hoje aos 58 anos, após doença oncólogica prolongada. O antigo director do Diário de Notícias desempenhava desde 2007 as funções de provedor dos leitores do jornal da Global Notícias e era comentador habitual de política na SIC e na TSF.

O jornalista faleceu no Hospital Cuf Descobertas, pelas 02h15, e o corpo vai estar esta tarde em câmara ardente na Igreja de S. João de Deus, em Lisboa. O funeral deve realizar-se amanhã, em hora ainda a determinar, adianta a agência Lusa.

Mário Resendes nasceu em 1952, em Ponta Delgada, e começou a sua carreira no jornalismo em 1975, depois de ter sido "apanhado" pelo 25 de Abril quando estava no quinto ano do curso de Gestão de Empresas e Economia. Com as aulas paradas e a sociedade em convulsão, Mário Resendes resolveu ir tirar um curso de jornalismo a Paris. Nunca mais voltou à economia.

Em 1975 foi estagiar como jornalista do Diário de Notícias e, no final do estágio, entrou para a equipa fundadora do Jornal Novo, um jornal pós-revolução politicamente activo. Ainda passou por uma revista semanal chamada Opção mas pouco mais de um ano depois, em Novembro de 1976, voltou ao DN, onde ingressou nos quadros.

No DN foi, sucessivamente, redactor de Política Nacional, editor do suplemento "Análise DN", coordenador das secções de Política Nacional, Economia e Trabalho, e director adjunto.

Quando o título foi privatizado, em 1991, já era director, tendo passado a integrar o grupo Lusomundo. Alguns anos depois, quando o jornal passou para as mãos do grupo Controlinveste, mantinha-se no cargo e afirmou sempre ter uma relação excelente com o empresário Joaquim Oliveira.

Depois de sair da direcção do DN, tornou-se, em 2007, provedor dos leitores daquele título, cargo cuja criação aconteceu por sua iniciativa.

Apesar do interesse no jornalismo ter perdurado mesmo depois de sair da direção do DN, deixou para trás um sonho que considerou inconcretizável: ser governador de Macau.

"Tenho um grande fascínio pelo oriente e deve ter sido extremamente interessante o exercício daquelas funções e a relação com a República Popular da China", disse numa entrevista.

Além de jornalista, Mário Resendes foi professor de Comunicação Social no Instituto Superior de Comunicação Social, moderador de mesas-redondas, analista político e responsável por programas na RTP e na Rádio Comercial e comentador político na TSF.

Assumiu ainda a vice-presidência da comissão directiva europeia da Associação de Jornalistas Europeus, a presidência da assembleia geral da secção portuguesa e em 1994 foi nomeado, pela Comissão Europeia, para fazer parte do Conselho Consultivo dos Utilizadores (Bruxelas).

Membro do conselho director do Centro Europeu de Jornalismo, foi galardoado com o Prémio Europeu de Jornalismo, atribuído pela Associação de Jornalistas Europeus, em 1993.

Foi ainda porta-voz do Movimento Informação e Liberdade, criado em 2008, com o objectivo de ser interlocutor em todos os processos de discussão de matérias de interesse para a classe dos jornalistas como a auto regulação e o acesso à profissão.

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