Notícia
Má saúde psicológica pode custar às empresas três vezes mais que a Ponte Vasco da Gama
Por outro lado, a prevenção e a promoção da saúde psicológica e do bem-estar nas empresas pode reduzir as perdas de produtividade em pelo menos 30%, o que corresponde a uma poupança de mil milhões de euros por ano.
Problemas de saúde psicológica podem custar 3,2 mil milhões de euros por ano às empresas, ou seja, três vezes mais que o despendido pelo Estado na Ponte Vasco da Gama, estima a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP).
Entre as práticas que são mais custosas para as empresas estão o absentismo e o presentismo. No primeiro caso, o stress, burnout e outros problemas de saúde psicológica levam os trabalhadores a faltar até 6,2 dias por ano. No segundo caso, o presentismo, os mesmos fatores de desgaste levam a que, apesar de estarem presentes, as pessoas não sejam produtivas, o que se traduz no dobro dos dias de "ausência": 12,4, resultando em custos para a empresa que podem ascender a 0,9% do volume de negócios.
Além destes problemas, o mesmo relatório da OPP – "Relatório do Custo do Stress e dos Problemas de Saúde Psicológica no Trabalho em Portugal"- assinala que existem consequências em termos de motivação, aumento dos conflitos no trabalho, nos acidentes por erro humano, na rotatividade e na intenção de abandonar o posto de trabalho.
Entre as "maiores ameaças à saúde física" no local de trabalho contam-se o assédio, a violência durante o expediente, a adição ao trabalho ou a fadiga e elevada carga mental. No caso da depressão, está associada a um aumento da mortalidade em 50%.
Por outro lado, a prevenção e a promoção da saúde psicológica e do bem-estar nas empresas pode reduzir as perdas de produtividade em pelo menos 30%, o que corresponde a uma poupança de mil milhões de euros por ano. Segundo a OPP, os programas de promoção da saúde psicológica no trabalho têm um retorno do investimento de mais de 9 euros por cada euro gasto.