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Lucro dos CTT cai 22% para 27,8 milhões até setembro
As receitas cresceram 10,7% para 792 milhões à boleia do desempenho recorde da área de Expresso e Encomendas. Pelo contrário, o menor volume de subscrição de dívida pública penalizou as contas, uma tendência que começou a ser invertida este mês com a subscrição de certificados de aforro a acelerar.
Nos primeiros nove meses do ano, o resultado líquido dos CTT atingiu 27,8 milhões de euros, uma queda de 22% face ao mesmo período do ano passado, explicada pela redução das receitas de certificados de aforro.
Os rendimentos operacionais ultrapassaram os 792 milhões de euros, o que representa um aumento de 10,7% justificado pela empresa liderada por João Bento com o "desempenho recorde de Expresso e Encomendas" e o "crescimento sustentado no Banco CTT".
Analisando por segmentos, a logística - a nova aposta forte do grupo - alcançou receitas de 678,6 milhões, um aumento de 19,7%, tendo representado já 86% dos rendimentos totais dos CTT.
A área de Expresso e Encomendas - que está integrada no segmento de logística - alcançou 330,5 milhões registando um aumento de 44%. O terceiro trimestre bateu mesmo recorde a nível de volumes, receita e margem, "antecipando-se assim um forte desempenho na peak season [época alta]", no quarto trimestre que inclui o Natal.
Pelo contrário, os serviços financeiros penalizaram as contas, refletindo o menor volume de colocações de dívida pública. As receitas do Banco e Serviços Financeiros caíram 23,5% para 113,6 milhões de euros, uma tendência que começou a ser invertida já este mês com a revisão em alta do limite de subscrição de certificados de aforro. Aliás, olhando para os dados divulgados pelos CTT é possível verificar que a procura tem duplicado. Uma tendência que a empresa acredita estar para ficar.
No início de outubro, houve uma alteração nas condições de comercialização dos Certificados de
Aforro anunciadas pelo Governo, tendo o limite máximo de aplicação por subscritor aumentado de 50
mil para 100 mil euros na série F e de 250 mil para 350 mil euros no acumulado da série E e F.
"Esta mudança nos limites despoletou um aumento significativo de subscrições no mês de outubro", sublinha a empresa que, entretanto, também começou a permitir a subscrição online deste tipo de produtos. A subscrição através da aplicação CTT pesa cerca de 5% do total, sabe o Negócios. Mas a empresa acredita que irá crescer a um ritmo acelerado.
Os títulos de dívida pública - certificados de aforro e certificados do tesouro poupança crescimento - geraram receitas de 7,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma queda de 82,4% face ao mesmo período de 2023.
No total, de janeiro a setembro, foram efetuadas subscrições no montante de 1,8 mil milhões de euros, um valor que compara com os 12,3 mil milhões de euros de subscrição no mesmo período de 2023. Recorde-se que no primeiro semestre do ano passado houve uma corrida a este tipo de produtos devido à subida da Euribor e à demora dos bancos em reflectir esse aumento nos juros dos depósitos.
Por fim, os rendimentos operacionais do Banco CTT atingiram 96,3 milhões de euros até setembro, um aumento de 2,5%. "Excluindo o impacto da saída da parceria do cartão Universo, o crescimento dos rendimentos operacionais teria sido 14,5%", lê-se no mesmo comunicado.
"O crescimento dos rendimentos contou com o desempenho positivo da margem financeira, que atingiu 73,1 milhões", um aumento de 1,4%, detalha a empresa.
(Notícia atualizada )