A operadora norte-americana e a Virgin Media anunciaram que alcançaram um acordo de venda da cotada que faz parte do império de Richard Branson ao preço de 47,87 dólares por acção (35,39 euros). A oferta ascende a 16 mil milhões de dólares pagos em dinheiro e em acções e avalia a operação em 23,3 mil milhões de dólares, incluindo o valor da dívida.

A operação faz sentido do ponto de vista estratégico graças às sinergias, segundo os analistas. “É uma transacção atractiva para a Liberty Global”, disse Matthew Harrigan do Wunderlich Securities, à Bloomberg. “O número de acções emitidas com o negócio é um pocuo mais alto do que algumas pessoas esperavam mas existem boas sinergias de programação.”

O empresário Richard Branson, cujo império tem origem numa loja de discos que acabaria por editar os Sex Pistols, encaixa 316 milhões de dólares. A oferta da Liberty Global incorpora um prémio de 24% face ao valor das acções no dia 5 de Fevereiro, quando foram anunciadas as negociações entre as duas empresas, de 24%. O ganho de Branson com a operação é de 61 milhões de dólares, face ao valor de mercado das acções que controla.

Os accionistas da Virgin Media vão receber 17,50 dólares por cada acção que detêm da Virgin Media, bem como 0,2582 acções tipo A da Liberty Global e 0,1928 acções tipo C. Terão cerca de 36% da operadora com sede no estado norte-americano do Colorado e vão controlar 26% dos direitos de voto na empresa.

Com esta aquisição, John Malone, que controla a Liberty Global, volta a concorrer com o arqui-rival mas, desta vez, em território britânico. Os dois empresários do ramo dos media foram concorrentes e parceiros no mercado de televisão norte-americano.

“Acrescentar a Virgin Media à nossa grande e crescente operação europeia é uma extensão natural da estratégia de criação de valor que temos implementado ao longo de sete anos”, disse o presidente executivo da operadora, Mark Fries, citado pela Bloomberg.