Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Jerónimo Martins diz que não viu “lucros extraordinários”

A CFO do grupo português reagiu ao anúncio da tributação dos lucros extraordinários das empresas, num dia em que a JM já esteve a perder 4,6% em bolsa.

Jerónimo Martins e Sonae garantem que vão acomodar para já a subida de custos, mas apontam para uma partilha de encargos no futuro.
Bruno Colaço
Patrícia Naves patricianaves@negocios.pt 27 de Outubro de 2022 às 11:01

A Jerónimo Martins não viu "lucros extraordinários" nos seus vários negócios em Portugal, comentou esta quinta-feira a CFO Ana Luísa Virgínia. Numa "conference call" com analistas, citada pela Bloomberg, a responsável pelo grupo que detém o Pingo Doce comentou o impacto de eventuais impostos inesperados nas empresas de distribuição retalhista em Portugal, anunciados na quarta-feira por António Costa.

 

Segundo a CFO da Jerónimo Martins, tudo "vai depender de como a lei será publicada e entrará em vigor", mas adiantou: "temos o imposto de renda corporativo mais alto da Europa aqui em Portugal e não sabemos como virá a lei em termos de cálculo dos chamados lucros inesperados", frisou.

 

Na manhã desta quinta-feira, os títulos da Jerónimo Martins lideraram as perdas na bolsa portuguesa, chegando a cair 4,6%. 

 

Na quarta-feira, a Jerónimo Martins informou que registou, nos primeiros nove meses do ano, lucros atribuíveis de 419 milhões de euros, um aumento de 29,3% em relação ao período homólogo.


No mesmo dia, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que irá apresentar a referida proposta de lei na Assembleia da República para tributar os lucros extraordinários que as empresas estão a ter com a atual crise energética; e que a medida deverá abranger não só as empresas de energia, mas também o setor da distribuição, onde se incluem supermercados.

 

"Mal termine este debate orçamental, espero que a Assembleia da República tenha disponibilidade para discutir a proposta que tem de estar fora do Orçamento do Estado, para aplicar aos lucros de 2022 e não de 2023, a proposta de lei que vamos apresentar para a tributação dos lucros não esperados", disse António Costa, no debate do Orçamento do Estado para o próximo ano (OE 2023), na Assembleia da República.

Segundo o governante, a proposta deverá taxar um conjunto de empresas que "são, não só do setor energético, mas também do setor da distribuição", e que devem, defendeu, "pagar por aqueles lucros que estão a ter injustificadamente com esta crise".

 

A decisão de avançar com a tributação dos lucros extraordinários das empresas já tinha sido anunciada pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, depois de a Comissão Europeia ter dado "luz verde" à tributação de lucros excessivos, ou seja, de resultados que correspondam a um aumento médio de 20% face aos valores registados nos três anos anteriores.

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio