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Ikea quer devolver apoios que recebeu de Portugal durante "período difícil"
A companhia sueca diz que o impacto da pandemia não está a ser tão forte como se temia, pelo que pretende negociar com os países que deram apoios a devolução dos fundos recebidos.
A Ikea está a negociar com governos de nove países a forma de lhes devolver os fundos de apoio que recebeu durante o período em que a companhia sueca fechou as suas lojas devido às medidas de contenção da pandemia da covid-19.
Portugal é um destes países, de acordo com uma notícia avançada este sábado pelo Financial Times, que cita Tolga Oncu, diretor da companhia sueca. Bélgica, Croácia, República Checa, Irlanda, Roménia, Sérvia, Espanha e Estados Unidos são os outros países que apoiaram a Ikea.
"Agora sabemos mais do que em fevereiro e março, pelo que o que devemos fazer passa por dizer ‘muito obrigado pela vossa ajuda durante este período difícil e agora vamos ver como poderemos devolver" os apoios, disse Tolga Oncu ao jornal britânico.
Em Portugal a Ikea tem cinco lojas (Alfragide, Loures, Loulé, Matosinhos e Braga), que estiveram encerradas entre 18 de março e 31 de maio. A companhia sueca colocou 65% dos trabalhadores em lay off, tendo pago o salário a 100%.
Em Portugal será este pagamento do lay off simplificado que a Ikea pretende agora devolver. A companhia assinala que as negociações com os governos estão ainda numa fase inicial e está ainda a avaliar como poderá proceder à devolução dos fundos, até porque os esquemas de apoio diferem de país para país.
Em declarações à Lusa, fonte oficial da Ikea Portugal assegurou que o grupo manifestou, na semana passada, a intenção de devolver ao Governo português os apoios, não tendo ainda estimado os montantes em causa.
"Vamos avaliar a forma como vamos proceder à devolução. No final do mês contamos reunir com o Ministério do Trabalho", afirmou a mesma fonte, acrescentando que a Ikea Portugal "está muito honrada e feliz com a decisão do grupo".
Nesta altura a Ikea tem apenas 23 das suas lojas encerradas a nível mundial. No início da pandemia e quando as lojas começaram a fechar, a empresa chegou a estimar quedas nas vendas entre 70% a 80%, mas depois da reabertura verificou uma forte procura, com os clientes a acelerarem as compras devido à necessidade de reformularem as suas habitações.
(notícia atualizada às 19:42 com declarações da empresa à Lusa)