Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Há um museu na Suécia dedicado aos fracassos empresariais

Desde a pasta dentífrica com sabor a lasanha ao ketchup verde, passando por um jogo de tabuleiro em que Donald Trump era o protagonista, muitas têm sido as ideias que não vingam no mundo empresarial. Mas podemos aprender com elas.

15 de Julho de 2017 às 18:00
  • ...

Nos Estados Unidos, a cultura empresarial é muito diferente da europeia. Lá, um empresário que já tenha fracassado não é visto com desconfiança. Muito pelo contrário. A cultura do erro é uma realidade. Se já falhou, então aprendeu com os erros e tem mais probabilidades de ser agora bem sucedido.

 

Mas há ideias que não vingam de tão estranhas – ou fora de época – que são. Nem sempre o slogan publicitário criado por Fernando Pessoa para a Coca-Cola – "primeiro estranha-se, depois entranha-se" – se aplica.

 

Foi a pensar nessas ideias que não resultaram que se criou um museu dedicado aos fracassos empresariais, como conta o El País. Fica na localidade sueca de Helsingborg e desfila tentativas empresariais que não passaram disso mesmo: tentativas.

 

Exemplos há muitos: a pasta de dentes com sabor a lasanha, ketchup verde, perfume da marca de motos Harley-Davidson, uma bebida que mistura Coca-Cola e café, relata o jornal espanhol.

Mas há mais "flops", como conta o The Telegraph. É o caso do CueCat, um leitor de códigos de barras lançado em 2000 que poucos consumidores consideram útil. A ideia, explica o jornal britânico, era direccionar as pessoas para um website ao passarem o leitor numa revista, por exemplo, em vez de terem de escrever o url. 

Uma outra ideia que não vingou foi um jogo de tabuleiro da época em que Donald Trump era apenas um magnata do imobiliário e não o presidente dos Estados Unidos

 

Pesquisando na Internet por jogo de tabuleiro e Donald Trump, rapidamente se encontra o referido jogo (Trump, the game), que remonta a finais dos anos 90. O actual residente da Casa Branca era o protagonista do jogo e na tampa da caixa surge o seu rosto e o seguinte aviso: "Estou de volta e estás despedido!".

 

O jogo, como explica o Micabezafriki, tinha uma estética muito fiel ao que eram os títulos do sector na época e a sua mecânica era simples: conseguir juntar a maior fortuna possível investindo no mercado imobiliário – mas era tudo muito secreto e os jogadores não sabiam o valor dos imóveis que licitavam até os terem em seu poder. Quem mais propriedades adquirisse seria o vencedor.

 

Regressando ao museu, o seu precursor é Samuel West, um psicólogo de 43 anos, que abriu a galeria no passado dia 7 de Julho e recebe cerca de 60 visitantes por dia, conta o El País. A entrada custa 10 euros, mas vale a pena. A maioria dos visitantes, conta West, é composta por estrangeiros.

 

A ideia nasceu no ano passado, na capital croata, Zagreb, precisamente por inspiração num outro museu muito particular, dedicado ao fim das relações amorosas. "Foi fantástico e tive um momento de aleluia", contou West ao jornal espanhol.

 

Da ideia ao projecto foi um passo. O psicólogo apresentou a ideia ao governo sueco, que o financiou em 50.000 euros. Com mais um sócio, conseguiu os 60.000 de que precisava. A ideia, reforça, é mostrar como "é importante promover a inovação através dos fracassos".

 

Farto dos seminários e conferências empresariais a que assistia enquanto terminava o seu doutoramento, West decidiu organizar também visitas guiadas (em sueco e em inglês) com o objectivo de fazer ver ao público as histórias por detrás de cada fracasso – e de que forma podemos aprender com os erros cometidos, remata nas declarações ao El País.

Como diz a Business Insider, "não deixem que o nome vos engane: o Museu do Fracasso, de Samuel West, é um acto de celebração".

Ver comentários
Saber mais Donald Trump Fernando Pessoa Harley-Davidson Helsingborg Coca-Cola Samuel West empresário
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio