O Grupo Cintra, do empresário Sousa Cintra, vai investir cerca de 540 milhões de euros (108,3 milhões de contos) na construção de cinco fábricas de cerveja no Brasil. Deste modo, o grupo de Sousa Cintra mantém a aposta de conquistar o mercado brasileiro de cervejas, enfrentando assim, a poderosa Ambev, associação da Antártica com a Brahma. A primeira unidade fabril está prevista começar a operar no segundo semestre do ano 2000, criando 500 postos de trabalho directo e 2.500 indirectos.

Segundo o «Estado de S. Paulo», na primeira fase serão produzidos 300 milhões de litros de cerveja, que dobrará no segundo ano, refrigerantes e água mineral. Este projecto exigirá cerca de 134,76 milhões de euros (27 milhões de contos). Há dois anos a operar no mercado, a Cintra conquistou 1,8% de quota de mercado.

Actualmente, a fábrica de Mogi-Mirim produz 15 milhões de litros por mês, tendo sido investidos nos últimos dois anos cerca de 32,35 milhões de euros (6,5 milhões de contos). O próximo investimento está previsto acontecer em Janeiro, quando esta unidade fabril entrar no segmento de refrigerantes e água. A receita estimada para este ano é de 107,8 milhões de euros (21,6 milhões de contos), devendo triplicar quando a primeira unidade do investimento previsto entrar em funcionamento. As exportações este ano representam cerca de 7% do total da receita.

A cerveja Cintra é vendida na Mercosul, Estados Unidos e, em alguns países de África. O interesse do grupo no Brasil, que actua no sector do imobiliário, petrolífero e prestação de serviços «é explicado pelo potencial de mercado», explica o director comercial da fábrica de Mogi-Miriam, Wilson Tomao.

Ainda segundo o mesmo responsável «a estabilidade económica e política, o aumento populacional e a expectativa de crescimento do produto interno bruto (PIB), foram factores decisivos para o investimento do grupo». Um estudo efectuado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), indica que o consumo de cerveja no Brasil, situa-se nos oito biliões de litros, devendo chegar a 11 biliões no ano 2001.