Os gregos da Thesarco Shipping, que ofereciam 12,8 milhões de euros pelo navio Atlântida, mais quase cinco milhões do que a Douro Azul, acabaram por ganhar o concurso de venda do "elefante branco" naval, sabe o Negócios. Rejeitado pelos Açores em 2009, o "ferryboat" deu um prejuízo ao Estado da ordem dos 70 milhões de euros.

O Atlântida acabou por ser adjudicado ao concorrente que apresentou a oferta mais alta - 12,8 milhões de euros, apresentada pelos gregos da Thesarco Shipping. Pelo caminho ficaram a portuguesa Douro Azul, que oferecia oito milhões de euros, e os holandeses da M.D. Roelofs Beheer e Chevalier Floatels, que não iam além dos quatro milhões.

"A empresa será notificada. Segue-se um prazo de 15 dias para proceder à assinatura do contrato. Em caso de incumprimento deste prazo, o programa de procedimento prevê a possibilidade de adjudicação ao segundo classificado", adiantou ao Negócios fonte dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

Caso os gregos firmem mesmo o negócio, a empresa estatal em processo de liquidação apenas conseguirá encaixar 4,8 milhões de euros pela venda do Atlântida. É que o navio será vendido e entregue livre de qualquer ónus, comprometendo-se o Estado a pagar os oito milhões de euros reclamados pela empresa pública açoriana Atlânticoline, no âmbito da rescisão do acordo com os ENVC, por incumprimento na velocidade máxima contratada.

Concluído em 2009, o navio deveria ter rendido 50 milhões de euros. Encostado no Alfeite à espera de comprador, foi avaliado em 29 milhões no relatório e contas de 2012 dos ENVC, cuja administração calcula que, até ao momento, o negócio do Atlântida representa prejuízos superiores a 70 milhões de euros.

(notícia actualizada às 20h00 com mais informação)