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Google avança com novos despedimentos para reduzir custos

Numa tentativa de reduzir custos e investir mais na Inteligência Artificial, a Google vai voltar a dispensar trabalhadores.

Bloomberg
18 de Abril de 2024 às 12:42
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O novo plano da Google para reduzir custos e investir mais na Inteligência Artificial vai incluir múltiplos despedimentos. O número e as equipas que vão sofrer uma redução de pessoal ainda não foram anunciadas oficialmente, mas, de acordo com a Business Insider, os "lay offs" vão ser feitos em grande escala e vão afetar principalmente as equipas do setor financeiro e do mercado imobiliário.

Já em janeiro a plataforma detida pela Alphabet tinha dispensado centenas de trabalhadores nas áreas de engenharia, assistência e hardware, de acordo com a Reuters. Um porta-voz da empresa afirmou à Business Insider que os trabalhadores dispensados na mais recente vaga de despedimentos vão poder candidatar-se a outros empregos na empresa, e um pequeno número de trabalhadores vai ser transferido para outras hubs internacionais, onde a Google pretende aumentar o investimento, como na Índia, na Irlanda e no México. A contrastar com esta decisão estão os lucros acima do esperado da empresa no último trimestre de 2023, quando a empresa faturou 86,31 mil milhões de dólares. 

"Através disto, nós estamos a simplificar as estruturas para dar aos nossos colaboradores mais oportunidades para trabalharem nas nossas áreas mais inovadores e importantes e nas prioridades da empresa, ao mesmo tempo que reduzimos burocracia", explicou um porta-voz da empresa à Business Insider. Só em 2023, a Google dispensou mais de 12 mil trabalhadores, segundo contas do New York Post.

28 despedidos após protestos contra projeto pró-Israel


O clima de tensão entre a Google e a sua força laboral tem-se agravado também por causa do Projeto Nimbus, uma colaboração de 1,2 mil milhões de euros com a Amazon que pretende fornecer o governo israelita com serviços de Inteligência Artificial e de "cloud". Em consequência a um protesto pró-palestiniano de 10 horas, organizado pela No Tech for Apartheid, que teve lugar nos escritórios da Google em Nova Iorque, Seattle e Sunnyvale, 28 trabalhadores foram despedidos e nove deles foram presos por invasão de propriedade privada.

"Após recusarem sair dos perímetros da empresa, as forças policias tiveram de remover os manifestantes para assegurar condições de segurança", disse um porta-voz da Google citado pela Bloomberg. Os protestos foram filmados por vários trabalhadores e transmitidos na plataforma de "streaming" Twitch. Um dos gabinetes ocupados foi o do CEO da Google Cloud Thomas Kurian, de acordo com informações obtidas pela The Verge.



A Google rejeita qualquer tipo de "comportamento disruptivo" na sua empresa e vai continuar a recorrer a despedimentos e outras formas de punição a trabalhadores que "estejam tentados a pensar que a companhia vai ignorar condutas que violam as suas políticas", afirmou o seu chefe de segurança, Chris Rackow. Em resposta aos despedimentos, a organizadora do protesto declara que, em três anos que se têm organizado contra o Projeto Nimbus, nunca conseguiram marcar uma reunião com um executivo da empresa. "Os trabalhadores da Google têm o direito de protestar pacificamente sobre os termos e condições do seu trabalho. Estes despedimentos são claramente retaliatórios", disse a organização à Medium.

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