Notícia
Gestoras de resíduos especiais criam associação para "resolver problemas do setor"
Sete empresas de tratamento de resíduos especiais criaram a associação Círculo, numa altura em que dizem que Portugal está muito atrás no cumprimento dos objetivos europeus.
Sete empresas de tratamento de resíduos especiais criaram uma associação para resolver os problemas do setor, numa altura em que dizem que os objetivos europeus estão "em risco de incumprimento".
A Círculo – Associação pela Circularidade de Resíduos Especiais "pretende conceder prioridade à Agenda dos Resíduos Especiais e à promoção de uma economia circular" e atuar pela "defesa do modelo Cirver (centros integrados de recuperação, valorização e eliminação de resíduos perigosos) para assegurar uma rigorosa segregação dos resíduos perigosos, em defesa do ambiente e da saúde pública", afirma em comunicado.
O mercado nacional tem uma produção anual de resíduos especiais superior a um milhão de toneladas, com um valor na ordem dos 300 milhões de euros.
As empresas fundadoras da associação são a Interecycling – Sociedade de Reciclagem, a Egeo – Tecnologia e Ambiente, Ecodeal – Gestão Integral de Resíduos Industriais, Ave - Gestão Ambiental e Valorização Energética, Eco-Oil - Tratamento de Águas Contaminadas, Correia & Correia - Gestão de Resíduos e Carmona – Sociedade de Limpeza e Tratamento de Combustíveis.
O presidente da direção será Ricardo Vidal, da Interecycling, sendo os restantes lugares ocupados por Filipe Serzedelo (Egeo), Manuel Simões (Ecodeal) e Luís Realista (Ave). Francisco Quintela (Eco-Oil) será presidente da Mesa da Assembleia Geral, que contará com Vitor Carmona (Carmona) como vice-presidente e Mathieu Gerardin (EGEO) como Secretário.
Em comunicado, a Círculo salienta que "os resíduos especiais são resíduos diferentes dos resíduos urbanos e industriais não perigosos" e defende que é "mais eficiente e benéfico para o ambiente e para a saúde pública que os resíduos especiais sejam recolhidos, valorizados ou tratados num circuito separado da grande maioria dos outros resíduos".
Para a associação, Portugal está hoje "em risco de não cumprir diretivas europeias", em particular as metas fixadas para 2025 de preparação para a reutilização, de reciclagem de resíduos urbanos e de reciclagem de todos os resíduos de embalagens, assim como nos indicadores relativos à economia circular e à gestão de resíduos, "em que o nosso país está muito abaixo da média da União Europeia, não tendo cumprido a meta estipulada de reciclar 50% dos resíduos urbanos até 2020".
As empresas frisam ainda que, de acordo com um relatório do Eurostat, "Portugal é o quarto país da União com pior taxa de circularidade", sendo a média europeia de 11,7% e em Portugal de 2,5%.
As primeiras ações que a Círculo pretende desenvolver serão direcionadas a "assegurar o correto tratamento dos resíduos especiais, fomentar a reciclagem e regeneração dos resíduos especiais, promover a continuidade do modelo Cirver, assegurando uma rigorosa segregação dos resíduos perigosos e suscitar a discussão em torno da Lei do Solo, a sua correta classificação e a elaboração do Atlas da Qualidade do Sol".