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Gestão em Portugal só tem 27% de liderança feminina

Quanto mais alto é o cargo e importância da empresa, menor é a presença de mulheres em cargos de topo. O número evoluiu apenas um ponto percentual desde 2017 e é nos serviços que há mais ocupação feminina.

As mulheres têm um salário médio mensal 220 euros mais baixo do que os homens.
GettyImages
Bárbara Cardoso barbaracardoso@negocios.pt 07 de Março de 2024 às 19:36

As mulheres ocupam menos de um terço dos cargos de gestão e liderança nas empresas em Portugal. Os dados divulgados esta quinta-feira pela Informa D&B mostram ainda que esta proporção subiu somente um ponto percentual nos últimos seis anos.

 

"Apenas 30% dos cargos de gestão das empresas em Portugal são ocupados por mulheres, uma percentagem que desce para os 27% quando considerados os cargos de liderança", dizem as conclusões da 14.ª edição do estudo ‘Presença Feminina nas Empresas em Portugal’.

 

Isto quer dizer que há 526 mil mulheres a gerir empresas e 366 mil a liderá-las.

 

Apesar de o sexo feminino representar 48% da população ativa em Portugal, apenas 42% corresponde a mulheres presentes no mundo laboral (cerca de três milhões), uma percentagem que se tem mantido constante desde 2016.

 

O estudo mostra ainda que os homens continuam a ocupar os grandes cargos de topo nas empresas comparativamente com a presença feminina, que é ainda "muito inferior". "Nas funções de direção geral, 17% são exercidas por mulheres e apenas 16,4% dos lugares nos conselhos de administração são ocupados por mulheres", aponta o relatório, com dados de 2023.

 

Embora se assista ao aumento de políticas públicas em relação à paridade de género no mercado laboral, no âmbito das práticas ESG (nos eixos ambiental, social e de governança), "a percentagem de mulheres em cargos de gestão e liderança é muito inferior à da presença feminina no emprego", sublinha a diretora geral da Informa D&B, Teresa Cardoso de Menezes, que acredita que a presença feminina na gestão vai aumentar à boleia do maior escrutínio nas práticas de "governance".

 

As conclusões agora reveladas são praticamente iguais às dos anos anteriores. Ainda hoje, quanto maior é uma empresa, menos são as mulheres que ocupam cargos de decisão, sendo também  nos serviços e no retalho que se encontra mais presença feminina – 43% e 33%, respetivamente. Com apenas 18% estão os setores tecnológicos, de informação e comunicação, energias, ambiente e construção.

 

"Entre as grandes empresas, 19% dos cargos de gestão são desempenhados por mulheres, uma percentagem que é de 20% nas médias empresas, de 23% nas pequenas empresas e de 30% nas microempresas", refere a Informa D&B.

 

A contrariar esta tendência estão as empresas a cargo do Estado e as grandes cotadas. Por estarem sujeitas à lei que estabelece o regime de representação equilibrada desde 2017, a evolução de lugares ocupados por mulheres tem sido mais rápida.

 

No caso das cotadas, entre 2017 e 2023 o aumento foi de 15 pontos percentuais, de 12,2% para 27,3%, respetivamente. Mesmo assim, "em 2023 havia ainda 20% de empresas cotadas sem qualquer mulher nos seus cargos de gestão", acrescenta o relatório.

 

Nas 279 empresas controladas pelo Estado, a subida foi de 11% nos últimos seis anos, em que 82% das equipas de gestão eram mistas no último ano.

(notícia editada por Carla Pedro)

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