A Facime – Fabrico e Comércio de Material Electrónico comprou a fábrica de equipamentos de frio de Indesit de Setúbal. O valor do negócio não foi divulgado e surge depois da empresa ter passado por dificuldades financeiras, que originaram um despedimento colectivo de 98 pessoas.

No início deste ano, a administração da Indesit em Itália anunciou aos trabalhadores que queria vender a unidade portuguesa e que já estava em negociações com um potencial interessado.

Segundo o comunicado hoje divulgado, «a Facime assumiu a gestão da fábrica desde o início de Abril», acrescentando que «esta unidade fabril que emprega 102 pessoas vai dedicar-se exclusivamente à produção de congeladores horizontais, prevendo a Facime atingir o volume 120 mil peças durante o corrente ano, que prevê aumentar para 150 mil já em 2006».

Para além do corte de pessoal em Fevereiro deste ano, a Indesit despediu 200 funcionários em 2004 através de rescisões de contrato por mútuo acordo.

«O contrato estabelecido entre as duas empresas prevê a produção de congeladores horizontais para a marca Indesit durante os próximos quatro anos e colaboração entre ambas as empresas no domínio do desenvolvimento tecnológico da fábrica e em matéria de apoio de marketing», refere a mesma fonte.

A Facim pertence a um grupo industrial de capital maioritariamente português que inclui a Firmofrio SA e a Minifrio SA. De acordo com o comunicado, «em 2004 o grupo facturou cerca de 30 milhões de euros e produziu 200 mil unidades congeladoras, 80% dos quais destinados à exportação».

Com a aquisição desta fábrica, a empresa pretende atingir um «volume de facturação na ordem dos 45 milhões de euros», segundo a mesma fonte que acrescenta que espera que a Facime «avance para a concepção e fabrico de produtos tecnologicamente mais avançados, de elevada qualidade e com design moderno, de forma a poder entrar em mercados mais exigentes».

Actualmente a Facime tem 272 trabalhadores, de acordo com o comunicado. «O grupo é líder de mercado em Angola (onde está a criar uma linha de montagem) e tem posições de relevo em mercados como a Argélia (onde também funciona uma linha de montagem) e noutros países árabes e africanos».