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Ex-executivo da Nestlé ressuscita marca de relógio de Freud

Uma relojoaeira vienense que teve Sigmund Freud como cliente ressuscitou, ajudada pelo chairman emérito e ex-CEO da Nestlé, Peter Brabeck-Letmathe.

18 de Agosto de 2018 às 19:00
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Fornecedora da corte real austro-húngara, a Carl Suchy & Söhne fabricava relógios de luxo para o imperador Francisco José, para aristocratas e empresários do ramo industrial. Depois da Primeira Guerra Mundial e da queda do império Habsburgo, a empresa fechou portas.

 

Peter Brabeck-Letmathe impulsionou o seu ressurgimento, comprando um terço de uma nova empresa fundada por um empresário de arte e design de Viena no ano passado.

 

O ex-presidente executivo da Nestlé disse que a decisão foi motivada pelo desejo de manter laços com a Áustria, seu país natal, quando a sua mãe faleceu e a sua família vendeu as últimas propriedades que tinha no país - e depois de passar meio século na gigante suíça da alimentação.

 

"É um projecto pequeno e especial", comentou Brabeck numa entrevista perto da sede da Nestlé, nas margens do Lago de Genebra, tendo-o descrito como "o vínculo emocional com a Áustria que eu procurava. Essa foi a minha motivação".

 

Numa altura em que as fabricantes suíças de relógios recuperam lentamente de uma queda de vários anos e se adaptam à nova concorrência da Apple, o sector não parece precisar de mais uma marca que fabrique relógios caros mas tecnologicamente antiquados – neste caso, um modelo de 7.850 euros de um país alpino vizinho que não é famoso pelas suas proezas na ciência da medição do tempo.

 

Rolex e Richemont

 

A indústria é dominada por três fabricantes da Suíça - Swatch Group, Rolex e Richemont. Os conglomerados franceses de luxo Kering e LVMH também possuem marcas suíças de renome.

 

Carl Suchy, cujo nome é uma homenagem a um relojoeiro de Viena do século XIX, é uma das marcas pequenas de fora do país que surgiram numa altura em que os relógios mecânicos de alto padrão atraem novos fãs em busca de uma alternativa a um IWC Schaffhausen ou a um Patek Philippe.

 

A Leica, famosa pelas suas máquinas fotográficas, está a aventurar-se com relógios mecânicos de 12.000 dólares fabricados na Alemanha. A belga Ressence combina a relojoaria tradicional com a tecnologia digital. Muitas das novas marcas, incluindo a Carl Suchy, vendem directamente aos consumidores pela internet.

 

"As marcas pequenas podem sobreviver, especialmente se trabalham em regime de exclusividade, mas precisam estar cientes de que estarão sempre fadadas a permanecer pequenas", segundo René Weber, analista do Bank Vontobel.

 

Carl Suchy é a segunda marca de relógios em que Brabeck investiu, depois de ter ajudado a angariar 23 milhões de francos em 2016 para financiar a HYT SA, uma fabricante suíça de relógios de pulso que usa líquidos para contar as horas.

 

O presidente honorário e ex-CEO da Nestlé disse que se interessou por relógios quando herdou um Omega, há 50 anos, sendo que agora possui cerca de uma dúzia.

(notícia original: Ex-Nestle Chairman Helps Save Sigmund Freud’s Watchmaker)

 

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