Os lucros da operadora móvel Telecel Vodafone deverão atingir os 86 milhões de euros (17,24 milhões de contos) no ano fiscal de 2000, terminado a 31 de Março, de acordo com a média das estimativas dos analistas contactados pelo Canal de Negócios.

As previsões dos analistas contactados pelo Canal de Negócios variaram entre os 83 milhões de euros (16,64 milhões de contos) e os 88 milhões de euros (17,64 milhões de contos).

Relativamente ao volume de negócios, a média das estimativas dos analistas apontam para receitas na ordem dos 898,3 milhões de euros (180,1 milhões de contos) no total do ano fiscal.

Os mesmo analistas aguardam que a empresa tenha atingido um «cash-flow» operacional, ou EBITDA, de 254,2 milhões de euros (50,96 milhões de contos).

Nos primeiros nove meses do ano fiscal de 2000, a operadora móvel atingiu resultados líquidos de 62,8 milhões de euros (12,6 milhões de contos) e receitas operacionais de 667,9 milhões de euros (133,9 milhões de contos).

Esta é a primeira vez que o ano fiscal da operadora liderada por António Carrapatoso termina em Março, tendo este sido alterado no ano passado, para passar a coincidir com o da casa mãe, a britânica Vodafone, pelo que os resultados atingidos este ano não são directamente comparáveis com os do ano fiscal anterior, que terminou em Dezembro de 1999.

No último trimestre, «deverá ter ocorrido algum alívio face aos subsídios suportados até ao Natal, o que deverá levar a alguma recuperação das margens», afirmou Rui Cesário, analista da Espírito Santo Dealer (ESD), referindo que, no total do ano fiscal, a margem de EBITDA deverá ter recuado para os 29%, contra os 32% registados no ano anterior.

O mesmo analista acredita que o ARPU, ou receita média mensal por utilizador, deverá situar-se nos 32,70 euros (6.555 escudos) para o total do ano, permanecendo inalterado face ao ano fiscal anterior.

De acordo com o analista da ESD, o aumento dos lucros «ficará a dever-se a um efeito de quantidade», beneficiando do crescimento do número de clientes, que deverão totalizar 2,465 milhões no final do último trimestre fiscal, mais 37% que no período homólogo, de acordo com as estimativas da corretora do grupo liderado por Ricardo Salgado.

Filipe Valença, analista do Banco Finantia, alertou para o facto de «o mercado ter crescido de forma extraordinária este ano, devido ao aparecimento de novos tipos de produtos que possibilitam um crescimento do número de clientes de forma algo artificial», como os cartões pré-pagos sem obrigatoriedade de efectuar carregamentos.

O mesmo analista sublinhou também que os encargos financeiros da operadora «deverão ter aumentado no último trimestre, após o pagamento da licença para a terceira geração móvel» ou Universal Mobile Telecommunications System (UMTS), efectuado em Dezembro, que terá contribuído para o agravamento dos juros a pagar pela companhia.

Segundo as estimativas do Banco Finantia, o portal Netc e a operadora fixa Toq deverão ter gerado um prejuízo conjunto, a nível do EBITDA, de 22 milhões de euros (4,41 milhões de contos) no último ano.

A Telecel Vodafone vai apresentar amanhã os resultados referentes ao último ano fiscal

A operadora encerrou hoje a cotar nos 12,80 euros (2.566 escudos), registando uma valorização de 2,24%.

Junto segue quadro comparativo com previsões dos analistas.

Entidade	Lucros*	Receitas*	EBITDA*
UBS	86	870	248
Central Investimentos	87	900	260
Finantia	83	897	247
ESD	88	917	266
Bear, Sterns & Co.	85,6	907,5	250,2
Média	86	898,3	254,2

* Valores em milhões de euros