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ENI propõe integração da Fenosa Gas com a Galp (act)

A ENI admite estudar uma proposta conjunta com a Galp para a Unión Fenosa, num cenário futuro em que esteja estabilizada a estrutura accionista da empresa portuguesa e um modelo de "governance" (governância) mais claro, disse hoje Lucciano Sgubini, o COO

28 de Novembro de 2005 às 18:03
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A ENI admite estudar uma proposta conjunta com a Galp para a Unión Fenosa, num cenário futuro em que esteja estabilizada a estrutura accionista da empresa portuguesa e um modelo de "governance" (governância) mais claro, disse hoje Lucciano Sgubini, o COO (chief operacional Office) da área do Gas and Power do grupo italiano. O grupo italiano esclareceu mais tarde, através do assessor da administração Marco Alverà, que este eventual interesse se resume para já, a cooperação comercial com a Fenosa Gás, onde a ENI detém cerca de 50%.

Aliás a junção deste activo, a Fenosa Gas, com o negócio de gás da Galp Energia, através de uma parceria comercial é uma das propostas da ENI apresentada hoje em conferência de imprensa em Lisboa, a primeira promovida pela ENI desde que entrou na Galp há quase seis anos. A junção das actividades de gás das duas empresas permitirá criar o segundo maior grupo de distribuição de gás na Península Ibérica, com cerca de 30% do mercado.

Investimento de 3 mil milhões

Os responsáveis da empresa italiana, onde se incluíam também o COO para a refinação e retalho, Ângelo Tarraborrelli e Frederico Ermoli, administradores não executivos da Galp, avançaram com propostas de investimento superiores a três mil milhões de euros, financiados pelo mercado de capitais, a desenvolver nos próximos dez anos, que permitirão à holding portuguesa duplicar a sua dimensão, fazendo da empresa um "líder português no mercado ibérico".

A realização desses investimentos está, no entanto, condicionada à realização de um conjunto de condições que vão desde a estabilidade accionista e das regras de "governance" compatíveis com uma empresa privatizada centrada no crescimento, competitividade e rentabilidade.

A ENI, que mantém negociações difíceis com o Estado sobre a sua futura posição accionista na Galp, acredita é o parceiro ideal para a empresa portuguesa porque está nos negócios em que a Galp quer crescer.

Questionados sobre porque é os investimentos e projectos agora propostos não foram concretizados nos últimos cinco anos de parceria, Lucciano Sgubini realça que estas decisões a longo prazo requerem uma estrutura accionista estável e regras de governância de uma empresa privada.

A ENI, diz, quando assinou o acordo com o Estado português em 2000 esperava vir a garantir o controlo da Galp, através da redução da participação do Estado pela realização de um IPO (oferta inicial de dispersão) em bolsa que, "infelizmente não aconteceu".

Por outro lado, lembram os italianos, os Governos portugueses mudaram de opinião e também de modelo de organização da energia, o que não garantiu a estabilidade para a concretização destes projectos. A ENI, garante Sgubini, não mudou de opinião quando à importância estratégica da Galp para a sua expansão no mercado ibérico.

Para desenvolver a empresa portuguesa, a ENI propõe na exploração e produção oportunidades de investimento superiores a mil milhões de euros para aumentar a produção própria da Galp de petróleo dos actuais 2% para 30% da sua capacidade de refinação, passando de cinco mil para 75 mil barris diários.

No gás e electricidade, e para além da parceria comercial com a Fenosa Gas, a ENI propõe dar à Galp acesso ao mercado global de gás natural liquefeito e acesso à sua cadeia de valor. O objectivo é obter sinergias e alcançar cerca de 30% do mercado ibérico.

Na electricidade, há um investimento proposto de 900 milhões de euros em centrais de ciclo combinado para atingir uma capacidade de produção até 1,2 GW.

Na refinação e retalho, a ENI propõe a integração das redes da Agip em Portugal, mas sobretudo em Espanha, onde os 300 postos explorados directamente pela participada do grupo italiano permitiriam à Galp duplicar a sua dimensão no país vizinho. Na refinação, estão previstas também melhorias ao nível da tecnologia e processo de produção, com oportunidades de investimento também superiores a mil milhões de euros mais 800 milhões de euros em oportunidades de aquisição.

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