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Empresa chinesa acusa Porto de Lisboa de falta de transparência
A empresa chinesa de tecnologia Nuctech acusou hoje a Administração do Porto de Lisboa (APL) de falta de transparência num concurso público e admite mesmo recorrer aos tribunais contra a empresa pública portuguesa, que refutou as acusações.
A empresa chinesa de tecnologia Nuctech acusou hoje a Administração do Porto de Lisboa (APL) de falta de transparência num concurso público e admite mesmo recorrer aos tribunais contra a empresa pública portuguesa, que refutou as acusações.
As acusações da Nuctech referem-se ao processo de selecção e avaliação das candidaturas a um concurso público internacional para a compra e manutenção de um equipamento de inspecção não intrusiva de contentores, lançado em Julho de 2005 pela APL e no qual a Siemens, com uma proposta de cerca de 2 milhões de euros, acabou por ser declarada vencedora.
A APL, contactada pela agência Lusa, considerou «absurda» a acusação de falta de transparência da Nuctech, porque a empresa chinesa «consultou o processo sempre que quis, obteve imediatamente as certidões que requereu e, tal como os demais concorrentes, foi notificada de todos os actos praticados».
A Nuctech disse que o preço que apresentou a concurso, de cerca de 1,5 milhões de euros, foi inflacionado durante o processo de selecção, reduzindo assim a diferença com a proposta da Siemens.
«Entregámos ao júri uma longa lista de sobresselentes gratuitos durante os cinco anos do período de garantia que oferecemos, mas depois pediram-nos o preço dessas peças. Nós dissemos claramente que substituiremos essas peças de graça durante o período de garantia mas, durante a avaliação das propostas, o júri adicionou o valor das peças ao nosso preço inicial», disse Dong Dazhi, o vice-director-geral da empresa para os mercados europeu, africano e americano.
A APL respondeu que o cálculo do preço foi determinado no início do concurso, «não tendo naturalmente sido mudado a meio para prejudicar a Nuctech », e que «a oferta de peças e serviços não abrange a maior parte da vida do ‘scanner’», que a empresa portuguesa considera ser de mais de 15 anos.
De acordo com a Lusa, a Nuctech acusa ainda a Siemens de ter prestado informações falsas no concurso.
A APL adiantou que, caso as informações da Siemens não sejam verdadeiras, «o que não se espera, mas pode acontecer no que respeita a este ponto ou a qualquer outro das propostas concorrentes, a APL reserva-se o direito de exigir indemnização adequada e rescindir o contrato».