Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Edol conta com o Médio Oriente para remediar a crise interna

Farmacêutica vende para países fora do leque de tradicionais destinos das exportações portuguesas

Edol conta com o Médio Oriente para remediar a crise interna
02 de Agosto de 2011 às 10:01
  • ...
Carlos Setra | "É fundamental para a Edol exportar", afirma o gestor.


Etiópia. Iémen. Líbia. Iraque. Cenários de conflito e drama? Sim. Mas também de oportunidades para alguns. Estes quatro países são alguns dos mercados no radar de exportações da Edol, farmacêutica nacional especializada em produtos de oftalmologia e dermatologia que está a tentar compensar lá fora as dificuldades sentidas em casa, onde sucessivas baixas de preço decretadas pelo Estado vão obrigando o mercado da saúde a fazer e refazer contas.

"É fundamental para a Edol exportar", reconhece o presidente da farmacêutica, Carlos Setra, que já conta com clientes em Angola, Moçambique, Cabo Verde e Marrocos, além dos já referidos mercados da Etiópia e do Iémen. "Vamos começar agora a exportar para a Líbia. No Iraque já temos a empresa registada. Vamos começar a exportar também para a África francófona, onde já temos um delegado de informação médica", acrescenta Carlos Setra. República Dominicana e El Salvador são outros países onde a empresa está numa fase de registo de produtos.

O presidente da Edol conta que a ida para estes destinos foi feita graças a "muito esforço" e a "contactos privilegiados". Para já as exportações representam 10% do volume de negócios da empresa, que no ano passado rondou os 12 milhões de euros. "Queremos atingir os 50% muito rapidamente", avança Carlos Setra ao Negócios, numa entrevista nas novas instalações da Edol, em Alfragide.


Vamos começar agora a exportar para a Líbia. No Iraque já temos a empresa registada.
CARLOS SETRA Presidente da Edol


A mudança de casa não está completa. A Edol ainda não abandonou o edifício que durante anos e anos tem ocupado em Linda-a-Velha, e gerir esta transferência de instalações de mais de uma centena de colaboradores e equipamento de produção ao mesmo tempo que procura diversificar os mercados é "penoso", segundo Carlos Setra.

Mas se a conquista de novos mercados pode ser vista como remédio para a exiguidade do mercado interno, a verdade é que persistem contra-indicações que obrigam a Edol tomar alguns coadjuvantes. O facto de muitos dos destinos de exportação não estarem no leque de países com relações económicas consolidadas com Portugal tem obrigado a Edol a fazer seguros de crédito e a ter "muita cautela" com os interlocutores. Líbia e Espanha são mercados com os quais a Edol já teve problemas, vendo-se obrigada a encontrar novos clientes para substituir os que não avançaram com o pagamento das suas encomendas.

Apesar disso e da falta de liquidez no mercado financeiro, Carlos Setra considera que no contacto com os bancos "a relação é pacífica". Com lucros nos últimos dois anos, a Edol conta em 2011 voltar a ter resultados positivos. Para os 126 funcionários, que o presidente assegura serem de "boa qualidade", o posicionamento de nicho de mercado pode deixar a Edol imune às guerras das grandes farmacêuticas. Para essas, admite Carlos Setra, "a indústria dos genéricos estará muito comprometida num futuro mais ou menos próximo".


Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio