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EADS, Embraer e Finmeccanica confirmam interesse na Ogma

A EADS, Finmeccanica e a Embraer estão a estudar a candidatura à privatização da Ogma - Indústria Aeronáutica de Portugal.

23 de Setembro de 2003 às 11:29
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A EADS, Finmeccanica e a Embraer estão a estudar a candidatura à privatização da Ogma - Indústria Aeronáutica de Portugal.

A administração da empresa diz que irá escolher um parceiro estratégico entre Outubro e o final do ano e o Ministério das Finanças garantiu ao Jornal de Negócios que a assunção do passivo de 135 milhões de euros da empresa de aeronáutica será consumada «muito em breve».

Ainda assim com um atraso significativo face ao anunciado pelo ministro de Estado e da Defesa, Paulo Portas, que no passado dia 6 de Julho garantiu que a ministra das Finanças revelaria na semana seguinte os contornos da operação.

O gabinete de Manuela Ferreira Leite garantiu ao Jornal de Negócios que «é intenção do Governo e compromisso assumido em despacho da senhora ministra de Estado e das Finanças a assunção do passivo referido; (...) a operação em concreto não foi ainda efectuada, mas deverá sê-lo muito em breve; (...) a operação de assunção do passivo referido insere-se num plano de reestruturação da empresa, tendo como objectivo a sua privatização num futuro próximo».

Esta indicação revela, desde já, que a empresa irá divulgar “muito em breve” qual o parceiro estratégico escolhido, já que as regras do Sistema Europeu de Contas SEC 95 – que determinam as condições em que a assunção do passivo não terá impacto no défice orçamental – dizem claramente que essa operação só poderá ser realizada «quando há certeza suficiente de que a privatização ocorrerá a curto prazo» e que, «de qualquer forma, a simples existência de um plano de privatização não é suficiente para considerar a assunção de dívidas como estando no âmbito de um processo de privatização a realizar no curto prazo».

O Jornal de Negócios confirmou junto da EADS (European Aeronautic Defense a Space Company) o respectivo interesse na compra da empresa portuguesa. «A EADS está interessada e a analisar o assunto, mas não há decisões tomadas», afirmou Eckard Zanger, porta-voz da empresa.

Uma equipa da CASA espanhola, participada pela EADS, esteve há cerca de oito dias em Portugal para analisar a empresa, apurou o Jornal de Negócios.

Outra empresa interessada é a Embraer. O Jornal de Negócios apurou que Maurício Botelho, presidente da construtora aeronáutica brasileira, a quarta maior do mundo, esteve em Portugal no dia 7 de Agosto, e há cerca de duas semanas uma equipa da Embraer terminou uma visita aprofundada à Ogma de cerca de dez dias, em que chegou a ser acompanhada por representantes do consórcio bancário português, liderado pelo BPI, que há cerca de um ano «livrou» a empresa de apuros com um empréstimo de 50 milhões de euros.

A Embraer não fez comentários.

Finalmente, o jornal «La Tribune» afirmava ontem que Paulo Portas tinha manifestado à sua homóloga francesa, Michèle Alliot-Marie, aquando da visita desta a Portugal há menos de duas semanas, o interesse de associar a EADS à privatização da Ogma.

«Portugal considera que a Ogma pode estabelecer uma aliança alargada com a EADS, em actividades próximas das exercidas pelo grupo público [EADS-CASA, Sogerma e Eurocopter]», disse fonte em Paris ao «La Tribune».

O diário francês adianta que, para além da EADS, também a italiana Finmecca_nica, casa-mãe da Alenia, e com capitais norte-americanos e britânicos (Gene_ral-Electrics e Agusta-Westland) está a estudar a privatização da Ogma, ligando-a ao programa de substituição dos aviões de transporte táctico, Aviocar.

Na corrida a este programa, com 356, 8 milhões de euros inscritos na Lei de Programação Militar, estão o avião da CASA (C 295) e o da Alenia (C-27J).

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