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Dona da Mimosa compra centenária Queijos Santiago

Lactogal diz que aquisição representa "um passo muito importante" na sua estratégia para a categoria de queijos. Grupo, com sede na Malveira, tem três unidades de produção e marcas como o Queijo de Nisa DOP, Três Igrejas e Palhais.

21 de Março de 2024 às 12:46
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A Lactogal, dona da Mimosa, Castelões, Agros, Gresso, Matinal, Vigor, Primor ou Milhafre dos Açores, anunciou, esta quinta-feira, a compra do Grupo Queijos de Santiago, dependente apenas da "luz verde" da Autoridade da Concorrência.

Em comunicado, enviado às redações, a Lactogal indica que o perímetro da operação inclui a totalidade das empresas do grupo que inclui três unidades de produção em Portugal – Montemuro, Palmela e Portalegre – e um centro logístico na Venda do Pinheiro.

O portefólio do Grupo Queijos Santiago, que vai desde queijos frescos, a fatiados até a curados e regionais, inclui marcas como o Queijo de Nisa DOP, Três Igrejas e Palhais.

A Lactogal diz que "pretende mater a matriz identitária do Grupo Queijos Santiago", pelo que "não espera que venham a ocorrer alterações significativas na atual estrutura, que terá uma gestão autónoma e independente".

A Lactogal fechou 2023 com um volume de negócios de 825 milhões de euros, empregando 1.550 trabalhadores. O Grupo Queijos Santigo, com uma faturação de 63 milhões, conta com 278 funcionários.

"Estamos seguros de que este alargamento do grupo Lactogal, com mais uma empresa portuguesa, reforça o nosso ADN nacional e é uma demonstração inequívoca de que a Lactogal lidera a agenda da produção sustentável de leite em Portugal com uma cadeia de valor assente na economia social e alinhada com um modo de produção que conjuga leite de elevadíssimos padrões de qualidade em respeito pelas boas práticas ambientais e do bem-estar animal", diz o presidente do conselho de administração da Lactogal, José Capela, citado na mesma nota.

"Acreditamos que o negócio da Queijos Santiago complementa o da Lactogal e, como tal, esta integração representa um passo muito importante na prossecução da estratégia da Lactogal para a categoria de queijos e criará uma oferta mais competitiva e diversificada que beneficiará os consumidores", reforça.

A Queijos Santiago nasceu em 1918, em Castelo Branco, e conta com mais de 100 anos de história na produção de queijos nacionais, produzidos com leite 100% português. Segundo a Lactogal, o grupo fez investimentos recentes nas unidades industriais e no seu centro de logística que permitem duplicar o volume de queijo produzido e fatiado naquelas unidades  essencialmente para o mercado ibérico".

"É com grande satisfação que assinamos este acordo com a maior empresa nacional de lacticínios e uma das mais reputadas da Europa. Este acordo permitirá dar continuidade ao percurso feito pela Queijos Santiago ao longo destes mais de 100 anos, distinguindo-se cada vez mais dos restantes players, no mercado nacional e no mercado internacional", refere, por seu turno, o CEO do Grupo Queijos Santiago, João Santiago.

Este acordo - complementa - "vai permitir à Queijos Santiago e aos produtores que lhe garantem a satisfação das necessidades de leite, beneficiar do excelente trabalho feito pelas cooperativas acionistas da Lactogal, cujas práticas e exigências se traduziram na melhoria da qualidade do leite em Portugal, ao longo de tantos anos".

A Lactogal, fundada em 1996, herdou das empresas que a constituíram (Agros - União de Cooperativas de Produtores de Leite, Proleite - Cooperativa Agrícola de Produtores de Leite, e a Lacticoop - União de Cooperativas de entre Douro e Mondego) os seus ativos industriais e as principais marcas que constituem, ainda hoje, o seu maior património. Atualmente, conta com sete fábricas na Península Ibérica.

O anúncio do negócio acontece dois dias depois de um outro na mesma categoria, em Portugal, desta feita respeitantes à compra da Lactalis, gigante francesa dos lacticínios que detém marcas como a Parmalat, Ucal ou Santal, do grupo Sequeira & Sequeira, proprietária dos queijos Paiva.

O perímetro da transação - cujo valor não foi divulgado e carece também de "luz verde" do regulador - inclui a Lacticínios do Paiva e a sua fábrica bem como as atividades de distribuição do grupo Sequeira & Sequeira em Portugal, Cabo Verde e Moçambique, contemplando ainda a integração dos 270 colaboradores que se juntarão aos atuais 450 que trabalham para a Lactalis em Portugal que, com a aquisição, passará também a contar com duas fábricas no país.


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