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CT apreensiva quanto a programa de dividendos e cisão da PT Multimédia

A Comissão de Trabalhadores (CT) da PT «está apreensiva» quanto às implicações da cisão da PT Multimédia e do programa de remuneração accionista anunciados pela empresa quinta-feira e vai reunir-se com a administração no dia 21.

04 de Agosto de 2006 às 16:59
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A Comissão de Trabalhadores (CT) da PT «está apreensiva» quanto às implicações da cisão da PT Multimédia e do programa de remuneração accionista anunciados pela empresa quinta-feira e vai reunir-se com a administração no dia 21.

«Se o programa inicial de pagamento de dividendos de três mil milhões de euros já implicava um elevado número de sacrifícios para os trabalhadores, este reforço de mais 500 milhões não pode deixar de nos inquietar», afirmou, em declarações à agência Lusa, o porta-voz da CT, Francisco Gonçalves.

O representante dos trabalhadores disse que outra das «inquietações» respeita «às implicações que a cisão da PT Multimédia terá no grupo», nomeadamente a «dúvida quanto à parte deste negócio que reverterá para o fundo de pensões da PT» e o futuro dos «entre 100 a 200 trabalhadores» da PTC que se encontram cedidos à PTM.

Na conferência de imprensa de quinta-feira, Henrique Granadeiro levantou a possibilidade das 51 mil acções de categoria A que a PT detém na PTM (correspondentes a cerca de 10% do capital) serem transferidas para o fundo de pensões, depois de reconvertidas em acções ordinárias.

Francisco Gonçalves sublinhou que importa saber qual a percentagem destas acções que serão transferidas para o fundo de pensões, que deixa de poder contar com o «cash-flow» gerado pela PTM.

O responsável mostrou-se igualmente preocupado quanto ao futuro dos trabalhadores cedidos à PTM, que «ou vão para a nova empresa [e nesse caso não se sabe qual será a política de pessoal da respectiva administração], ou regressam à PTC, que está em processo de redução de efectivos» e deverá dispensar 500 pessoas até final do ano, num total de 2000 nos próximos dois anos, referiu o responsável da CT.

Ainda assim, Francisco Gonçalves mostrou-se «esperançoso» face ao futuro da PTC, reconhecendo que a separação da PTM «poderá criar novas oportunidades» ao negócio fixo «que estava asfixiado pela TV Cabo e que sempre deixou atrasar um conjunto de medidas inovadoras».

Notando que, caso se concretize, a cisão da PTM trará mais concorrência ao mercado das comunicações e «o regulador será obrigado a eliminar uma série de restrições que têm penalizado a PT», Francisco Gonçalves salientou que esta poderá ser a «oportunidade para fazer da PTC um projecto industrial com princípio, meio e fim».

No geral, Francisco Gonçalves considerou «a proposta aliciante para os accionistas», defendendo que os termos divulgados na quinta-feira por Henrique Granadeiro demonstram que «esta administração, tal como a anterior tem uma só prioridade que é remuneração accionista».

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