O ainda ministro da Economia, Mário Cristina de Sousa, tem agendada uma reunião com o seu homólogo espanhol, Rodrigo Rato, para a próxima semana, para debater a questão da entrada da Electricidade de Portugal (EDP) [EDP] no capital da Hidrocantábrico, apurou o Negocios.pt junto de fonte próxima do processo.

Segundo a referida fonte, «o ministro tem marcada uma reunião com Rodrigo Rato para a próxima semana», um encontro que deveria decorrer em Madrid, para tentar ultrapassar a questão da suspensão dos direitos de voto da EDP no capital da Hidrocantábrico.

No entanto, esta reunião pode estar em causa, caso se confirme a saída de Cristina de Sousa do cargo, no âmbito de uma reorganização ministerial que será levada a cabo pelo primeiro-ministro, António Guterres.

O titular da pasta da economia ainda não recebeu «nenhuma informação oficial» relativamente à sua possível saída do Executivo, mas já foi convocado para uma reunião esta tarde com António Guterres, no decorrer da qual deverá ser informado da sua dispensa, segundo adiantou hoje uma fonte governamental ao Negocios.pt.

O Governo espanhol suspendeu recentemente os direitos de voto da EDP no capital da Hidrocantábrico, uma vez que a legislação do país vizinho impede as companhias com capitais públicos de exercerem os votos correspondentes a posições superiores a 3% em eléctricas espanholas.

A EDP controla 19,2% do capital da quarta eléctrica do país vizinho, depois de ter avançado com uma oferta pública de aquisição (OPA) que contou com o apoio da Cajastur. Para exercer os direitos de votos decorrentes da sua participação, a EDP necessita de receber autorização do Governo espanhol.

No âmbito deste processo, Mário Cristina de Sousa tem contactado periodicamente com o seu homólogo espanhol, «na tentativa de garantir uma solução satisfatória para Portugal» e para a EDP, segundo adiantou recentemente fonte oficial do Ministério da Economia ao Negocios.pt.

Antes de entrar para o Governo, Mário Cristina de Sousa desempenhava o cargo de presidente da maior eléctrica nacional.

O actual presidente da EDP, Francisco Sanchéz, adiantou esta semana ao Negocios.pt que se mantém «confiante» na resolução do processo e manifestou-se disponível para aumentar o papel da eléctrica nacional na gestão da Hidrocantábrico, bem como para reforçar a sua participação no capital da companhia.

Às 14h15, a EDP recuava 0,35% para os 2,84 euros (569 escudos).