Notícia
Corte de publicidade de 7 milhões de euros por ano "fragiliza a RTP", diz Nicolau Santos
O presidente da RTP advertiu ainda que esta situação pode pôr "em causa" a "paz social" que a empresa tem tido nos últimos tempos e "criar ondas de choque".
16 de Outubro de 2024 às 15:29
O presidente da RTP afirmou esta quarta-feira que o corte de publicidade de sete milhões de euros por ano "fragiliza" o grupo de media estatal e alertou que esta situação pode pôr em causa a paz social da empresa.
Nicolau Santos falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito dos requerimentos dos grupos parlamentares do Bloco de Esquerda (BE), PCP, PS, Chega e Livre para ouvir o Conselho de Administração da RTP no âmbito do Plano de Ação para a Comunicação Social do Governo, o qual prevê o fim da publicidade em 2027.
Em resposta ao PSD, Nicolau Santos disse que, relativamente ao corte de cerca de sete milhões de euros por ano, segundo a análise que a administração fez, "isto fragiliza a RTP".
A operação da empresa fica fragilizada, "podemos encontrar fontes alternativas", atualmente a RTP capta receitas no digital 1,3 milhões de euros, acrescentou o gestor.
O presidente da RTP advertiu ainda que esta situação pode pôr "em causa" a "paz social" que a empresa tem tido nos últimos tempos e "criar ondas de choque".
O fim da publicidade na RTP será gradual nos próximos três anos, com redução de dois minutos/hora em 2025 e 2026, com um custo estimado total de 20 milhões de euros e o impacto da redução de receita de cerca de 6,6 milhões de euros por ano.
Na audição, Nicolau Santos disse que, perante a intenção do Governo em cortar a publicidade, o Conselho de Administração "propôs uma alternativa" que incluía uma diminuição da mesma, "mas não o desaparecimento total".
Disse ainda que a administração colocou um conjunto de questões que são importantes para amortizar a quebra das receitas, onde está incluída a atualização da Contribuição para o Audiovisual (CAV) pela taxa de inflação e a situação da dívida do Estado para com a empresa de cerca de 14,29 milhões de euros.
O ministro da tutela, Pedro Duarte, afirmou na semana passada que a CAV não iria ser atualizada, uma vez que esta tem vindo a aumentar com o número de clientes de eletricidade (esta contribuição vem na fatura).
Já sobre o plano de saídas voluntárias, "é um plano acordado, em que o Governo nos propôs que se quiséssemos fizéssemos um plano atingindo mais pessoas e é isso que está em cima da mesa", afirmou.
Por sua vez, o administrador da RTP Hugo Figueiredo respondeu à questão do serviço público e das audiências.
"Não são as audiências que nos movem, mas um serviço público sem audiência não tem relevância", sublinhou o administrador.
O serviço público "tem que ter público", defendeu Hugo Figueiredo, adiantando que as receitas comerciais são importantes para a empresa porque "elas, muitas vezes, ajudam a financiar" determinados eventos.
Por exemplo, os grandes eventos desportivos são dos mais caros e dos preferidos do portugueses e a "ausência de receitas comerciais vai tornar muito mais difícil a nossa aquisição", prosseguiu.
"Recordo que no passado a RTP tinha a Liga dos Campeões", mas pelos custos que foi tendo decidiu-se deixar de ter, lembrou.
Assim, "a Liga dos Campeões deixou de dar na RTP1, passou para os privados e agora não dá em lado nenhum (...), não se consegue ver um jogo de um clube português (...) que não seja através de uma assinatura", rematou.
Nicolau Santos falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito dos requerimentos dos grupos parlamentares do Bloco de Esquerda (BE), PCP, PS, Chega e Livre para ouvir o Conselho de Administração da RTP no âmbito do Plano de Ação para a Comunicação Social do Governo, o qual prevê o fim da publicidade em 2027.
A operação da empresa fica fragilizada, "podemos encontrar fontes alternativas", atualmente a RTP capta receitas no digital 1,3 milhões de euros, acrescentou o gestor.
O presidente da RTP advertiu ainda que esta situação pode pôr "em causa" a "paz social" que a empresa tem tido nos últimos tempos e "criar ondas de choque".
O fim da publicidade na RTP será gradual nos próximos três anos, com redução de dois minutos/hora em 2025 e 2026, com um custo estimado total de 20 milhões de euros e o impacto da redução de receita de cerca de 6,6 milhões de euros por ano.
Na audição, Nicolau Santos disse que, perante a intenção do Governo em cortar a publicidade, o Conselho de Administração "propôs uma alternativa" que incluía uma diminuição da mesma, "mas não o desaparecimento total".
Disse ainda que a administração colocou um conjunto de questões que são importantes para amortizar a quebra das receitas, onde está incluída a atualização da Contribuição para o Audiovisual (CAV) pela taxa de inflação e a situação da dívida do Estado para com a empresa de cerca de 14,29 milhões de euros.
O ministro da tutela, Pedro Duarte, afirmou na semana passada que a CAV não iria ser atualizada, uma vez que esta tem vindo a aumentar com o número de clientes de eletricidade (esta contribuição vem na fatura).
Já sobre o plano de saídas voluntárias, "é um plano acordado, em que o Governo nos propôs que se quiséssemos fizéssemos um plano atingindo mais pessoas e é isso que está em cima da mesa", afirmou.
Por sua vez, o administrador da RTP Hugo Figueiredo respondeu à questão do serviço público e das audiências.
"Não são as audiências que nos movem, mas um serviço público sem audiência não tem relevância", sublinhou o administrador.
O serviço público "tem que ter público", defendeu Hugo Figueiredo, adiantando que as receitas comerciais são importantes para a empresa porque "elas, muitas vezes, ajudam a financiar" determinados eventos.
Por exemplo, os grandes eventos desportivos são dos mais caros e dos preferidos do portugueses e a "ausência de receitas comerciais vai tornar muito mais difícil a nossa aquisição", prosseguiu.
"Recordo que no passado a RTP tinha a Liga dos Campeões", mas pelos custos que foi tendo decidiu-se deixar de ter, lembrou.
Assim, "a Liga dos Campeões deixou de dar na RTP1, passou para os privados e agora não dá em lado nenhum (...), não se consegue ver um jogo de um clube português (...) que não seja através de uma assinatura", rematou.