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Contas de serviços bancários sobem 164% desde o pré-pandemia

No espaço de quatro anos, desde o primeiro semestre de 2019, há mais 129 mil contas de serviços mínimos bancários. Face ao mesmo período de 2022, a subida é de 22,7%.

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João Cortesão
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As contas de serviços mínimos bancários (SMB) estão a ser cada vez mais utilizadas, tendo atingido as 208.196 no final de junho, de acordo com os dados do Banco de Portugal conhecidos esta quarta-feira.

Numa comparação com o mesmo período de 2019, representa um aumento de 164,4%, de acordo com as contas do Negócios. Já face ao período homólogo do ano passado, a subida é de 22,7% (ou seja, mais 24.131 contas deste género), de acordo com o supervisor da banca.

No espaço de seis meses, desde o final do ano passado, o acréscimo é de 11,1%, acrescenta o Banco de Portugal. Foram criadas 24.131 contas de serviços mínimos nesses seis meses, das quais 14.107 a resultarem da conversão de uma conta de depósito à ordem já existente no respetivo banco.

E, por outro lado, foram encerradas 3.261 contas no mesmo período. Destas, 89,5% (2.920) foram a pedido do cliente e as restantes por iniciativa das instituições, “principalmente por o titular deter outras contas de depósito à ordem (34,9%)”.

Os dados do banco central apontam ainda que a proporção de novas contas deste tipo no total de contas constituídas diminuiu de 47,1% em 2022, para 41,5% no primeiro semestre de 2023, mas permaneceu acima dos valores observados em 2020 e 2021 (25,3% e 26,3%, respetivamente), anos marcados pela pandemia. “Recorde-se que o maior peso das novas contas em 2022 ficou a dever-se à abertura de conta de serviços mínimos bancários por cidadãos ucranianos deslocados”, salienta.

Por sua vez, o peso das contas constituídas por pessoas com idade igual ou superior a 65 anos aumentou de 31% em 2022 para 39% no primeiro semestre de 2023.

No final de junho, 76% das contas deste género tinham apenas um titular, uma percentagem similar à registada no final de 2022. As contas de serviços mínimos bancários podem ter mais do que um titular, se ambos os titulares tiverem apenas esta conta ou se um dos titulares estiver abrangido pelas exceções previstas na lei, mas, segundo nota o Banco de Portugal, no primeiro semestre “a utilização destas exceções continuou a ser relativamente reduzida”.

Do total de contas de serviços mínimos bancários, 5% eram detidas por pessoas que tinham outras contas de depósito à ordem, por serem cotitulares de pessoas com mais de 65 anos ou grau de invalidez igual ou superior a 60%. Apenas 1,5% das contas eram detidas por pessoas cotitulares de outra conta de SMB com uma pessoa com mais de 65 anos ou grau de invalidez igual ou superior a 60%.

No final de junho, a maioria dos titulares de contas deste género não tinha outros produtos bancários na mesma instituição. Apenas 22% das contas de serviços mínimos existentes eram tituladas por pessoas com contas de depósito a prazo no mesmo banco e 15% eram detidas por clientes com produtos de crédito nessa instituição, percentagens semelhantes às registadas em 2022.

* Com Lusa

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