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Construção naval vai ter “hub” de qualificação

Perante uma indústria naval sem quadros qualificados para dar vazão ao crescimento do negócio, obrigando-a a subcontratar no estrangeiro, um consórcio privado assina esta segunda-feira um protocolo para a criação de um “hub” de qualificação e formação para o sector.

A AtlantiEagle Shipbuilding, dona dos Estaleiros Navais do Mondego, é uma das subscritoras do protocolo para a criação de um "hub" de qualificação do sector.
05 de Junho de 2017 às 12:03
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A última edição do barómetro Leme, da consultora PwC, divulgada no início deste ano, frisava que, "mais do que resiliente, como até agora tem sido, a economia do Mar está numa trajectória de crescimento", destacando a franca recuperação do sector da construção naval, que se ressentiu muito da crise económica que se instalou em 2008.

Com potencial de empregabilidade elevado e localização geográfica privilegiada, o sector da construção e reparação naval, assim como a área de gestão de portos, enfrenta, porém, um problema: não tem quadros qualificados, o que tem levado esta indústria a subcontratar pessoal no estrangeiro, como Espanha, Argélia e Marrocos.

Para dar a volta a esta situação, é esta segunda-feira, 5 de Junho, assinado um protocolo de cooperação que estabelece as condições para a criação de um "’Hub’ de Qualificação e Formação para a Construção, Reparação Naval & Gestão Portuária", no âmbito da 7.ª edição do Fórum do Mar - Business2Sea, que decorre na Alfândega do Porto.

 

O "hub" de qualificação consiste num consórcio constituído pelo Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), a AtlanticEagle Shipbuilding (dona dos Estaleiros Navais do Mondego), a Universidade de Coimbra e a Quasar (consultora de recursos humanos).

 

"Trata-se de criar uma parceria sólida e sustentável entre ‘stakeholders’ estratégicos em Portugal neste sector, oriundos da indústria naval, universidades, centros tecnológicos e organismos nacionais e regionais, que permitam dinamizar, inovar, criar emprego qualificado, gerar maiores níveis de competitividade, impulsionar a internacionalização e acompanhar os desafios do paradigma económico e tecnológico da digitalização da industria no quadro da indústria 4.0", explica Pedro Matias, presidente do ISQ, em comunicado.

 

O "hub" de qualificação visa assim "dinamizar a qualificação dos profissionais que trabalham nos portos, a partir de experiências já realizadas noutros países e que são consideradas boas práticas", sendo  objectivo dos promotores "alargar no futuro a outros parceiros, nomeadamente na área da I&D prevendo-se a internacionalização", sublinha Margarida Segard, adjunta da direcção de formação do ISQ.

 

Com este "hub", pretende-se "qualificar e certificar mão-de-obra especializada, desenvolver cursos de formação inicial e avançada, desenvolver formação universitária, atrair para o sector jovens e adultos - qualificados ou pouco qualificados -, aumentar níveis de empregabilidade de jovens, mulheres, população de risco ou população pouco qualificada, e trabalhadores pouco modernizados, optimizando os recursos logísticos e equipamentos do mar".

 

A indústria portuguesa de construção e reparação naval é constituída por cerca de 600 PME, das quais 500 têm menos de 10 colaboradores.

 

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