Notícia
Como os líderes vêem 2018
O Negócios questionou os líderes sobre as perspectivas para 2018. E cerca de 100 fizeram um depoimento de como vêem este novo ano.
Francisco Seixas da Costa, Embaixador
2018 vai ser o ano de todos os debates sobre a reestruturação da zona euro, tentando acomodar as posições francesa e alemã. Contudo, nada indica que se possa ir muito além de uma reforma minimalista, que Portugal vai apoiar, com a vantagem de ter Mário Centeno num lugar-chave.
Guilherme d' Oliveira Martins, Administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian
Portugal deverá continuar em 2018 a crescer de forma sustentada. Importa, porém, contrariar o baixo investimento a fim de assegurar o reforço do potencial do crescimento. O rigor das finanças públicas tem de ser mantido. O sector financeiro apresenta sinais positivos, mas importa reforçar os instrumentos selectivos visando o incentivo à competitividade e à capacidade exportadora. A evolução do emprego poderá fornecer a ajuda do consumo privado. A aposta nos investimentos na educação e formação revela-se essencial.
Pedro Soares dos Santos, "Chairman" e CEO do Grupo Jerónimo Martins
2018 será um ano de muita instabilidade a nível internacional. As tensões políticas crescentes podem impactar fortemente os mercados e as economias dos países mais expostos à dívida, o que me leva a olhar para o próximo ano com alguma reserva. Portugal tem vindo a apresentar números que indicam uma retoma do crescimento com a consequente descida do desemprego, o que são indicadores positivos, mas que considero ainda pouco sustentáveis. A ausência de reformas estruturais e o excesso de endividamento das famílias e do país continuam a ser factores de risco para Portugal.
João Roquette, CEO do Grupo Esporão
A realidade económica e social em Portugal dependerá não apenas da estabilidade política e económica, mas também do clima internacional. A perspectiva actual positiva de desenvolvimento económico e social na Europa poderá ser seriamente afectada por uma nova era de conflito e guerra, com impacto global, resultante do populismo e a imprevisibilidade da governação Americana/Trump.
António Vieira Monteiro, presidente do Santander Totta
Ano de crescimento a consolidar em redor de 2%, apoiado em exportações e investimento, que propiciam uma descida do desemprego até 8%. A consolidação orçamental e a redução da dívida pública devem continuar a ser prioridade, contribuindo para a redução dos custos de financiamento da economia. O sector financeiro entrará numa nova fase, sujeito às novas regras de capital e de gestão de crédito e incumprimento, que deverá conciliar com o apoio às famílias e empresas no desenvolvimento das suas actividades. Para o Santander Totta, o ano trará o desafio do processo de integração do Banco Popular Portugal, a par da continuação do crescimento do negócio e da boa "performance" dos resultados.
Licínio Pina, Presidente da Caixa Central de Crédito Agrícola
A conjuntura externa irá manter-se como previsto, em termos de crescimento económico e não antecipo problemas na zona euro ao invés no EUA. A administração americana e a sua política aparentemente expansionista interna não irá fazer crescer a economia dada a dependência muito acentuada da economia americana em relação ao exterior. Comunidades demasiado consumistas com necessidades crescentes.
Na Zona Euro a estabilização de preços será um factor a considerar e iremos assistir a um crescimento das taxas de juro pressionadas pelo levantamento das políticas expansionistas do BCE e pelo efeito do Brexit na Zona Euro, com deslocalização de entidades e serviços europeus para a zona.
Luís Onofre, Presidente da APICCAPS
Espero que 2018 seja um ano de consolidação do calçado português nos mercados internacionais. O reforço da aposta nos mercados extracomunitários - como os EUA - será complementada com a consolidação da presença nos mais exigentes mercados europeus.
Alexandre Fonseca, CEO da Altice Portugal
Em 2018 vamos ter menos barreiras no acesso ao conhecimento e um maior potencial para criar valor na sociedade. Redes cada vez mais rápidas, ligando pessoas, instituições e máquinas, serão a alavanca para maior fluidez na transmissão de informação, que se transforma em conhecimento, e este em valor na forma de novos produtos, para melhorar a vida das pessoas... Com a crescente digitalização, surge a promoção do empreendedorismo. As empresas tornam-se mais eficientes e focam-se no seu "core business". A nova vaga da Economia Digital será pois suportada em conceitos como a Inteligência Artificial, a Ciência dos Dados, as Smart Cities e a Internet das Coisas, e será o alicerce para um desenvolvimento económico e social, sustentado e pleno de confiança num futuro melhor.
Mário Vaz, CEO da Vodafone Portugal
No contexto internacional há riscos políticos a fervilhar um pouco por todos os continentes, enquanto no panorama nacional persistem constrangimentos estruturais que requerem a continuação do processo de reformas para abrir caminho a um crescimento mais sustentado da economia. Advinham-se também oportunidades promissoras que Portugal tem que saber aproveitar plenamente, como o digital. O sector das TIC assume um papel determinante na quarta revolução industrial, na qual a inovação e o empreendedorismo são, simultaneamente, desafios e oportunidades. O Governo, a Administração Pública e o tecido empresarial nacional terão que aprofundar a mudança para o digital, um imperativo para garantir a sobrevivência num mundo cada vez mais global. Do outro lado do barómetro, a estabilidade e a imprevisibilidade fiscal permanecem como riscos com que os agentes económicos se confrontam em Portugal, seja pela revisão das taxas em vigor ou pela aplicação de novos impostos.
Carlos Gaspar, Investigador do Instituto Português de Relações Internacionais
[2018] É um ano de transição onde vão estar postas à prova a estabilidade política europeia e americana, num quadro marcado pela incerteza quanto aos resultados eleitorais em Itália, no México e no Brasil e nas eleições intercalares nos Estados Unidos, sob fundo de escalada das tensões quer na Ásia Oriental, quer no Médio Oriente.
José Theotónio, CEO do Pestana Hotel Group
A nível global em 2018 continuarão os grandes riscos que advém do terrorismo e da instabilidade social em diferentes países e regiões. Em Portugal o desafio será continuar a crescer, melhorando a qualidade das contas públicas que pode ser o "gargalo" para o desenvolvimento do nosso futuro colectivo. Na empresa, um ano com grandes projectos a acontecerem, seja nas áreas da gestão, seja na abertura de novas unidades e novos mercados. Assim para nós 2018 é entusiasmante.
Gonçalo Rebelo de Almeida, Administrador do grupo Vila Galé
Em 2018, acreditamos que a procura turística em Portugal deverá crescer, mas não ao ritmo dos últimos anos, caminhando-se até para alguma estabilização. Ainda assim, a manter-se a conjuntura actual, deverá ser mais um ano de recuperação no sector, depois das fortes quedas nos preços registadas durante a crise. Na Vila Galé, além de se assinalar o marco do 30.º aniversário do grupo, será um ano de grande expansão com a inauguração de quatro hotéis: o Vila Galé Sintra em Abril, o Vila Galé Braga em Maio, o Vila Galé Touros (Brasil) em Setembro e ainda o Vila Galé Elvas, no final do ano.
Carlos Nogueira, Presidente da CP
Com moderado optimismo, desde que a qualidade da governação, quer no âmbito do sector público, quer no âmbito do sector privado,
se alinhe pelos melhores padrões internacionais.
Eugénio Fonseca, Presidente da Cáritas Portuguesa
Endividamento das famílias a crescer assim como a facilidade de acesso ao crédito; manutenção dos baixos rendimentos das famílias.
Luís Pais Antunes, Presidente do conselho de administração da PLMJ
Vejo 2018 com alguma apreensão. Se é verdade que temos beneficiado de uma conjuntura económica favorável, existem sinais claros de deterioração da situação política e de aumento da instabilidade social que podem fazer perigar os resultados alcançados. A aproximação do final da legislatura, a ausência de reformas e a degradação da qualidade dos serviços públicos lançam alguma incerteza sobre o futuro próximo.
João Vieira de Almeida, Managing partner da VdA
Com confiança, mas alguma preocupação.
Rui Pena Sócio, fundador da CMS Rui Pena & Arnaut
O ano de 2018 é uma incógnita: pode ser muito mau ou pode ser menos mau. Nunca será bom. A degradação do planeta, não obstante as boas palavras e empenho de muitos como se viu recentemente em Paris, tende a tornar-se irreversível devido à teimosia de uns poucos. No contexto das nações, sucedem-se as ameaças: a guerra apocalítica, o terrorismo indiscriminado, o nacionalismo e proteccionismo extremados, a instabilidade financeira e social. A irresponsabilidade ou a fraqueza das lideranças não garantem nada de bom e vão incrementar a instabilidade política e social em todo o mundo. É espantoso como confio hoje mais na Rússia e na China do que nos EUA e na UE. Portugal continuará aos solavancos, acudindo-se aqui e ali, sem que se perceba uma linha orientadora que permita entrever a luz ao fundo túnel (existirá?). Continuamos insustentavelmente endividados e a gastar mais do que devíamos. A partidocracia deve fazer uma trégua e ceder à salvação nacional garantindo um mínimo de estabilidade social.
Agostinho Pereira de Miranda, Presidente do Conselho Superior da Miranda & Associados
Um ano promissor no plano do crescimento do produto mundial mas cheio de incertezas e riscos políticos. A variável mais importante continuará a ser a das decisões do presidente Trump, tanto na frente doméstica como na internacional. Qualquer erro maior poderá
por à prova a ordem jurídica internacional e/ou a sustentabilidade do sistema financeiro mundial. Na Europa vamos ver em 2018 se a França consegue impor uma nova liderança e o seu modelo de reforço institucional da União. Portugal pode muito bem cumprir mais um ano de verdadeira quadratura do círculo em que as esquerdas sustentam com pouco entusiasmo medidas tangencialmente progressistas que permitam manter a direita fora do favor dos eleitores.
Miguel Frasquilho, Presidente do conselho de administração da TAP
2018? Um ano repleto de desafios. Destaco os da esfera geopolítica, como Trump, Coreia do Norte, Médio Oriente, qual a solução governativa na Alemanha, a agenda reformista de Macron para modernizar França, eleições gerais em Itália, a Catalunha e possíveis ondas de choque a outras regiões da Europa (Escócia, Bélgica,...), como decorrerá o Brexit (mais soft, ou mais hard) - o que não será indiferente, quer para a União Europeia quer, sobretudo, para o Reino Unido - e, portanto, com impacto na economia global...
... Cujo crescimento deverá continuar a ser liderado pela Índia e depois pela China - mas com os EUA a beneficiarem, também, da reforma fiscal pro-business de Trump. E por cá? É fundamental continuar a consolidar a imagem positiva que desde 2012 temos progressivamente vindo a mostrar ao exterior: já ficou para trás sermos "lixo" para as agências de rating; o défice público deverá ser, novamente, o mais baixo da história da nossa democracia, a caminho do aqui-há-uns-anos-impensável equilíbrio orçamental; a dívida pública deverá manter a trajectória descendente; e Portugal deverá continuar a beneficiar de estar, sem dúvida, no radar global, quer de investidores, quer de turistas e visitantes - importa potenciar e aproveitar o facto de Portugal ter sido, recente e justamente, considerado o melhor destino turístico do mundo e de, no próximo ano, e pela primeira vez no nosso país, se realizar o Eurofestival da canção, bem como o maior congresso internacional de cruzeiros, o "Seatrade Cruise Med". E, claro, não sendo em Portugal, depois de termos sido Campeões da Europa de Futebol, todos estaremos atentos ao Mundial da Rússia onde, por mais que se saiba que tudo será bastante mais difícil... o sonho não nos deixará! Tudo somado, apesar dos desafios acima elencados, estou confiante de que o mundo e Portugal deverão ser melhores em 2018.
Francisco Veloso, Dean of Imperial College Business School
A nível político, o ano vai ser dominado por evoluções importantes em três países que, pela sua relevância, terão impacto significativo por todo o mundo. Estou a falar em particular das eleições intermédias nos EUA, a formação de governo na Alemanha, e clarificação do que poderá significar o Brexit. A nível dos negócios, penso que vamos ver uma aceleração da transformação digital que está a acontecer um pouco por todo o mundo, com mais exemplos e efeitos próximos do nosso dia-a-dia. Em Portugal teremos um ano com menos crescimento, na medida em que a ausência de reformas estruturais começa a limitar o nosso potencial de desenvolvimento.
António Raab, General Manager da Hilti Portugal
Na área que trabalhamos (Profissionais da Construção Civil ), vejo 2018 como uma grande oportunidade de crescimento na renovação, como em geral na construção civil.
António Sá da Costa, Presidente da direcção da APREN - Associação Portuguesa de Energias Renováveis
Espero que se clarifiquem muitas coisas e que encarrilhem no bom caminho, tais como Trump se deixe dos seus disparates ou seja exonerado; as pessoas compreendam as consequências das alterações climáticas e comecem a encarar seriamente a descarbonização da sociedade; que em Portugal se encare de forma correcta o combate aos incêndios, a preparação para fazer face às secas; que se clarifique as questões relacionadas com as contas públicas; e se comece a fazer as reformas estruturais que tanto precisamos; que o Governo dialogue mais com as empresas e perceba que a colaboração com estas e a previsibilidade regulatória e fiscal são fundamentais para que possa haver desenvolvimento do País.
Que o meu Sporting seja campeão nacional de futebol.
Carlos Poço, CEO do grupo Poço
O ano 2018 continuará a ser de crescimento económico e de confiança muito puxado pela Europa. Estão previstos grandes investimentos em infra-estruturas de dimensão assinalável e que arrastam um grande número de empresas para uma situação de melhoria das carteiras de encomendas e permitirá obter melhores margens e consequentemente melhores resultados. As empresas portuguesas também beneficiarão da melhor imagem que hoje tem Portugal fruto da melhoria económica e também dos grandes talentos que se têm revelado nos últimos tempos. O Turismo continuará a crescer fruto da "moda" de Portugal, mas principalmente pela segurança que transmite aos visitantes.
Carlos Teixeira, CEO da Cheto Corporation
Ano com muito potencial, grandes possibilidades de consolidação de mercado e afirmação de marca/produto.
David Pereira, Presidente da APROSE - Associação Nacional dos Agentes e Corretores e Seguros
Estimo que o ano de 2018 seja um ano de investimento e aumento do emprego e relançamento da economia. Acredito que o desemprego irá diminuir e que irá aumentar o rendimento per capita. Tenho grandes expectativas no melhoramento do nível de vida das pessoas em Portugal, consequência do investimento e consequente diminuição do desemprego. No mundo pressinto instabilidade nos EUA e Médio Oriente. A zona asiática irá acalmar.
Filipe Garcia, Economista da IMF - Informação de Mercado Financeiros
Não há sinais que em 2018 se interrompa o actual ciclo de crescimento global e sincronizado. Este clima de confiança tem sido suficiente para esconder vulnerabilidades políticas, sociais e financeiras. Os maiores riscos passam pelo surgimento de uma recessão - que hoje
é inesperada - ou de uma reacção desordenada dos mercados e economias ao final das política monetárias expansionistas. Se a economia piorar, as vulnerabilidades e divisões virão à tona.
Helena Painhas, CEO do Grupo Painhas
Vejo 2018 com optimismo, apesar de nos apresentar alguns desafios, nomeadamente no continuar da reestruturação das empresas, e no reforço dos seus capitais próprios, por forma a poderem resistir à possíveis turbulências dos mercados internacionais, que se afigura como o principal risco.
João Vasconcelos, Senior Advisor da Clearwater International
Vejo 2018 muito positivo. Pela primeira vez em muitos anos teremos estabilidade política, estabilização accionista e capitalização da banca, P2020 em velocidade cruzeiro, fora do processo por défice excessivo, menor défice da democracia em 2017,maior crescimento económico do século e menor desemprego dos últimos dez anos em 2017. Com tudo isto temos a garantia de que 2018 será um ano muito positivo para a economia portuguesa em geral. Será um ano de grande criação de emprego e riqueza.
Jorge Armindo, Presidente do conselho de administração do Grupo Amorim Turismo
Vejo 2018 em linha com 2017. Se António Costa for melhorando nas sondagens o orçamento para 2019 não será aprovado e podemos ter eleições antecipadas. É necessário reduzir o endividamento e os partidos que suportam o Governo não irão contribuir para o sucesso desse desiderato.
Jorge Bota, Managing Partner da B. Prime
Acreditamos que 2018 será mais um ano positivo para Portugal de uma forma transversal, e, em particular, para o imobiliário. Ainda existem muitas e boas oportunidades de investimento no imobiliário português e esse reconhecimento é cada vez maior, por parte dos investidores internacionais. Não havendo grandes imprevistos, tudo se deverá manter com a mesma dinâmica de 2017!
José Tribolet, Presidente do INESC
Moderadamente optimista em termos nacionais e europeus. Preocupado com o potencial de instabilidade social associado às exigências sindicais e de diversos grupos corporativos, que podem entrar em ressonância muito explosiva com a dinâmica da interacção política no seio da geringonça! Muito preocupado pela perda de dinamismo e comprometimento na luta contra a corrupção, visível em termos de recuos na produção legislativa com impacto neste domínio e no atraso na concretização de projectos de sistemas informáticos de controlo e auditoria dos processos de aquisição de bens e serviços e despesas públicas na administração central e local.
Luís Salvaterra, Director-geral da Intrum Justitia
Prevejo um ano de 2018 em que o crescimento da economia e a estabilidade financeira vão continuar bastante dependentes do que acontecer no sector bancário.
Manuel Pinheiro, Presidente da Comissão dos Vinhos Verdes
Vejo 2018 com alguma confiança. Diria que estamos num fim de ciclo. Para Portugal a questão da dívida externa é fundamental, mas não creio que 2018 seja já o ano de crises, salvo um evento fortuito. Diria que é um ano em que a economia funciona e em que há que reduzir o endividamento a todos os níveis.
Manuel Serrão, CEO da Nicles
Como um grande ano para viver em Portugal.
Paulo Nunes de Almeida, Presidente da AEP
A volatilidade e incerteza dos mercados é algo com que nos temos que habituar a viver. Salvaguardando esse aspecto, acredito que 2018 seja um ano de forte crescimento da economia mundial, e com Portugal a beneficiar desse facto e da sua nova imagem internacional, em termos de qualidade dos produtos e dos serviços (turismo).
Paulo Vaz, Director-geral da ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal
Um ano exigente e imprevisível, que tanto pode ser a consolidação do trabalho de recuperação económica, como descambar por via da instabilidade política e social, regressando o país à divergência com a União Europeia e com risco de novo resgate. O céu e o inferno podem estar apenas em simples detalhes ou como os actores políticos desempenharão, com responsabilidade ou sem ela, os respectivos papéis.
Pedro Janela, CEO do WYgroup
Vejo a tecnologia a pressionar os antigos empregos: banca, serviços, media e indústria estão sujeitos à facilitação e custo de ferramentas de IA (inteligência artificial). Para Portugal o círculo virtuoso do turismo, estatuto de RNH [residentes não habituais] e imobiliário continuará a trazer dinâmica empresarial onde se assistirá a uma recuperação total do sector construção. Do lado do emprego, a consolidação de Lisboa como "tech hub" e melhor sítio do mundo para viver vai fazer aumentar rapidamente os salários dos mais qualificados em digital, marketing e gestão. O boom de inteligência em Portugal trará benefícios que ainda não percebemos, e deriva da importação líquida positiva de cérebros de "tech" e de RNH. Lisboa vai mesmo ser o sítio mais vibrante do mundo. A liberalização do mercado de trabalho é crítica para este ecossistema.
Duarte de Athayde, Managing Partner da Abreu Advogados
As previsões apontam para um cenário de estabilidade e confiança na economia portuguesa, que deverá manter uma trajectória de recuperação ao longo do próximo ano, apresentando um ritmo de crescimento em linha com o actualmente projectado para o conjunto da zona euro. O mercado de advocacia segue em linha com essa previsão e penso que as oportunidades vão continuar a centrar-se no apoio às áreas-chave da economia, com destaque para as áreas financeira, mercados de capitais, imobiliário e turismo.
João Miranda, CEO da Frulact
O ano de 2018 comporta inúmeros riscos. Com a dívida pública a continuar a aumentar em termos absolutos. Com o aumento do endividamento das famílias, por via do aumento da concessão de crédito. Com o aumento esperado das taxas de juros! Com o aumento significativo de custos recorrentes do Estado contemplados no orçamento. Com o crescimento dos proveitos assente em expectativas positivas do Turismo e das exportações… que podem ser afectadas negativamente por factores exógenos não controláveis. De forma realista, diria que tudo tem que correr muito bem, para que não corra tudo mal!
Paulo Coelho Lima, Administrador do grupo Lameirinho
Espero que o ano de 2018 supere os bons resultados alcançados nos últimos anos e que a incerteza das políticas internacionais não condicione a estratégia definida.
João Vieira Lopes, Presidente da CCP
Continuação do crescimento económico mas a um ritmo mais lento. Aumento da crispação política e alguma instabilidade laboral com a aproximação das eleições. Balança comercial a deteriorar-se pois o crescimento assenta no mesmo modelo económico. Desemprego a baixar ligeiramente com base na construção, imobiliário e turismo. Cumprimento das metas europeias, mas continuação de um nível de investimento baixo.
Paulo Gonçalves Marcos, Presidente do SNQTB Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários
Um ano sem surpresas a nível interno, com a solução governativa a perdurar. O turismo irá continuar o seu processo de crescimento e de grande empregador qualificado. Os bancos continuarão a recuperar.
Luís Sottomayor, Community Director da Talent Portugal
2018 deverá estar em linha com 2017, com a manutenção do crescimento das exportações e perspectivas positivas na economia e nas empresas. A escassez de recursos humanos qualificados em alguns sectores, especialmente tecnologias e engenharia, começará a tornar-se crítico. O sector imobiliário deverá continuar a crescer, o que poderá aumentar a exposição ao risco pelos bancos e famílias. O governo deverá manter políticas de contenção orçamental, mas sujeito a maior pressão pelos seus parceiros parlamentares o que poderá criar mais instabilidade.
Nuno Teles, Investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra
O ano de 2018 aparenta ser um pouco a continuação de 2017, com crescimento económico baixo, estagnação dos preços e riscos financeiros a crescer dada a evolução dos preços dos activos financeiros e do imobiliário um pouco por todo mundo. O acumular de desequilíbrios internacionais traduz-se numa situação de grande vulnerabilidade em Portugal, não só pela sua exposição da nossa economia à evolução dos mercados financeiros internacionais, mas também pela bases da actual recuperação económica, muito dependente de procura e capital externos.
Sebastião Feyo de Azevedo, Reitor da Universidade do Porto
Muito desafiante no mistério da forma do Governo conseguir fazer a necessária reforma, para: (i) promover crescimento económico e criar emprego com salários dignos; (ii) saciar a voracidade das corporações, particularmente as públicas; (iii) promover a melhoria da organização e governação das instituições públicas; (iv) promover o combate à corrupção, a todos os níveis públicos e privados; (v) nas Universidades - promover um modelo de autonomia auditada, no quadro de uma missão contratualizada.
João Caiado Guerreiro, Sócio da Caiado Guerreiro Advogados
Vai ser um ano Bom. Não haverá grandes conflitos, a União Europeia vai continuar a mostrar a sua solidez e crescimento, os EUA ontinuarão a crescer, e a China vai crescer mais que todos os outros e ser cada vez maior e mais importante. Portugal vai correr bem, mas melhor governado correria melhor para todos nós.
Gonçalo Soares da Costa, CEO da Fonte Online
Internacional: Preocupação com a tensão EUA-Coreia do Norte. Cautela pelo processo Brexit. Expectativa quanto ao papel de Macron na consolidação do projecto europeu. Portugal: Optimismo, com melhoria do rating da dívida, e mais crescimento - viva o Turismo! Noutro ponto: espero que a ressaca dos incêndios de 2017 resulte em acção. Espero que os media vigiem, não apenas reportem.
Fonte Online: Muito optimismo, com o lançamento do mercadão.pt, que traz entregas imediatas dos produtos de qualidade da Pingo Doce e de várias outras marcas que fazem parte do dia-a-dia dos portugueses.
Francisco Almada Lobo, CEO da Critical Manufacturing
Penso que 2018 será um ano de grande transformação digital na economia pela aplicação das muitas tecnologias que estão hoje a ficar suficientemente maduras para esse efeito. Estas aplicações serão disruptivas, mas com ganhos significativos para as empresas que fizerem essas apostas.
Pedro Pereira Gonçalves, Administrador executivo do Monte da Ravasqueira
Três pontos de vista: para o Monte da Ravasqueira, 2017 foi um ano histórico pois crescemos pelo segundo ano consecutivo acima dos 50%
em vendas e em resultados e prevemos que 2018 se mantenha esta tendência de crescimento. Em termos estratégicos, reunimos todas as condições para assegurar e sustentar este crescimento com o cliente sempre no centro das atenções. Teremos grandes desafios pela frente
em 2018, subida de preços, escassez de recursos hídricos e um mercado fragmentado a todos os níveis, que precisa de ser reestruturado e consolidado.
Ana Ventura Miranda, Fundadora e directora do Arte Institute
As recentes posições dos EUA, sob a premissa "a América primeiro", representam um enorme desafio para a cooperação internacional. Esta imprevisibilidade que agita os actores internacionais pode ser uma oportunidade para a Europa intensificar o seu posicionamento como líder mundial. Esperemos que esteja à altura deste desafio e consiga definir o seu papel enquanto UE, e Europa como um todo, sobretudo em matérias de segurança, migrações, responsabilidade social, direitos humanos e alterações climatéricas. Portugal deverá continuar o seu caminho de sucesso, tendo como desafio criar as estruturas certas para manter e aumentar o crescimento. Se estivermos à altura, seremos o exemplo a seguir em varias áreas. O mundo tornou-se imprevisível e isso vai obrigar o espírito humano a ir mais longe e superar-se.
Andrés Osto, Director-geral do Aki Portugal
Vejo 2018 com tranquilidade e confiança, acreditando que os esforços de consolidação orçamental e rigor nas contas públicas vão-se manter. Será um ano de enormes desafios que, acredito, serão realizados num clima de confiança e crescimento da economia portuguesa. Em termos de negócio para o Aki, acredito que iremos continuar a reforçar a satisfação dos nossos clientes o que acaba por ter implicações directas no crescimento do nosso volume de vendas. Iremos continuar a contratar colaboradores e a investir em Portugal.
Ângelo Ramalho, CEO da Efacec
A Efacec opera em mercado global. Em 2018 continuará a acontecer a enorme mudança, mesmo transformação, nos sectores em que operamos: energia, mobilidade e ambiente. A produção descentralizada de energia eléctrica através de fontes renováveis, a mobilidade eléctrica e outras formas de descarbonização da economia, tornaram-se um imperativo. Os impactos daqui decorrentes ao nível dos desenvolvimentos em tecnologia e do investimentos necessários, vão provocar alterações profundas nas indústrias, nos operadores
de sistema e nos clientes finais.
António Carlos dos Santos, Professor associado da Universidade Europeia
Progressiva afirmação das potências asiáticas. Manutenção dos problemas migratórios. Crescerá a contestação a Trump. Europa mantém impasses com o crescimento de movimentos e práticas fascizantes, com indeterminações sobre as regras do euro, com crescimento dos secessionismos, com indefinições políticas na Alemanha, riscos de instabilidade financeira, esgotamento progressivo das políticas do BCE.
António Comprido, Secretário-geral da Apetro
Será 2018 muito diferente de 2017?
Temos que colocar a questão a vários níveis: global, regional e nacional. Em termos globais resta perceber como evoluirão alguns dos grandes temas: a questão do terrorismo internacional, na sequência do aparente desmantelamento do Estado Islâmico; a crescente tensão em torno da Coreia do Norte e como é que a China desempenhará o seu papel de último recurso junto do governo daquele país; as migrações; e ainda o crescente isolamento dos Estados Unidos em torno de grandes temas comuns como são a questão das alterações climáticas, o comércio livre e ainda a recente tomada de decisão relativamente a Jerusalém. Existem, portanto, vários motivos de inquietação. Do lado positivo temos as projecções de um crescimento económico razoável, da redução, ainda que insuficiente, da pobreza e a progressiva tomada de consciência que a correcta gestão dos recursos naturais é cada vez mais urgente face ao crescimento da população mundial, à delapidação desses recursos e ao impacto que a sua utilização tem no planeta e, consequentemente, no nosso modo de vida.
No plano regional, e focando-nos na União Europeia, continuamos sem conseguir avaliar na totalidade as consequências do Brexit, até mesmo porque ainda há um longo caminho negocial a percorrer. Contudo, uma coisa para mim é certa: a UE ficará mais pobre, quer do ponto de vista económico, quer do ponto de vista político sem o Reino Unido. Sendo um europeísta convicto, há outro aspecto que me preocupa: o peso da burocracia europeia, a lentidão do processo legislativo e de tomada de decisão e a necessidade permanente
de atender aos interesses nacionais que, muitas vezes, estão em contradição com os interesses da União. Não sei como se resolve, mas a continuarmos neste figurino arriscamo-nos a ficar para trás em relação a outras regiões do globo. Finalmente no plano nacional. Sendo Portugal um pequeno país com uma economia aberta e completamente dependente do financiamento internacional, há que ter esperança
que não haja factores externos que prejudiquem o caminho de recuperação que encetámos. A melhor maneira de lidar com essa situação é acelerarmos a processo de redução da dívida externa, melhorarmos a competitividade da nossa economia, apoiarmos a inovação
e diversificando os mercados exportadores. As tensões internas entre partidos com conceitos da sociedade e da economia completamente distintos e, em muitos casos antagónicos, têm até agora resultado num equilíbrio virtuoso com resultados positivos no crescimento económico, na redução do desemprego e na melhoria das exportações. A questão fundamental é se, perante um quadro exterior menos favorável, essas tensões terão o mesmo efeito ou, se pelo contrário, servirão para agudizar os problemas. Em suma, e como referi, muitas incógnitas à nossa frente que me levam a ter um optimismo moderado relativamente ao ano que se iniciou.
António Miguel Ferreira, CEO da Claranet
É o primeiro ano, dos últimos 7 ou 8, que iniciamos com uma relativa estabilização da situação política e económica em Portugal e maiores perspectivas de crescimento. No nosso sector (TI) são muito boas notícias, pois alia-se uma dinâmica sectorial à dinâmica económica, em sentido positivo. Os principais riscos são externos, mas ainda são relevantes, dada a fragilidade da nossa economia. Contudo, temos uma oportunidade para maior consolidação, por um lado, e crescimento, por outro, que devemos aproveitar.
António Monteiro Fernandes, Professor universitário jubilado
Com alguma tranquilidade no plano interno e muita preocupação na frente externa, onde há demasiados factores de grande incerteza e até de risco iminente.
Arlindo Costa Leite, Presidente da Vicaima
Em termos nacionais teremos que consolidar o crescimento e controlar o défice orçamental. Se conseguirmos dinamizar o investimento seremos bem sucedidos. Se não conseguimos, poderemos hipotecar o crescimento do PIB. Para tal urge captar IDE para investimentos estruturantes e não captar investimento em meras tomadas de participação. Vejo com grande apreensão a situação actual do mercado imobiliário, pois existe um desequilíbrio patente entre o número de transacções e o número de novas habitações colocadas no mercado, representando este último menos de 10% das transacções. Em termos geopolíticos vejo com apreensão a escalada de problemas num cada vez maior número de países. O governo deve ainda garantir que o crescimento do custo laboral é motivado pela produtividade e não por "birras".
Arménio Carlos, Secretário-geral da CGTP
Um ano em que é preciso o emprego seguro e com direitos, valorizar os trabalhadores e os seus rendimentos. Este é o tempo de o Governo passar das palavras aos actos, repor o direito do trabalho, revogar as normas gravosas da legislação laboral que acentua as desigualdades e romper com a obsessão do défice que nos asfixia, a dívida que nos esmaga e o modelo de baixos salários e precariedade que nos empobrece. Este é o caminho certo e seguro para um Portugal com futuro.
Carlos Silva, Secretário-geral da UGT
2018 terá de ser o ano em que, aproveitando os bons resultados em termos económicos, orçamentais e de emprego, se aprofunde o caminho que vem sendo seguido. Com melhoria dos rendimentos dos portugueses, com medidas que criem emprego de qualidade, que apoiem a dinamização da negociação colectiva, que respondam aos desafios da qualificação dos trabalhadores, que garantam melhor protecção social, menos desigualdades e mais coesão social e territorial, sem esquecer os territórios em que as assimetrias mais são sentidas. Em 2018, todos deverão revelar verdadeira disponibilidade e assumir as suas responsabilidades no diálogo
e na construção de compromissos para um Portugal mais justo e solidário.
Carlos Fiolhais, Professor da Universidade de Coimbra e administrador da Coimbra Genomics
O mundo está cheio de incerteza: é, por exemplo, difícil prever os humores de Trump. Mas para Portugal espero que continue e até se reforce o caminho de recuperação de confiança. Na ciência e tecnologia precisamos de mais emprego científico e maior presença de doutorados nas empresas, reforçando a competitividade destas.
Carlos Luís Loureiro, Partner responsável pela divisão de Consultoria Fiscal da Deloitte Portugal
Antecipo que se conjuguem vários factores que constituem um desafio para a economia e as contas públicas, embora anteveja a continuação de um bom ano na perspectiva das empresas, nomeadamente no sector dos serviços, com o turismo à cabeça. Como maiores desafios para a economia, cujos principais problemas estruturais se mantêm intocados, surge o previsível aumento gradual das taxas de juro e as pressões regulatórias sobre o sector financeiro, que dificultarão o financiamento da economia, o possível abrandamento do crescimento das economias que constituem os nossos principais parceiros económicos e um incremento das reivindicações salariais e laborais, particularmente sensíveis no final da legislatura.
Paula Antunes da Costa, Directora-geral para Portugal da Visa Europe
Um ano em que a economia Portuguesa deverá crescer impulsionada pelo turismo e consumo interno mas a ritmo mais lento e em divergência com o resto da Europa, e ainda bastante vulnerável a choques externos, que poderão surgir de riscos geopolíticos diversos. A banca deverá contribuir para a economia digital emergente com a aceleração dos processos de automação e transformação digital do negócio bancário, centrados na melhoria dos processos de tomada de decisão e da experiência do cliente.
Carlos Marinheiro, Vogal do Conselho das Finanças Públicas
Felizmente, a melhoria de percepção de risco soberano nos mercados financeiros internacionais que preconizei no ano passado confirmou-se em 2017. A melhoria do "rating" foi um passo decisivo no restaurar da credibilidade internacional da República, tal como a saída "limpa"
o tinha sido em 2014. Uma redução adicional do spread da dívida pública portuguesa contribuirá para mitigar o impacto que a retirada dos estímulos monetários do BCE possa vir a ter no mercado. A continuação da redução do rácio da dívida é uma condição essencial para que estas premissas se concretizem, sendo a elaboração do Orçamento para 2019 decisiva a este respeito, até porque há medidas dos orçamentos anteriores que implicarão custos em 2019 (alteração no IRS, progressões na função pública, 35 horas, aumento das pensões) aos quais se acrescentará a pressão para repor o poder de compra da função pública.
Fernando Amaral, "Chairman" do Sendys Group
Nos últimos anos têm sido necessários inúmeros esforços para fazer face à instabilidade dos mercados, mas temos conseguido crescer sempre todos os anos, e em 2018 será também esse o desafio. É preciso estar preparado para adaptar a estratégia, conhecer o que melhor se vende e em que mercados, identificar as fraquezas, fazer ainda melhor e diferente. Acredito que haverá muitas oportunidades, mas é preciso aumentar a produtividade dos trabalhadores através da aposta na sua formação e aquisição de competências. O aumento das exportações, a dificuldade de acesso a financiamento pelas PME, e as reformas no mercado de trabalho, serão alguns dos acontecimentos que prevejo para 2018.
Filipe Portela, Business Developer Iberia da Seedrs
2017 foi um ano difícil e 2018 não se prevê que seja melhor. Contudo as empresas e start-ups portuguesas, que souberam ajustar-se e investir, vão começar a ver alguns frutos desse trabalho em 2018, apesar das dificuldades que ainda se sentem. Acredito assim que vamos continuar a assistir a uma nivelação no mercado, sendo que só os mais preparados e mais "fortes" vão continuar a resistir, sendo que o mercado externo/exportações vão continuar a ser um ponto forte das empresas portuguesas.
Francisco Calheiros, Presidente da Confederação do Turismo Português
Estou convicto de que o Turismo irá manter o ciclo de crescimento e reforçar a sua relevância para a economia nacional e para a criação de emprego. Somos a actividade que mais exporta e mais contribui para o PIB, porventura aquela que hoje mais contribui para o desenvolvimento socio-económico de Portugal. Contudo, importa alertar para os desafios que o Turismo ainda enfrenta, muitos deles estruturais, tal como a CTP tem vindo a elencar, outros de ordem estratégica, que requerem um planeamento concertado de médio-longo prazo. Gostaria ainda de chamar à atenção o seguinte: para que o Turismo se possa cada vez mais afirmar como uma actividade económica estruturante para o país, necessita que sejam criadas as condições para que tal possa continuar a acontecer, ou seja, têm de ser dados sinais aos empresários de que vai existir previsibilidade normativa, estabilidade fiscal, e incentivos ao investimento e à internacionalização. Espero, por isso, que em 2018, os decisores tenham a coragem de tomar decisões que nos permitam continuar a crescer, nomeadamente, uma solução definitiva sobre o aeroporto de Lisboa, estabilidade jurídico-laboral, sem alteração dos seus grandes institutos, por forma a que os empresários, os verdadeiros timoneiros da expansão da actividade turística, possam continuar a desenvolver o seu trabalho como até aqui.
Francisco Madelino, Ex-presidente do IEFP
2018: mais riqueza e emprego
Em 2018, tudo aponta para que continue um ambiente favorável à economia portuguesa e à consolidação das contas públicas. A procura externa dirigida à nossa economia, embora com uma pequena desaceleração, deve ter um crescimento próximo dos 4%. É quase certo um acréscimo do PIB acima do 2% e uma taxa de desemprego próxima dos 7,5%. Perspectiva-se assim, que ao longo de 2018, se possam criar, em termos líquidos, mais 50 mil postos de trabalho, a acrescerem aos quase 150 mil que foram criados em 2017.
Hélder Barata Pedro, Secretário-geral da ACAP - Associação Automóvel de Portugal
O ano de 2018, será um ano de consolidação da nossa economia. A recente melhoria do "rating" de Portugal, com a consequente redução das taxas de juro da dívida são notícias positivas e que se irão reflectir na melhoria da actividade económica. O sector do comércio automóvel irá continuar a sua consolidação em 2018, para o que contribuirá também, o previsto crescimento do turismo. Ao nível da produção automóvel, 2018 será o ano de forte aumento das exportações. Para isso, é fundamental que as organizações sindicais percebam a importância de se conseguirem encontrar condições para que se possam atingir estes objectivos.
Jaime Carvalho Esteves, Partner da PwC
É previsível um acentuar da contra-globalização, com reforço do proteccionismo e do nacionalismo. Deverá assistir-se a uma deterioração do quadro económico pela evolução das políticas monetárias. No quadro fiscal o enquadramento neo-proteccionista estimulará o incremento das tributações na fonte e no destino, bem como da concorrência fiscal internacional. A política fiscal nacional deverá sofrer
um impasse pela colisão de interesses em torno da proposta de orçamento para 2019.
João Afonso Fialho, Presidente da Associação das Sociedades de Advogados de Portugal
Um ano de grande instabilidade política, com as potências globais a digladiarem-se nas suas áreas de influência. Portugal a emergir como uma economia mais competente e fiável. Este último aspecto vai gerar alguma convulsão política, mas o apoio da UE irá evitar
a degradação da situação interna.
João Borges de Assunção, Professor na Católica Lisbon School of Business and Economics
O ano de 2018 afigura-se de continuidade face a 2017. Em termos mundiais os principais riscos vêm do comportamento da administração americana, do processo associado à negociação de saída do Reino Unido da União Europeia, e da formação do Governo alemão. O principal evento político do ano serão as eleições americanas para a totalidade da House of Representatives e um terço do Senado, em Novembro. E que poderá produzir alterações significativas no quadro da política americana.
A política monetária americana também pode mudar rapidamente devido à melhoria da conjuntura económica mundial, os sinais de pleno emprego nos EUA e a ligeira subida da inflação, mas também na sequência da mudança do Presidente da Fed, que tem um perfil mais vinculado ao sector financeiro. A resiliência do sistema financeiro americano e dos países mais frágeis à subida das taxas
de juro só agora começará a ser verdadeiramente testado.
Na zona euro o ano económico de 2017 foi bastante favorável e os sinais parecem ser idênticos para o próximo ano. O que também deverá favorecer Portugal. Há um compasso de espera na liderança política da Europa e da zona euro que só se compreenderá melhor com a clarificação da natureza e liderança da Alemanha.
Em termos domésticos os principais riscos vêm do nível da dívida pública e do peso dos juros no caso duma subida rápida das taxas de juro na zona euro, o que poderá ocorrer caso o crescimento da zona euro seja robusto ou se a inflação se aproximar dos 2%.
A política orçamental é dominada por critérios conjunturais e de curto prazo. O facto de o governo ter cumprido as metas orçamentais em termos do défice nominal em 2016 e 2017 é muito positivo, mas não constitui garantia de cumprimento nos anos posteriores, tendo em conta a ambiguidade do discurso do governo nessa matéria. O défice estrutural deverá deteriorar-se se o Governo executar o orçamento aprovado.
Na perspectiva do Católica Lisbon Forecasting Lab - Necep, as medidas de agravamento do défice valem cerca de 1.400 milhões de euros em termos permanentes dos quais 45% são dados à Função Pública na forma de salários. Acresce que as medidas de descongelamento de carreiras podem ser bem mais dispendiosas do que o calculado no Relatório do Orçamento do Estado para 2018. O que reflecte a vulnerabilidade do governo às pressões políticas, sociais e mediáticas. E a sua tentação de aumentar os votos no partido que nos governa nas próximas eleições legislativas.
Vítor Domingues dos Santos, Presidente do CA do Metropolitano de Lisboa
Espero que seja o da realização de alguns dos vários projectos em que toda a equipa, trabalhadores, direcção e conselho de administração se tem empenhado arduamente.
Joaquim Cunha, Director executivo do Health Cluster Portugal
Vejo 2018 com algum optimismo. Face ao ano anterior, a conjuntura internacional é mais favorável e a nível interno as expectativas são também mais positivas. O desafio passa por sermos capazes de assumir o desenvolvimento como verdadeiro desígnio nacional: isso passa por mais e melhor internacionalização, mais economia e mais competitividade nos segmentos de maior exigência.
Luís Cortes Martins, Managing partner da Serra Lopes, Cortes Martins & Associados
O ano de 2018 tem condições, em termos económicos, para ser um dos melhores dos últimos anos. A economia americana apresenta excelentes sinais tais como a japonesa e inclusivamente a europeia. Os mercados asiáticos parecem estar mais consolidados. As maiores tensões são de cariz geopolítico: a crise da Coreia do Norte que pode mudar tudo, e a um nível mais regional, a indefinição em torno do Brexit (com os efeitos da saída a serem cada vez mais evidentes), da Catalunha, a questão da Polónia e de alguns Países do Leste da Europa que parecem cada vez menos alinhados com o ideal europeu. Noutro plano a instabilidade e a radicalização da Turquia, o agravar das tensões no Médio Oriente. Em síntese pode ser um ano excelente para a economia mundial, mas com muitas ameaças de outra natureza. Política precisa-se mais do que nunca.
Paula Carvalho, Economista-Chefe do Banco BPI
As condições de partida para o ano de 2018 são, aparentemente, muito favoráveis. Os níveis de confiança estão em máximos históricos, o que abre boas perspectivas para a concretização de mais investimento empresarial, mais consumo pelas famílias, reforço do comércio internacional, enfim, mais crescimento e emprego à escala global. Mas 2018 será também pautado pelas alterações dos designados programas de QE dos principais bancos centrais - BCE e Reserva Federal. Apesar da prudência e sinalização por parte destes importantes players, este é um dos principais factores de risco a um cenário que se perspectiva risonho. Para Portugal, as previsões são também optimistas, aguardando-se que o crescimento volte a ultrapassar a marca de 2%, numa trajectória em que as exportações se deverão manter como um dos principais motores de crescimento.
Luís Salvado, Presidente da Novabase
A economia mundial deverá continuar a crescer a bom ritmo em 2018. Nos EUA, a reforma fiscal e a menor pressão regulatória potenciarão
um crescimento superior ao de 2017. Na China, a consagração do Presidente Xi como o líder mais importante desde Mao Tse Tung, irá reforçar a estabilidade e proporcionar também uma aceleração do crescimento, apesar do elevado endividamento do seu sector financeiro.
Os principais riscos poderão vir de "cisnes negros" como o diferendo com a Coreia do Norte ou ataques terroristas e/ou conflitos oriundos do/no Médio Oriente. Mesmo o início de um eventual "impeachment" do Presidente Trump não deverá ter grande impacto neste contexto favorável.
Portugal, beneficiando desta conjuntura, deverá manter a sua trajectória expansiva muito por via das exportações - com destaque para o turismo - mas também pelo aumento do investimento privado e do consumo.
As principais nuvens negras serão um eventual descontrolo das contas públicas motivado pela subida dos juros ou pelo aumento não sustentado da despesa, evento agora menos provável com a eleição de Mário Centeno para presidente do Eurogrupo.
Luís Lopes Pereira, Director-geral da Medtronic Portugal
As relações da Coreia do Norte e do Médio Oriente com os Estados Unidos da América, Rússia e China, poderão marcar negativamente o ano de 2018, caso se desenvolvam acções militares. O Brexit poderá trazer mais união e determinação na UE. Em Portugal a instabilidade política que os partidos que apoiam o Governo provocam é sustentável, desde que não afecte a economia. Uma baixa de crescimento económico e do emprego fulminariam a popularidade do PS, até agora resistente aos escândalos que os media têm publicado.
Luís Portela, "Chairman" da BIAL
O grande desafio global, em 2018, será a capacidade dos novos líderes políticos assumirem como prioridade a defesa dos valores universais e, subsequentemente, dos interesses das pessoas. Não só das pessoas dos seus grupos, mas de todas as pessoas. O grande desafio da União Europeia, em 2018, será perceber que está a perder liderança no contexto internacional e reagir na defesa dos seus grandes valores, reformando-se e investindo apropriadamente. Assim, se poderá manter como espaço exemplar para o mundo.
O grande desafio de Portugal, em 2018, será manter o equilíbrio na governação, que permita a continuidade do desenvolvimento económico e reforce as condições para uma efectiva redução da dívida.
Luís Lima, Presidente da APEMIP
No panorama imobiliário, 2018 tem tudo para ser um ano positivo, alinhado com o ano de 2017. No entanto, apresentam-se alguns receios que se prendem com a ausência de "stock" imobiliário nas principais cidades do país, que acabam por influenciar os preços praticados que estão já desajustados à realidade e possibilidades da grande maioria das famílias portuguesas. No ar fica também a expectativa positiva da introdução de incentivos fiscais a proprietários que coloquem as suas casas no mercado a rendas acessíveis.
Manuel Reis Campos, Presidente da CPCI - Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário
O ano de 2018 é decisivo para Portugal e será, seguramente, um ano de afirmação do sector da construção e imobiliário. Temos de saber tirar partido deste momento mais positivo que o País atravessa e, em especial, o excelente posicionamento externo em domínios como o turismo; e a atracção do investimento nacional e estrangeiro em imobiliário deve ser preservado e potenciado em prol da consolidação do nosso tecido empresarial e do emprego. Ao dinamismo a que estamos a assistir ao nível do investimento privado, deve juntar-se, em 2018, um Estado que define e executa o imprescindível investimento público e assegura a estabilidade fiscal e o acesso das empresas ao financiamento.
Manuela Paupério, Presidente da ASJP
Vai ser um ano difícil, como têm sido os últimos deste século, cada vez mais marcado por crises humanitárias, refugiados e deslocados.
Aumento da conflitualidade entre países, cisões na Zona Euro. Agravamento progressivo das condições climáticas. Esperança na contínua evolução da ciência e da tecnologia, possibilitando melhorias significativas nas condições de vida das pessoas.
Margarida Matos Rosa, Presidente da Autoridade da Concorrência
Para 2018 tenho o compromisso de reforçar a investigação e sanção de práticas restritivas da concorrência, que prejudicam as empresas mais eficientes, o bem-estar dos consumidores e a afectação racional dos recursos públicos, ou seja a economia portuguesa
no seu todo. Em 2017, a Autoridade da Concorrência pôs em marcha uma vasta operação de diligências de busca e apreensão de prova em vários sectores de actividade cruciais para o dia-a-dia dos cidadãos, entre os quais o da Grande Distribuição. O ritmo de detecção e sanção das empresas incumpridoras da Lei da Concorrência deverá manter-se em 2018, em prol de uma economia mais dinâmica, mais eficiente e mais inovadora.
Maria do Rosário Gama, Directora da APRe! -Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados
Para a APRe! 2018, apesar de ser um ano de alguma recuperação devido ao descongelamento das reformas, não deixa de ser um ano em que continua a haver perda do poder de compra por uma parte dos reformado, tendo em conta o conjunto de anos em que as pensões estiveram congeladas e a limitação imposta pela lei 53/B de 2006, em que a partir de pensões no valor de 6 IAS e até 12 IAS, o aumento das pensões é 0,25% inferior à inflação e a partir de 12 IAS, não há aumento. Assim, os que mais descontaram ao longo da sua carreira contributiva, continuam a ser os mais penalizados.
Maria João Ricou, Directora-geral da Cuatrecasas
No final de 2016, era difícil não encarar o ano passado com uma grande dose de preocupação face aos enormes riscos e desafios, internos e externos, que se perfilavam ao longo do ano, com desfechos imprevisíveis e um potencial impacto enorme a vários níveis. O balanço é positivo - estamos hoje melhor do que há um ano num conjunto importante de variáveis, o que nos permite olhar para 2018 com algum optimismo, ainda que forçosamente temperado pelo clima de incerteza que resulta da instabilidade e riscos políticos internacionais que nos rodeiam.
Mário Assis Ferreira, "Chairman" da Estoril Sol
2018 será um ano em que, sem prejuízo do equilíbrio das contas públicas, vai acentuar-se um clima de maior crispação nos dois partidos da extrema esquerda ao PS. Por outro lado, começará a evidenciar-se que a aparência do fim da austeridade tem como contrapartida o acréscimo de cativações que agravarão a qualidade e operacionalidade de serviços públicos, designadamente o SNS e sectores de segurança dos cidadãos.
Mário Ferreira, CEO da Mystic Invest
Sendo um optimista por natureza, acredito que 2018 será um ano positivo, em geral. É verdade que estamos numa fase de alguma incerteza, mas também existe ainda oportunidades de crescimento social e económico. Se há algo que os últimos anos nos demonstraram é que com força de vontade e capacidade de trabalhar em equipa é possível atingir bons resultados. Basta ver o caso do Turismo em Portugal que na última década se tornou um exemplo de sucesso internacional.
José Luís Cacho, Presidente da administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS)
2018 será um ano de continuidade nas perspectivas optimistas de crescimento económico. As inovações tecnológicas permitirão aumentar a nossa qualidade de vida. A difusão de informação global permitirá conquistar equilíbrios, que manterão situações de paz e melhoria das condições de vida dos povos mais carenciados.
Miguel Velez, CEO da Unlock Boutique Hotels
Tenho fortes expectativas nacionais para 2018, por ser potencialmente um ano de consolidação e de contínua afirmação do país a nível internacional. No entanto, as ameaças da estabilidade da Europa e dos seus países membros, tal como do mercado bolsista norte-americano, podem criar desafios adicionais que obrigarão a arte e engenho para os ultrapassar.
Franquelim Alves, Managing Director da 3anglecapital
Será possível antecipar um ano de consolidação dos processos de estabilização iniciados em 2017. As maiores incertezas centram-se nos riscos de desestabilização política e militar no Médio Oriente e no Pacífico. Espera-se que a adopção de políticas monetárias mais restritivas seja suficiente para arrefecer os riscos de sobreaquecimento descontrolado dos mercados.
Nuno Ferreira Pires, CEO da Sport TV
Temos provado, como povo, conseguir inverter num curto espaço de tempo os mais difíceis cenários. A percepção dos analistas e investidores estrangeiros, dos parceiros de Portugal na Zona Euro e acima de tudo dos próprios portugueses que hoje ganharam outro índice de confiança na economia, em si mesmos e nas capacidades de Portugal em gerar mais PIB e menor custo ao erário público, são prova disso. Mesmo que se diga deste cenário que é frágil, só o mérito de conseguir voltar a fazer acreditar toda uma nação nas suas capacidades e com isso trazer o óbvio e consequente retorno económico tem que ser reconhecido. Estou confiante que em 2018 Portugal continuará a ser capaz de gerar a mudança necessária para que o nosso País se mantenha no topo das preferências de destino (seja turístico ou para fixar residência ou investimento) e um "hub" de start-ups e tecnologia que nos tem colocado no mapa mundo. Na área do desporto, tão importante para Portugal, pelo posicionamento que nos tem dado, estou convicto que a nossa selecção nacional nos continuará a orgulhar com a sua prestação extraordinária, como resultado de um enorme empenho dos jogadores e acima de tudo de uma excelente liderança técnica.
Pedro Pita Barros, Professor na Universidade Nova de Lisboa
O ano de 2018 terá como ponto central para Portugal, a meu ver, saber se o Governo começa a pensar em eleições (no ano seguinte ou antecipadas), abrandando a consolidação orçamental, ou não. Apesar dos bons resultados da economia nos últimos dois anos, uma má gestão orçamental poderá complicar a recuperação da economia portuguesa.
Pedro Rebelo de Sousa, Managing Partner da SRS Advogados
Com expectativa, mas com receio do excesso de auto-confiança interno e factores externos adversos.
Rafael Campos Pereira, Vice-presidente executivo da AIMMAP
Em Portugal temo que o aumento da despesa pública comprometa todos os esforços que foram feitos nos últimos anos para o equilíbrio das contas. Apesar de tudo, os efeitos negativos dessa evolução não perturbarão já em 2018 a trajectória de crescimento dos principais sectores de actividade e nomeadamente da indústria metalúrgica e metalomecânica. Mas serão fundamentais um forte investimento em formação e inovação bem como uma garantia de estabilidade nas leis laborais e fiscais.
Paulo Câmara, Managing Partner da Sérvulo & Associados
Há expectativas que 2018 mantenha o curso de um crescimento económico moderado mas sustentado. O país vive uma fase promissora, tendo a sua reputação internacional em alta. Para que tal não resulte prejudicado importa apostar numa desburocratização estrutural e no controlo das contas públicas. No sector jurídico, as empresas vão sentir os efeitos de diversas reformas legislativas recentes (Regulamento de Dados Pessoais, Código dos Contratos Públicos, DMIF II, PRIIPS, PSD II, Crédito imobiliário) que colocarão severamente à prova a sua capacidade de adaptação e de "compliance".
António Nunes da Silva, CEO da Golden Assets - Gestora Patrimónios
Deverá ser um ano de consolidação do crescimento mundial e em particular da zona euro. O fim, anunciado para Setembro de 2018, do programa de Quantitative Easing (QE) por parte do BCE, intensificará a normalização global da política monetária e dos níveis de taxas de juro no espaço europeu. O segmento accionista deverá ser favorecido em detrimento do segmento obrigacionista, com níveis de volatilidade superiores aos de 2017. Subsistem factores de risco que poderão condicionar as economias e os mercados, destacando-se: o ciclo de crédito na China e a incerteza quanto à política económica dos Estados Unidos.
Stefano salvatore, Managing partner da Heidrick & Struggles em Portugal e Espanha
2018 será seguramente um ano de maior consolidação dos indicadores económicos positivos das empresas. Neste sentido já vimos como muitos grupos tiveram resultados recorde de vendas e uma notável melhoria dos seus balanços. Mas ainda falta trabalhar mais para acelerar o desempenho de muitos deles e para procurar uma maior competitividade, especialmente nos mercados internacionais.
Há várias tendências críticas para o sucesso da estratégia empresarial em 2018: Maior transparência nas práticas e "governance" do Conselho de Administração que permita uma maior diversidade de opinião, competências, conhecimentos e responsabilidades, acelerar os processos de inovação e transformação da empresa, necessários para uma execução mais ágil da estratégia, assegurar a melhor liderança através de iniciativas de sucessão objectivas, transparentes, meritocráticas. Portugal começa "a estar na moda", mas é preciso construir um país capaz de atrair e reter para si o melhor talento, criando um ecossistema habilitado para desenvolver valor acrescentado e capacidade empresarial para competir a nível mundial.
Pedro Viegas Galvão, Presidente do CPC - Conselho Português de Carregadores
Melhores perspectivas internas em 2018 que em anos anteriores. Todavia, apesar de continuar uma conjuntura europeia favorável é de esperar um ano difícil no nosso País, com mais instabilidade sindical e social. O crescimento económico será através de aumento de exportações (turismo), consumo privado e recuperação do investimento público, deixando para segundo nível a oportunidade de redução de dívida pública.
Paulo Barradas Rebelo, Presidente da Bluepharma
O ano de 2018 poderá ser um ano tranquilo se não ocorrerem mais catástrofes naturais, actos de terrorismo e guerras. Continuaremos a seguir com apreensão o processo de Guerra com a Coreia do Norte e faremos votos para que nenhum destes factores prejudique a estabilidade monetária e financeira dos mercados.
Pedro Fraga, Fundador da F3M - Engenharia de Sistemas e Informática
Vejo 20018 como um ano de consolidação e crescimento da economia portuguesa e, se nos abstrairmos da questão da falta de capacidade/disponibilidade de financiamento da banca às PME (e são elas o motor da economia, independentemente de algumas análises enviesadas que querem concluir que são as grandes empresas que criam emprego e que têm um peso importante na estrutura do IRC), julgo que 2018 vai ser um ano fantástico para o nosso país. Em termos mais globais vejo dois riscos potenciais: o reavivar da "velha instabilidade" no Médio Oriente com a inenarrável ingerência do presidente dos EUA que irá trazer problemas no relacionamento entre a União Europeia e o binómio EUA/Israel; a mais longo prazo, embora com a génese em 2018, uma má negociação do Brexit, empurrando com a barriga para a frente alguns problemas críticos, irá reflectir-se naquilo que é o equilíbrio económico da Europa, empurrando a economia inglesa para uma posição de antagonismo/contraponto com a UE. Fugir aos problemas mais críticos com declarações triunfantes tem a médio e longo prazo efeitos nefastos e julgo que vamos ter aqui uma bomba relógio de consequências imprevisíveis.
Miguel Santo Amaro, Fundador e gerente da Uniplaces.com
Após anos complicados para Portugal e para a Europa, eu avalio positivamente a economia de Portugal e encaro com optimismo as perspectivas de integração e consolidação para a UE, em particular depois das eleições na Alemanha. A perspectiva de curto prazo de Portugal fortaleceu-se consideravelmente, com o aumento dos investimentos e o contínuo crescimento das exportações. Em relação ao sector da tecnologia em Portugal, este está também a crescer e teremos uma excelente oportunidade de consolidar Portugal com um dos hubs principais na Europa e iremos ter bons resultados de empresas portuguesas neste sector.
Francisco Febrero, CEO da ROFF
No que respeita ao "core business" da ROFF, 2018 será um ano de consolidação e prevemos a continuação do crescimento do negócio. Mais ainda, a internacionalização continuará a ganhar especial ênfase na actividade do grupo Gfi pois a proximidade é a palavra de ordem deste sector. A ROFF tem mapeados uma série de mercados-alvo que apresentam um expressivo dinamismo económico e potencial de procura em matéria de soluções SAP.
Paulo Moniz Carreira, Director-geral de Negócio da Servilusa
Tão importante como as políticas dos governos é a definição das políticas orçamentais das empresas e sua capacidade de delinear estratégias para o crescimento sustentado. As empresas são a economia real e os gestores devem tirar ensinamentos da experiência dos últimos anos, devem contribuir para as organizações adaptarem-se para os novos desafios e para um futuro incerto, dada a crescente conflitualidade social entre os países e a volatilidade das crises financeiras. O mercado está em mudança profunda, os hábitos de consumo estão a tomar novos rumos, abrindo novas oportunidade de negócio e obrigando a uma constante avaliação, adaptação e fundamentalmente à inovação. Os novos canais de distribuição, os "opinion makers", os processos de decisão, além de estarem em grande mutação, correm a uma grande velocidade, sendo que os vencedores serão aqueles que aceitem estas novas condições do mercado
e saibam viver neste ambiente.
Paulo Ralha, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Impostos
De uma forma bastante optimista.
Negócios
02 de Janeiro de 2018 às 13:00