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Coliseu de Roma procura patrocinadores
A Tod’s investiu 35 milhões de dólares naquela que é a primeira limpeza a fundo na história do Coliseu. Outras marcas seguiram-lhe as pisadas, mas o investimento ainda não é suficiente para recuperar todos os marcos da cidade.
Em dois milhões de anos de existência, sobreviveu a terramotos, a roubos de peças, ao elevado tráfego automóvel e às obras do metro. Mas a passagem do tempo deixou danos naquele que é considerado o maior símbolo da Roma Imperial.
Agora, o Coliseu de Roma está a receber a primeira limpeza a fundo em toda a sua história. A marca italiana de sapatos de luxo Tod’s decidiu investir 35 milhões de dólares (25 milhões de euros) numa lavagem ao monumento italiano. Os trabalhos começaram em Outubro e deverão estender-se até 2016, revela o “Wall Street Journal”.
Para o proprietário da Tod’s, Diego Della Valle, as maiores empresas do país devem assumir responsabilidade de auxiliar na manutenção de símbolos que representam valor para a própria marca. “O mais importante é o projecto turístico”, afirmou à CNN.
A efectivação do apoio da marca de produtos de couro à recuperação do Coliseu – que incluirá ainda algum restauro no interior e a construção de um centro de visitantes - teve de superar anos de disputas burocráticas e um debate nacional sobre se a limpeza de um monumento nacional deveria ser financiado por uma entidade privada.
É altura de a própria cidade reconhecer que há muito mais para fazer além do local onde outrora tiveram lugar lutas de gladiadores e execuções públicas. Em declarações à CNN, o presidente da Câmara Municipal de Roma confirma que há dificuldades para manter o vasto catálogo de monumentos que contribuem para a projecção internacional do próprio país.
“Isto [o Coliseu] pertence à Humanidade. São precisos projectos e ideias para que possamos mantê-lo para gerações futuras”, reforça Ignazio Marino. Apesar do monumento arrecadar 50 milhões de dólares (36 milhões de euros) anualmente, grande parte desse valor é investido na manutenção de locais menos visitados.
Num período em que falta o dinheiro e a pressão social aumenta, Marino tem procurado algumas soluções para este problema. Entre eles, uma busca por potenciais investidores na Arábia Saudita.
Seria preciso o triplo do valor investido por Della Valle para que fosse possível realizar todo o restauro necessário apenas no Coliseu, explicou ao “Wall Street Journal” Rossella Rea. A actual directora acredita que a limpeza fará notar muitas das necessidades de intervenção do monumento.
Outros são os que acreditam que a história do país é a chave para o relançamento da sua economia. A Bulgari, empresa italiana dedicada às jóias e acessórios de luxo, também investiu dois milhões de dólares (1,4 milhões de euros) na Piazza di Spagna. Na recuperação do património junta-se ainda a marca de moda Fendi com três milhões de dólares (2,2 milhões de euros) para a Fonte di Trevi.