A Chamartín Imobiliária apresentou à Câmara Municipal de Leiria uma proposta de requalificação urbana que implicará investimentos de quase 200 milhões de euros, numa área de intervenção de 25 hectares, onde nascerão um centro comercial, um pavilhão multiusos e um renovado mercado municipal.

A proposta foi feita no âmbito de um concurso público ao qual concorreram outros dois grupos, um incluindo a Auchan e a Somague e outro com a Lena e a Multi Development. Segundo o presidente da Chamartín Imobiliária, Jaime Lopes, mesmo que a sua proposta não ganhe, "é o melhor projecto" que o grupo já concebeu em Portugal, pela complexidade da intervenção.

A Chamartín Imobiliária propõe investir 74 milhões de euros em contrapartidas, isto é, no desenvolvimento de edifícios, infra-estruturas e outros espaços que fazem parte do caderno de encargos e dos quais o promotor imobiliário não tirará rendimentos. Os restantes 126 milhões de euros dizem respeito a um centro comercial Dolce Vita, sendo 100 milhões de euros de investimento directo na construção pela Chamartín e 26 milhões pelos lojistas.

Jaime Lopes explicou que o concurso "está numa fase de análise dos projectos", devendo haver uma decisão nos próximos meses. No caso da Chamartín Imobiliária o prazo de execução apresentado é de 19 meses.

Salientando que hoje "os centros comerciais são politicamente incorrectos" (pelos muitos protestos que suscitam, como, por exemplo, os de organizações ambientalistas), o presidente da Chamartín Imobiliária frisou também que "uma câmara municipal para aprovar um centro comercial tem de ter contrapartidas".

Num encontro com a imprensa, Jaime Lopes destacou os traços gerais do projecto da Chamartín para Leiria. No plano arquitectónico e urbanístico o grupo socorreu-se de uma parceria com as empresas Promontório e Building Design Partnership.

A Chamartín quer desenvolver um centro comercial com 44 mil metros quadrados de área bruta locável, que será quase totalmente coberto por espaços verdes na área adjacente ao Estádio Magalhães Pessoa, que é actualmente ocupada por estacionamento. Todos os quatro mil lugares para automóveis a criar serão subterrâneos.