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CGD lucra mais 21,7% no trimestre
O grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou, no primeiro trimestre de 2005, um resultado líquido de 163,1 milhões de euros, o que traduziu um acréscimo de 21,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Estes valores já reflectem os ajustamentos pr
O grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou, no primeiro trimestre de 2005, um resultado líquido de 163,1 milhões de euros, o que traduziu um acréscimo de 21,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Estes valores já reflectem os ajustamentos provenientes da adopção das normas IAS/IFRS.
Segundo o comunicado emitido hoje pelo banco estatal, o produto bancário alargado somou 620,3 milhões de euros, registando-se um aumento de 82,6 milhões de euros (+15,4%). Esta evolução favorável tem origem, sobretudo, «na margem financeira (+51,1 milhões de euros, +12,7%) e nos prémios de seguros, líquidos de comissões e custos com sinistros e provisões técnicas (+32,1 milhões de euros», acrescenta o referido comunicado. No caso dos prémios, o crescimento foi influenciado pelos valores da Império-Bonança, que pertencia ao universo BCP e integrou, pela primeira vez neste trimestre, as contas do grupo CGD.
Em termos de margem financeira, esta situou-se nos 453,152 milhões de euros, o que contrasta com 402,054 milhões de euros, no final de Março de 2003. Por sua vez, a margem complementar alcançou 167,2 milhões de euros, com um aumento de 23,2%. A explicação para este aumento está mais uma vez relacionada com o comportamento dos prémios de seguros, mas também na sua principal componente bancária, ou seja, as comissões. No final de Março de 2005, o valor das comissões líquidas ascendeu a 86,626 milhões de euros, o que se traduziu numa subida de 7,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação à margem complementar, a CGD destaca também a evolução das operações financeiras, já que o resultado foi positivo de 6,8 milhões de euros. No primeiro trimestre de 2004, a CGD tinha registado um resultado negativo de quase cinco milhões de euros.
Do lado dos custos, a CGD registou um aumento de 9,8% nos seus custos operativos. Segundo o grupo do Estado, esta evolução foi influenciada pelos valores da actividade seguradora (+24,6%), «em especial por via da integração dos custos relativos à Império-Bonança». Se excluída esta actividade, o aumento foi menor, de 5,6%.
Em termos de eficiência, o «cost-to-income» apresentou uma melhoria de 58%, em Março de 2004, para 55,7% no final de Março deste ano.
Quanto aos valores calculados de imparidade e provisões, líquidos da recuperação e das reposições, de acordo com as novas regras de contabilidade, totalizaram 59,1 milhões de euros, menos 6,6% do que no período homólogo do ano transacto.
No primeiro trimestre, segundo adianta o comunicado da CGD, o montante dos impostos sobre lucros ascendeu a 50,6 milhões de euros, contra 31,9 milhões de euros no mesmo período de 2004. Este aumento ficou a dever-se, frisou a instituição, à actividade seguradora que, em 2004, beneficiava de reporte de prejuízos fiscais.
Quanto aos rácios de rentabilidade, os valores anualizados são de 19,8% para o ROE e 0,8% para o ROA. No final de Março de 2004, estes indicadores situaram-se, respectivamente, nos 29% e 0,7%.
Em termos de balanço, a CGD registou um saldo de crédito a clientes de 48,2 mil milhões de euros, montante que compara com 45,6 mil milhões de euros no final de Março de 2004. Esta rubrica passou, por força das IAS/IFRS a incluir o crédito titularizado no montante de 1,4 mil milhões de euros. Deste montante, 82% diz respeito à actividade do grupo em Portugal.
«O segmento que mais influenciou a progressão do crédito foi o da habitação que, em Portugal, no período de 12 meses terminado em Março, aumento 1,9 mil milhões de euros (+8,1%)», refere o comunicado da instituição. Ainda assim, acrescenta a mesma nota, o saldo do crédito concedido pelas outras unidades do grupo também evoluiu favoravelmente, tendo progredido 1,1 mil milhões de euros (+17,4%).
Entre os recursos captados, o destaque vai para os depósitos de clientes, cujo saldo ascendeu a 45,6 mil milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 5%. A origem foi quase exclusivamente nos clientes particulares.