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CTT admitem vender totalidade do banco
O presidente executivo dos CTT não exclui a venda de 100% do banco, mas admite que preferência é manter uma posição minoritária. Em entrevista à Bloomberg revelou ainda que estão à procura de novas aquisições em Espanha na área da logística.
"Procuramos oportunidades de consolidação" na atividade de logística, revelou o presidente executivo dos CTT, João Bento, em entrevista à Bloomberg. "Não é garantido que teremos sucesso, mas estamos ativos", acrescentou o gestor sem avançar com detalhes do orçamento previsto, calendário ou nomes de empresas no radar.
No seguimento do novo foco estratégico, João Bento admitiu ainda que podem reduzir a sua participação no capital do Banco CTT, e até mesmo cedendo o controlo maioritário. Embora considere que a instituição financeira ainda tem espaço para crescer antes de uma possível venda de capital, explicou que a mudança permitiria que a empresa se concentrasse no seu negócio principal, continuando a oferecer uma ampla gama de serviços online ou através da sua rede de lojas.
"Estamos a considerar todas as possibilidades, até mesmo vender o banco todo", confessou, acrescentando que não há nada de concreto em termos de uma venda potencial no momento. "A minha preferência seria que continuássemos como acionista minoritário do banco, uma vez que irá operar na nossa rede de lojas", confessou. O anúncio acontece numa altura que os movimentos de consolidação da banca ganham força.
Em 2022, os CTT acordaram vender 8,7% do banco à seguradora Tranquilidade-Generali Seguros. Segundo João Bento, a transação deverá ser aprovada pelo Banco de Portugal antes do verão.
O valor contabilístico do Banco CTT ascendia a 270 milhões de euros no final do ano passado.
O "boom" das compras online, acelerado pela pandemia, levou ao forte crescimento das encomenda e, consecutivamente, à queda do correio o que levou a empresa liderada por João Bento a diversificar a sua oferta em Portugal e lá fora. Atualmente, gere 53 centros de distribuição em Espanha, alguns dos quais são totalmente automatizados, e também tem uma pequena operação em Moçambique.
A empresa também está a investir em novas tecnologias, centros de distribuição e em ofertas de desalfandegamento de modo a oferecer serviços integrados a empresas para conseguir acelerar os prazos de entrega. "A ideia é que esses serviços sejam total ou parcialmente digitais", referiu o gestor. "Imagino um futuro, não muito distante, em que haja uma loja totalmente automatizada", comentou.
O crescimento do negócio de expresso e encomendas em Portugal e Espanha ajudou a impulsionar o crescimento em 9% das receitas dos CTT no ano passado.
(Notícia atualizada às 13h20)